JUNTOS [knj+ksj]

Cap.17. Dia 7: Sentimentos incertos

SEOKJIN

Apartamento dos irmãos Kim

11h

Uma semana desde que o rei veio morar junto comigo.

Sete dias de confinamento com um alfa lúpus.

Já parecemos um perfeito casal.

Eu não sei exatamente quando ou como chegamos a lidar com tanta naturalidade, mas estavamos indo bem.

- Namjoon, quantas vezes tenho que falar para não deixar suas roupas espalhadas pela casa? - junto uma camiseta do chão e coloco na cesta de roupa suja.

Tirando a parte que ele esquecia que não estava no castelo, tudo ia bem.

Ando para a sala e encontro ele jogado no sofá adormecido em um sono profundo, só com a calça moletom. Uma mania que percebi durante esse tempo é que ele gosta de dormir assim.

Sem me abalar tanto como no primeiro dia, pela falta de roupa do rei, cubro ele com um cobertor e me sento no chão apoiado ao sofá.

Estavamos em uma rotina de dormir, acordar, comer e dormir de novo. Parecia que o rei não dormia a décadas e a maior parte do dia ele passava estirado em algum canto do apartamento.

Eu também não estava tão diferente, tirando o fato de que tentava encontrar a minha própria maneira de solucionar essa confusão de ligação.

Primeiro pensei que ele logo perceberia que estava enganado. Que eu não era o ômega  que ele achava estar ligado ou que sentiria que eu não era suficiente para seu lobo.

Mas, ao contrário do que pensei, o efeito da ligação era muito forte para ser desfeito apenas com palavras.

Quanto mais eu negava, mais ele se aproximava para me convenser de que eu estava errado. E eu já não conseguia entender nem a mim mesmo.

Resolvi que tentaria ser quem ele desejava, o ômega apaixonado.

Parecia que daria certo, era só aguentar por um tempo. Seria fácil se ele não fosse tão perfeito, carinhoso e atencioso.

E eu acho que esse foi o meu erro. Talvez eu não tivesse todo esse controle emocional que pensava que teria.

Foi então que percebi.

Eu estava me ligando a ele. Não ao Rei Kim ou ao alfa lúpus, mas sim a pessoa que era Namjoon.

O loiro, alto e desastrado, que escuta a minha conversa como se fosse o melhor discurso do mundo, que sorri mostrando aquelas covinhas toda vez que me ver ou que faz de tudo para aprender os afaseres da casa para me ajudar.

Minha mente avisava que os carinhos e sorrisos vinham do efeito da ligação, que não era para levar a sério, mas quando eu percebia já estava sorrindo como um bobo por ele. E meu coração criava motivos para me convenser que talvez ele sentisse de verdade algo por mim.

E um ciclo vicioso de discussão entre a razão e sentimento me atormentava.

Sentia que algo estava mudando. Mas, preferia fingir não perceber pelo bem de todos.

Olho para seu rosto a sentimetros do meu, em um sono sereno. Silíos longos, labios grossos, um rosto bem esculpido com traços fortes que com certeza atraia muitos olhares.

Suspiro, me encolhendo para conter o meu coração querendo bater mais rápido. Balanço a cabeça em negação e encosto mais uma vez no sofá.

Eu devo estar imaginando coisas.

Sim. Tudo não passava de um efeito da ligação.

E meu coração deveria entender isso.

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