Os invernos em Tóquio são frios e sem neve. A cidade mal recebe um ou dois dias de neve e isso por si só não dura mais do que alguns dias. Nos dias que nevam, é possível encontrar pessoas amontoadas em frente de um ponto ou numa pilha de branco e tirando fotos. Neve pingando, cheia de sujeira e lama, fazendo todos sorrirem.
Akaashi enfia suas mãos cobertas com luvas nos bolsos de seu casaco. Um gorro de lã é puxado para baixo em sua cabeça. Ele salta na ponta dos pés enquanto permanece na rua a espera de seu ônibus. Uma bolsa pendurada no seu ombro com uma pequena etiqueta com o nome perto da borda.
Akaashi Keiji. Piso 3. Profissional de Saúde.
Ele entrou no ônibus e dirigiu-se para casa.
Ele sente seu telefone vibrando, indicando uma mensagem do Kuroo.
Estou por perto, está livre?
Akaashi retratou subconscientemente como ele planejou passar a noite. Provavelmente rolar na cama enquanto assiste uma série entediante. Ou assistir de novo algum filme.
Não A Viagem (Cloud Atlas).
Ele concordou com o seu subconsciente. Qualquer coisa menos isso.
Ele respondeu Kuroo.
Claro, venha para cá.
Ele enviou, acrescentando outra mensagem.
Traz comida.
Quando ele guardou seu telefone e olhou para a janela, havia começado a nevar.
Akaashi inclinou a cabeça contra o vidro e suspirou, embaçando a janela.
Havia se passado um ano. Ele havia conseguido passar por esse um ano. O pensamento não o fez sentir muito.
Já se passaram meses desde aqueles incidentes assustadores. Akaashi classificou-as como falhas na realidade. Erros no sistema. Por um momento, ele viu a matriz antes dela se fechar à sua volta.
Quando chegou à sua parada, a neve já tinha começado a se recolher.
Perguntou ao segurança se havia cartas para ele, hábito que adquiriu nos últimos meses.
Ele foi saudado com a mesma resposta: um abanão de cabeça distraído.
Akaashi pegou as escadas ao invés do elevador.
Ele chegou ao quinto andar e congelou.
O chão estava coberto de neve. Uma trilha fina que vinha desde debaixo da sua porta até à janela.
A janela?
Ele se ajoelhou num local livre do crime e estudou os rastros.
Pegadas de patas na neve. Ele apostou num gato.
O que um gato está fazendo aqui? Por que havia neve para todos os lados?
Sons de alarme soaram-lhe na cabeça e ele correu para o apartamento.
O rastro continuou no interior, envolvendo todo o seu quarto com uma fina camada de neve.
As pegadas das patas pararam perto da sua cama. Ali, o pó foi limpo para formar uma frase.
Apenas três palavras.
PARE DE SOFRER.
Em sua cama estava sentada uma enorme coruja piscando para ele com olhos amarelos e delicados. Pequenas penas brancas tremiam com a brisa fria. Um laço vermelho localizado entre suas orelhas.
Um pedaço de papel prata estava amarrado ao seu tornozelo.
Mais uma vez, apenas duas palavras.
STAI LEGGENDO
life afterlife
Fanfiction"morte é morte e não há nada que possamos fazer quanto a isso. mas o que vem depois está em nossas mãos." uma tradução da continuação baseada em "in another life" da littleluxray escrita por sallyhopeswrites que ninguém pediu mas todo mundo merece. ...