Capítulo 16

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Vamos voltar alguns minutos antes do campo de batalha ser formado. Z estava ouvindo Ziá falar de alguns feitos de seus pais.

Z: Eu ouvi falar de um planeta que ficou em ruínas depois dos feitos deles — ela discretamente pressiona seu punho.
Ziá: De qual você fala?
Z: Astrale.
Ziá: Ah, esse já faz um bom tempo. Eu lembro que foi um dos primeiros que meus pais me deixaram atuar de verdade. Saudades daquela época.
Z: Q-que legal — ela treme um pouco — Eu vou pegar uma água.
Ziá: Tem suco na geladeira, pode pegar pra mim.
Z: Tem duas canecas, posso pegar a bonitinha?
Ziá: Pode sim, é da Zaina.
Z: Espero que ela não ligue, ela parece ser do tipo que faz birra.
Ziá: Estranho você falar isso, ela ficou quieta a maior parte do tempo.
Z: É que eu não gosto muito de crianças, pra mim todas são iguais.
Ziá: Nunca gostei muito também, mas a Zaina é bem leal, gosto disso nela.
Z: O quanto você confia nela?
Ziá: Ela arriscaria a vida por mim.
Z: Até pode ser, mas em questão de reação ela com certeza é mais lerda que a Iha.
Ziá: Vamos apostar?
Z: Qual o prêmio?
Ziá: O gostinho da glória já é o suficiente pra mim.
Z: Não vá chorar depois que perder — ela ficar com um olhar arrogante.

Voltamos ao tempo normal. Iha e Zaina estavam diante daquela cena. Iha continuava perplexa.

Iha: Como isso aconteceu? Eu esperava que elas fossem se desentender, mas não tão rápido — ela continua parada observando os dois lados.

Zaina aproveita o olhar confuso de Iha, queima sua mão e voa rapidamente para o lado da Ziá. Ela fica preparada em posição de batalha olhando de forma hostil para as gêmeas. Iha solta as compras e já se prepara. Ninguém se arrisca a fazer o primeiro movimento.

Z e Ziá: Hahaha — as duas se desarmam e caem na gargalhada.
Z: Poxa Iha, eu confiei que você agiria primeiro.
Iha: Eu agi racionalmente, nenhuma das duas estavam convincentes.
Ziá: Quer enganar quem? A nossa atuação foi impecável.
Zaina: Não precisamos brigar? — falou ela ainda em posição de batalha.
Ziá: Não, relaxa. Nós somos todas da mesma equipe agora.
Z: Ela realmente me impressionou, eu não achei que ela conseguisse ser agressiva.
Ziá: Minha garota — ela bagunça um pouco o cabelo de Zaina.
Zaina: Foi tão empolgante, mas eu não queria lutar aqui dentro — fala bem animada.
Iha: Foi uma brincadeira sem graça, quase perdi a minha empolgação pra festa.
Ziá: Que festa? — ela fecha a cara.
Iha: Pro aniversário da Zaina.
Ziá: Mesmo depois de eu ter dito não — ela olha pra Zaina.
Iha: Eu não vejo problema nenhum em ela ter uma festa.
Ziá: Vilões não perdem tempo com comemorações inúteis.
Iha: Você pode ficar de fora então, não vai precisar se incomodar com a decoração.
Ziá: Muita ousadia pra quem acabou de chegar.
Z: Eu não ligo se for ser uma festa, portanto que tenha comida.
Ziá: Quer saber, dane-se. Façam a merda que quiserem. E você Zaina, esperava mais — ela fecha a porta da sala de reuniões.
Iha: Não deixa as palavras dela afetarem você, não a mal nenhum em comemorar aniversários.
Zaina: Ta bom — ela fala com uma carinha triste.

Zaina fica no seu canto brincando bem desanimada, enquanto a Iha vai para a cozinha preparar a comida. Z acaba entrando na cozinha também.

Z: Você ta causando muito para um primeiro dia.
Iha: Queria que eu ficasse calada diante dessa situação?
Z: Era o mínimo depois da bronca de mais cedo.
Iha: Eu não concordei em me submeter a ninguém.
Z: Deveria ser menos rígida.
Iha: Como espera que eu faça isso? Z, olha o lugar em que eu estou... um esconderijo de vilãs. Você acha que era o que eu planejava ontem?
Z: Exato, essa é a intenção sair um pouco do planejado.
Iha: Essa foi a ideia mais absurda que você já teve.
Z: Confia um pouco mais em mim. Eu sei que você não é tão boa em socializar, mas tenta pelo menos.
Iha: Tô fazendo uma festa pra uma garota que nem conheço, não é suficiente.
Z: Não se ela causou discórdia — ela olha pra porta trancada da sala de reunião — vou te deixar trabalhar.

Z sai da cozinha e Iha continua cozinhando, um pouco pensativa. Ela que tinha saído errada na história? Aquilo não tinha servido de nada? Era claro que Z queria ficar mais próxima das garotas. A primeira batalha foi perdida, mas a guerra continua.
Tudo estava pronto, e o cheiro da comida de certa forma animou Zaina. Iha começou a encher balões sozinha, já que Zaina não podia ajudar e Z era preguiçosa demais para cooperar. Ziá continuava enfurnada naquele cômodo, o que entristecia Zaina cada vez mais.

Iha: Podemos começar a cantando a nossa música de aniversário.
Zaina: Eu não quero comemorar sem a Ziá — falou quase chorando.
Z: Um momento.

Ela vai até a porta e dá algumas batidas.

Z: Com licença senhorita, sua presença foi solicitada.
Ziá: Não, valeu.
Z: Poxa... deu uma vontade de gritar.
Ziá: Nem pense nisso — ela abre uma frestinha da porta.
Z: Não sei não, eu preciso de alguém pra me manter na linha...
Iha: É melhor você vir, ela adora ser do contra.

Ela respira fundo e vai pra sala. Mesmo com a cara emburrada, Zaina ficou muito feliz em ver a Ziá presente.

Iha: Vamos cantar a música do nosso planeta.
Zaina: Mas eu não sei como é.
Iha: Eu e a Z cantamos e vocês batem palmas.
Z: Você consegue acender a vela?
Zaina: Melhor não, vai derreter.
Ziá: Deixa que eu faço — falou com olhar de desdem.

(Imagem)

Ziá acende a vela, e as garotas começam a cantar:

Na zíseis Zaina kai chrónia pollá
Glykúna na gíneis Me áspra malliá
Pantoú na skorpízeis tis gnósis to fos
Kai óloi na léne na mia sofós

Conforme a música ia seguindo a Zaina ficava mais alegre. E ao ver a aquele sorriso genuíno, escorre uma lágrima de um dos olhos da Ziá. Zaina assopra a vela e as garotas começam a comer. A Iha realmente era um ótima cozinheira, mesmo nunca tendo visto nenhum dos ingredientes ela conseguiu fazer uma torta impecável, e mais alguns petiscos.

Zaina: É melhor que a comida daqui.
Z: Isso elogiem mais, ela ama.
Iha: Para Z — ela fica envergonhada.
Ziá: Eu tenho que admitir, sua comida é muito boa. Vou gostar de ter você aqui.
Zaina: O que vamos comer amanhã?
Iha: Prometo surpreendê-las — ela sorri.

Zaina e Ziá acabam contando de suas antigas experiências com comidas, das terríveis tentativas culinárias da Ziá. Elas riem bastante até sono bater.

Ziá: Como não temos camas suficientes, hoje eu ofereço minha cama pra alguma de vocês e providencio uma amanhã.
Iha: Não se preocupa, temos sacos de dormir.
Ziá: Eu insisto.
Zaina: Onde vai dormir?
Ziá: No sofá.
Z: Pode dormir sossegada na sua.
Ziá: Por favor não recusa, nunca mais terá essa oportunidade.
Z: Okay.
Iha: Z... — ela olha feio.
Z: Agarre as oportunidades, não é isso que o papai diz — ela ri.

Zaina já estava se ajeitando no seu paninho quando Ziá fala:
— Pensa rápido.

Quando ela vira na sua direção um travesseiro bate na sua cara.

Zaina: O que é isso?
Ziá: Um pouco de conforto. Agora vai dormir — fala um leve sorrindo.
Zaina: É maior que a minha cabeça.

Zaina fica tão contente com o presente, ela começa a se encolher agarrada ao seu novo travesseiro.
E assim termina o primeiro dia caótico das novas vilãs.

Meu outro ladoWhere stories live. Discover now