Capítulo 12

0 0 0
                                    

Ziá acordou com dor, numa cela escura. Seus braço estavam presos na parede e suas mãos cobertas. Indescritivelmente puta, ela começa a tentar escapar na força bruta. Foi inútil, aquele lugar com certeza já estava preparado para ela.
Ouvindo as várias movimentações na cela, um dos guardas foi observá-las.

Guarda: Ei, fique quieta — falou batendo nas grades.
Ziá: Ui ui ui, tô morrendo de medo — fala com um tom de deboche.
Guarda: É melhor obedecer, senão não ganha comida.
Ziá: Vai sonhando que eu irei me humilhar por um prato de comida.

O guarda sai da sua visão e Ziá continua tentando, através de algumas técnicas aprendidas com seus pais, fazendo manobras para se soltar, já que força bruta não tinha resolvido. No meio de sua tentativa, Zeiko aparece.

Zeiko: Ora ora, o que temos aqui. Vejo que ainda tem energia para se mover.
Ziá: Foi uma bela noite sono — falou sorrindo.
Zeiko: Ta difícil sair daí?
Ziá: Eu já vi algemas melhores, poderia se virar um pouco enquanto eu escapo.
Zeiko: As algemas desse planeta são bem fajutas mesmo, mas não se preocupe. Eu mesma que as forjei.
Ziá: Droga, vacilei — pensou ela.
Zeiko: Você passará o resto de sua vida apodrecendo aqui.
Ziá: Veremos.
Zeiko: Não se preocupe, aquele guarda vai ficar te fazendo companhia, caso tente alguma gracinha.
Ziá: Que fofo, acha mesmo que ele é forte o suficiente pra me parar?
Zeiko: Ele? Ha ha, jamais. Mas eu posso repetir a surra que te dei. Posso vir num piscar de olhos, a qualquer hora.

Ela sai do campo de visão de Ziá, com um andar confiante.

Ziá: Como pude bobear daquela forma e cair numa prisão. Minha mãe iria rir de uma derrota nesse nível. Eu não aceito ficar presa num lugar que não tenha o mesmo nível dos meus pais — ela pensa isso e chuta a parede com força
Guarda: Já mandei parar — ele bate mais força nas grades.
Ziá: Vem aqui me calar, se tiver coragem.
Guarda: Escuta aqui pirralha — ele entra na cela — Você não é nada — falou apontando o dedo em sua cara.

Ziá o empurra e consegue agarrá-lo com suas pernas livres, depois o puxa de volta e lhe dá uma cabeçada, somada à alguns chutes, e assim ele leva uma bela surra. Aquilo tudo foi suficiente para nocauteá-lo. 

Ziá: Desculpa bobão, não sou obrigada a te ouvir — falou com um sorriso no rosto.

Ela começa a cutucá-lo na esperança de achar alguma chave que pudesse o abrir as algemas que lhe prendiam, mas foi desperdício de tempo, aquele homem tinha apenas um comunicador para chamar a Zeiko. Então ela aproveita para testar o botão. 
Zeiko aparece imediatamente, com seu bichinho, na frente da cela e vê o homem caído, ao lado de Ziá.

Ziá: Senti sua falta, esse cara aqui não me entreteu direito — fala com um olhar confiante novamente.
Zeiko: Conseguiu acabar com a minha paciência — ela pega uma arma comum e atira numa das pernas de Ziá.
Ziá: Que foi? Você errou, meu coração fica mais acima — falou ela tentando sorrir para esconder sua dor.
Zeiko: Eu quero que você morra, mas lentamente — ela sai novamente.

E aí que Ziá consegue um pouco de permissão para gemer de dor, sua perna estava bem ensanguentada. Ziá começava a lembrar de todo o treinamento que teve ao longo da sua vida. 

    (Ziá criança treinando com seu pai)

Lembranças da Ziá:

Ziá: Papai, como você escapou dessa vez, se a mamãe nem te ajudou?
Pai de Ziá: Já começou com o pensamento errado — ele toca em seu nariz — Esperar por socorro é coisa de fracassado.
Ziá: Me tornar independente vai me fazer chegar perto do poder de vocês?
Pai de Ziá: É… você tem potencial pra isso.

Lembranças Off:

Ziá: Eu não preciso de ajuda pra sair daqui — pensou brava.

Ziá começa a se movimentar, com dificuldade ela consegue estancar sua nova ferida. Todo aquele esforço, mais o fato de estar bem dolorida, a deixaram bem cansada. Acabou adormecendo, mesmo estando numa posição bastante desconfortável.
Quando acordou Ziá notou três coisas. Primeiro, o homem nocauteado não estava mais lá. Segundo, eles haviam colocado correntes prendendo suas pernas. E terceiro, tinha um novo guarda, ele estava sentado assistindo algo em seu celular.

Meu outro ladoWhere stories live. Discover now