Capítulo 3

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Sasuke acordou sentindo-se levemente melhor. Ainda estava febril, mas os calafrios diminuíram.

— Parece que não vou morrer. Ótimo — falou consigo mesmo.

— Além de tudo é doido? — Sakura comentou da janela.

— Tá fazendo o que aí?

— Limpando o quintal. Se é que posso chamar de quintal essa terra seca em volta da casa. Queria um jardim com rosas ou qualquer coisa, mas até cactos morrem aqui.

— Você ao menos sabe o que está fazendo? Arar, plantar...

— Eu cresci aqui, seu idiota. Meu pai me ensinou tudo. Até dois anos atrás, as coisas iam bem. Depois que mamãe morreu de tanto tossir sangue, papai perdeu o rumo e deixou tudo desandar. Tivemos nossa última colheita antes dele morrer dormindo. Nisso, ele já tinha feito empréstimos para comprar sementes. Herdei tudo e, depois de um período de seca, nada mais brotou aqui. Estou tentando me virar, mas o banqueiro não está preocupado com minhas desventuras. Ele quer receber.

— Você irriga a terra?

— Óbvio. A água é captada de um rio próximo, mas o volume diminuiu muito.

— Talvez a terra esteja cansada. Sei que é estranho de ouvir, mas os índios dizem isso.

— Índios?

— Conheci alguns sujeitos. Meu irmão era amigo de um cacique. De qualquer forma, dê tempo ao solo.

— E até lá, vou tirar dinheiro de onde?

— Há muitas formas de uma mulher ganhar dinheiro, Sakura.

— Vou ignorar qualquer insinuação descabida.

— Não estou... — Bufou. — Você pode ser garçonete.

— Não pagaria quase nada. Tobirama quer um terço do que devo até o próximo mês ou me toma a fazenda. No fim, vou acabar sendo garçonete e serei paga com comida e um teto.

— Quanto deve?

— Seis dólares. Essa fazenda mal vale vinte.

— Você precisa de dois dólares. Isso não é tão difícil.

— Não quero dinheiro roubado.

— Vou pagar a você essa quantia pelos dias que eu ficar aqui. De onde vem o dinheiro, não interessa.

— Sasuke...

— Aceita. Isso vai te dar tempo de pôr isso aqui nos eixos. Aliás, ainda te resta algum dinheiro?

— Vinte e dois centavos.

— Guarde eles para sobreviver. Vou arranjar o dinheiro. As pessoas daqui curtem jogos de carta?

— É um dos motivos das mortes esporádicas.

— Maravilha. Trapacear é a segunda coisa que faço muito bem. — Sorriu.

— Ai, minha nossa. Você é terrível.

— Estou faminto, moça.

— Vou te trazer mingau de aveia. Folgado.

— Estarei pagando dois dólares por isso. Não se esqueça — gritou a última parte, pois ela já havia sumido de vista.

Não demorou a voltar com uma tigela.

— Tem gosto de nada. Não tenho açúcar.

— Matando a fome, não importa, querida.

— Você não tem cara de criminoso — pensou em voz alta, assustando-se por ele ter ouvido e dado uma risada anasalada.

Vingança e RedençãoWhere stories live. Discover now