dead mail - parte 3

305 43 26
                                    

Os invernos em Tóquio são frios e sem neve. A cidade mal recebe um ou dois dias de neve e isso por si só não dura mais do que alguns dias. Nos dias que nevam, é possível encontrar pessoas amontoadas em frente de um ponto ou numa pilha de branco e tirando fotos. Neve pingando, cheia de sujeira e lama, fazendo todos sorrirem.

Akaashi enfia suas mãos cobertas com luvas nos bolsos de seu casaco. Um gorro de lã é puxado para baixo em sua cabeça. Ele salta na ponta dos pés enquanto permanece na rua a espera de seu ônibus. Uma bolsa pendurada no seu ombro com uma pequena etiqueta com o nome perto da borda.

Akaashi Keiji. Piso 3. Profissional de Saúde.

Ele entrou no ônibus e dirigiu-se para casa.

Ele sente seu telefone vibrando, indicando uma mensagem do Kuroo.

Estou por perto, está livre?

Akaashi retratou subconscientemente como ele planejou passar a noite. Provavelmente rolar na cama enquanto assiste uma série entediante. Ou assistir de novo algum filme.

Não A Viagem (Cloud Atlas).

Ele concordou com o seu subconsciente. Qualquer coisa menos isso.

Ele respondeu Kuroo.

Claro, venha para cá.

Ele enviou, acrescentando outra mensagem.

Traz comida.

Quando ele guardou seu telefone e olhou para a janela, havia começado a nevar.

Akaashi inclinou a cabeça contra o vidro e suspirou, embaçando a janela.

Havia se passado um ano. Ele havia conseguido passar por esse um ano. O pensamento não o fez sentir muito.

Já se passaram meses desde aqueles incidentes assustadores. Akaashi classificou-as como falhas na realidade. Erros no sistema. Por um momento, ele viu a matriz antes dela se fechar à sua volta.

Quando chegou à sua parada, a neve já tinha começado a se recolher.

Perguntou ao segurança se havia cartas para ele, hábito que adquiriu nos últimos meses.

Ele foi saudado com a mesma resposta: um abanão de cabeça distraído.

Akaashi pegou as escadas ao invés do elevador.

Ele chegou ao quinto andar e congelou.

O chão estava coberto de neve. Uma trilha fina que vinha desde debaixo da sua porta até à janela.

A janela?

Ele se ajoelhou num local livre do crime e estudou os rastros.

Pegadas de patas na neve. Ele apostou num gato.

O que um gato está fazendo aqui? Por que havia neve para todos os lados?

Sons de alarme soaram-lhe na cabeça e ele correu para o apartamento.

O rastro continuou no interior, envolvendo todo o seu quarto com uma fina camada de neve.

As pegadas das patas pararam perto da sua cama. Ali, o pó foi limpo para formar uma frase.

Apenas três palavras.

PARE DE SOFRER.

Em sua cama estava sentada uma enorme coruja piscando para ele com olhos amarelos e delicados. Pequenas penas brancas tremiam com a brisa fria. Um laço vermelho localizado entre suas orelhas.

Um pedaço de papel prata estava amarrado ao seu tornozelo.

Mais uma vez, apenas duas palavras.

life afterlifeDove le storie prendono vita. Scoprilo ora