Eu tentei lembrar na minha mente, alguns movimentos que minha mãe tinha me ensinado para afastar um homem do dobro do meu tamanho e o que parecia mais facil de ser usado agora era um soco forte na garganta, logo depois uma joelhada no pênis, e correr até minha casa com a garota do celular.

Ele caminhou até perto de mim, e eu senti meu estomago afunda, minhas pernas fraquejaram.

- Escuta aqui sua vagabunda.

- Quem você está chamando de vagabunda? - Eu perguntei levantando o tom de voz. - Eu exijo respeito.

- Você tem sorte de eu não estar com vontade de quebrar esse seu rostinho lindo - Meu Deus, eu estava com tanto medo. Ele passou a mão na minha bochecha e senti vontade de vomitar.

- Não me toca. - Eu gritei alto desesperada me afastando. Estava quase chorando.

- Vai chorar? Que tal eu te levar para chorar em outro lugar?

- Vênus? Está tudo bem aqui? - Ouvi uma voz conhecida e percebi que era Ed, olhei para trás e o vi com algumas sacolas.

- Não, não está. - Eu respondi e ele veio até mim prontamente, o cara que antes parecia enorme, agora estava quase perto do seu carro, olhei para o lado e me certifiquei que a menina ainda estava filmando.

No calor do momento fui atrás dele.

- Você é um lixo. Um lixo! - Eu gritei, ele entrou no carro e fechou o vidro. - Somos mulheres, merecemos respeito, merecemos viver sem medo e merecemos ser livres e não julgadas pela as roupas que vestimos. - Eu bati fortemente no vidro e o homem ligou o carro, saindo logo depois rapidamente.
Me sentei na calçada, minha respiração estava pesada, meu sangue quente, assim como meu rosto, lágrimas queriam descer. O desespero, o medo, o ódio, a raiva, eram tantos sentimentos.

- Vênus, respira, calma. - Ed perguntou se agachando a minha frente e respirei fundo.

- Eu filmei tudo. - A menina chegou falando mas tudo parecia um borrão a minha frente, isso nunca tinha acontecido comigo, eu me sentia tão mal.

- Você pode me mandar isso? - Meu padrasto falou e foi para perto da menina.

Uma pergunta rondava minha mente.

"Porque eu enfrentei ele? Por que não fui embora e deixei tudo para lá?"
"Por que?"

Você sabe por quê.

Minha mente me respondeu e eu suspirei.

E eu sabia.

Eu tive força e coragem de enfrentar ele, e eu precisava usar isso, por que sei que tem mulheres que não tem, e eu preciso falar e lutar por elas.

Preciso lutar pela a minha mãe.
Pela a minha irmã.
Por mim.

E eu vou lutar.

Peguei meu celular e abri o aplicativo do Uber, o nome do cara estava lá e eu tirei um print, logo depois denunciando ele por assédio no próprio aplicativo.

- Meus advogados vão cuidar de tudo, Vee. - Ed falou e eu assenti, me levantando e engolindo as lagrimas que queriam sair, eu estava péssima por dentro, a vontade de chorar, me deitar e me esconder do mundo ainda estava ali.

- Obrigada, sem você eu não teria tido coragem de enfrentar ele. - Agradeci a menina que filmou tudo e ela deu um sorriso confortante, parecia não ter mais que 16.

- Imagina, eu não fiz nada, a heroína aqui é você.

Alguns minutos depois de eu contar para Ed tudo que aconteceu comigo, nós começamos a caminhar até em casa.

Love Or Sex?Where stories live. Discover now