Eu queria beija-lo, mas por questão de sobrevivência eu tinha que terminar minha vitamina primeiro.

Quando terminei de tomar me virei para ele e ele sorriu divertido, fui pega de surpresa por seu sorriso e fiquei sem conseguir falar nada por alguns segundinhos, ele não pareceu ter o mesmo problema.

— Sua boca esta suja. — falou apontando para a dele na linha no bigode.

Me apressei a limpar mais acabei rindo,  e franzi a testa novamente sentindo a enxaqueca.

— toma isso. — ele me estendeu um frasquinho que tirou do bolso. — eu ia te dar primeiro mas não achei uma boa idéia mandar uma poção para um estômago vazio. — se explicou.

— você deve ser o melhor namorado do mundo. — falei sem pensar enquanto pegava o frasco e bebia, a dor passando na hora, eu amava a magia.

— Só foi lógico. — deu de ombros sem jeito.

Olhei em volta e vi que ninguem estava olhando, lhe dei um rapido selinho.

— Eu sei. — falei. — é fofo.

Ele revirou os olhos.

— seus padrões são baixos. — falou ele.

— Não, eu não aceito menos que você. — falei baixo e só para nós dois ouvirmos e beijei sua bochecha de forma demorada.

Ele me olhou assim que me afastei um pouco, e seus olhos ficaram presos nos meus por um tempo incontável, mas não longo o bastante antes que ele se levantasse e me estendesse a mão para me ajudar a levantar, como um principe. Sim, eu pensava nele com um cavalheiro mesmo nos jestos mais simples.

— Onde vamos?

— Cozinha. Você tem que comer alguma coisa nem que seja um sanduíche. — falou pegando minha mão.

Eu amo esse homem.

Passamos o resto do dia juntos depois de eu ter voltado ao salão e ter tomado um bom banho, eu repousei a cabeça em seu colo em um corredor qualquer até o fim da tarde, enquanto ele sentado e silencioso lia um livro. Adormeci levemente e tive a sensação suave e distante de dedos gentis em meus cabelos. Ele me despertou pouco antes do jantar e fomos juntos para o salão, nossas mãos sempre dadas, como se fossem uma a extensão da outra. Era algo tão natural que eu raramente me peguei pensando nisso, estar com ele era a coisa mais normal e cômoda do mundo, e ao mesmo tempo não era. Não posso descrever de maneira melhor, não sei se existe uma palavra que reproduza essa sensação com perfeição.

— Você parece estar flutuando.— foi a primeira coisa que Jade me disse quando voltei para o salão aquela noite.

— Acho que me sinto assim. — falei retirando meus sapatos, meu sutiã por de baixo da camisa e me jogando na cama de roupa mesmo.

— Vocês duas apaixonadas são a coisa mais estranha de se ver. — falou edith de onde estava em sua cama nos olhando.

— Verdade, mas eu acho que elas são completamente diferentes nisso. — Falou Mila.

—  como assim? — perguntou Jade.

— A Amélia ainda parece ela. Mas acho que nunca a vi tão... plena. Segura.— disse Mila cuidadosa, buscando palavras. — Ja você parece feliz, mais insegura, e cuidadosa demais. Sei lá, acho que devo estar vendo coisa.

— Bem, namorar um maroto não é um mar de rosas. — falou a ruiva se sentando, não parecia muito animada. — eu sei que ele gosta de mim, e eu gosto dele, e ele é bom e gentil. Mas.. não consigo lidar com os amigos dele e não quero ter que fazer ele escolher, acho que tenho medo de como termina isso. — ela parecia realmente insegura e frágil. — estou mesmo insegura, é difícil entregar o coração para alguém, com certeza é a coisa mais dificil que já fiz, ou estou fazendo. Tenho medo que acabar com ele partido ou machucado. Não consigo me lançar de cabeça como a Amélia, as vezes eu queria.

Um bolo se formou em minha garganta e eu engatinhei para fora de minha cama e fui até dela e a abracei, me sentindo culpada por não ter visto isso. As meninas tambem nos rodearam em um abraço grupal e Mila trouxe chocolates_ que costumavam guardar para mim. _ e deu para Jade. Edith e eu puxamos os colchões para o chão e os unimos.

Jade era diferente de mim mas contar estórias de terror no chão tambem pareceu distrai-la dos pensamentos anteriores e ela não reclamou dos chocolates enquanto os comia. Não pela primeira vez, olhei para elas e vi minhas irmãs, minha família de coração.

Dormimos todas juntas.

Os resultados da prova foram "divulgados" na semana seguinte, cada aluno recebeu uma folha com seu nome e os resultados.

Nervosa eu peguei a folha que o professor me entregou, minhas mãos tremiam de forma que as palavras ficaram borradas num primeiro momento, e tive que forçar minhas mãos a ficarem paradas, só então pude ler.

Eu quis gritar, mais a sala estava cheia de alunos, eu sorri, não consiguiria para de sorrir nem que o próprio mininstro da magia ordenasse, meus olhos lacrimejaram  e olhei para Aurora ao meu lado, ela estava pouco melhor que eu e nos abraçamos

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Eu quis gritar, mais a sala estava cheia de alunos, eu sorri, não consiguiria para de sorrir nem que o próprio mininstro da magia ordenasse, meus olhos lacrimejaram  e olhei para Aurora ao meu lado, ela estava pouco melhor que eu e nos abraçamos.

Ela tinha sido aprovada tambem.

Olhei para o outro lado da sala, buscando por Severo, ele tinha sentado com Régulos hoje, eles falavam algo e ele olhou para mim de forma curiosa antes de voltar a falar com o outro sonserino.

Procurei as minhas amigas pela sala, Milla não estava com uma expressão nada boa, Edith estava abraçada a elas, Jade estava estranhamente inexpressiva ao lado de Remos, que falava alguma coisa para ela.

Pensei se deveria ir consolar Mila, mais tambem queria com todas as minhas forças alcançar Severo e abraça-lo, agradecer a ele por tudo. Merlin sabe, e eu sei, que eu não teria passado sem a ajuda dele, sem ele pegando no meu pé o tempo todo, sem a paciência dele em me explicar o que eu não entendia, em tornar o estudo interessante para mim. Aurora era boa, ja tentara me ajudar, porem era resiliente comigo, enquanto Snape era, como seu nome ja diz, Severo, inflexível. E só assim para eu aprender.

Mas eu não precisava escolher, eu podia fazer os dois e eu ia.

Quando os alunos começaram a sair e Snape percebeu que eu queria que ficassemos na sala e disse para Régulos que ele deveria ir na frente, conseguimos ficar sozinhos.

Levantei e corri para ele ali parado, pulei em seu colo, suas mãos me segurando por reflexo, e eu o beijei. Sem parar, longe de ser um um selinho ou algo suave. O beijei de verdade, minhas pernas envolvendo sua cintura, cruzadas em suas costas.
 
Quando o ar faltou eu ainda permaneci em seu colo, minha testa encostada a dele e a respiração desregular, os olhos fechados.

— obrigada, professor. — sussurrei com a voz falha.

Sentia sua respiração em minha pele e seus lábios voltaram aos meus por apenas mais um segundo.

Alguém pigarreou e eu desci de seu colo assustada e acalorada, como se tivesse corrido alguns quilometros. Morri de vergonha ao ver o professor Slugorn, o professor de verdade, na porta da sala, nos olhando sorridente e matreiro.

— Meus jovens. Eu preciso fechar a sala.

 ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞Where stories live. Discover now