Capítulo 06

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Era um grata tristeza receber sua amizade, ou a abertura pra ela

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Era um grata tristeza receber sua amizade, ou a abertura pra ela. Ter um pouco de chance de estar realmente perto dele como pessoa, de ter a oportunidade conhecer o ele de verdade, sem estratagemas ou através de outras pessoas me deixava feliz, mas ouvir dele, que ele não sentia o mesmo por mim, que tinha pena de mim, me deixava tão triste que eu queria chorar, de verdade. Era tudo tão prematuro em mim, eu o estava colocando em um pedestal, e nem entendia o porque. Só queria ser tão boa pra ele quanto ele foi pra mim naquele dia, ele não tem idéia do quanto me ajudou, porque naquele momento tão dificil e desesperador, eu precisava de toda a gentileza do mundo, e eu sei que isso é patético, mas em toda a minha vida, ninguem alem da minha e de minhas poucas amigas se importou comigo. Graças ao meu pai, cresci pensando que todos os homens e garotos era crues, egoístas e aproveitadores, as experiências que tive com os garotos de quem gostei só fortaleceram essa crença. Não era algo incentivado pela minha mãe, depois de tudo ela ainda acreditava em príncipes, me dizia que era muito, muito, difícil acha-los, e tinham muitos idiotas por ai que podiam nos confundir, e que por isso ela não encontrou o dela. Quando ela a doença avançou tivemos mais uma conversa sobre isso, eu me lembro com se fosse ontem.

Ela disse que quando eu crescesse, eu faria diferente dela, quando eu encontrasse meu príncipe, eu deveria reconhece-lo, não importava como, ela disse que eu sentiria dentro de mim, em algum momento, e podia ser rápido ou divagar, eu não seria como ela, que não entendeu quando aconteceu, e esqueceu por tempo demais, eu ia insistir, não o deixaria ir. Ela me contou que quando era jovem, teve um melhor amigo, e eles faziam tudo junto, como irmãos. Um dia quando eles tinham 15 anos ela estava com ele debaixo de uma grande cerejeira, faziam um piquenique no quintal da mãe dele, quando ele esticou a mão para ela e retirou uma flor do seu cabelo, ela disse que não sabe explicar como se sentiu, disse que foi um daqueles raros momentos perfeitos da vida. Mas ela não entendeu que aquele era Ele, tudo o que ela procurava, gentiu, educado, protetor, trabalhador e principalmente, ele a amava. Ele se declarou para ela no ano seguinte, ela o rejeitou, dizendo não querer estragar a amizade deles, pois só o queria como amigo. Mas se afastaram assim mesmo, ao passo que em menos de um ano eram quase estranhos, pois não sabiam lidar com os sentimentos um do outro, eles terminaram a escola e tomaram rumos diferentes, três anos depois ela começou a procura-lo como louca, não conseguia esquece-lo e a saudades a matava, assim como o amor que ela descobriu tambem sentir, não conseguia acha-lo, a mãe dele tinha morrido e sua casa tinha sido vendida, nem sinal dele. Quando ela fez 25 anos descobriu que ele havia morrido à cinco anos, tivera tuberculose e com era sozinho, ninguem cuidou dele, e ele não pode cuidar de sí mesmo. Ela nunca se perdoou.  Depois disso conheceu o meu pai, estava muito frágil na época, foi o que me disse. Era uma história triste.

Mas Severo não como os outros, ele era bom, do jeito dele. Eu posso ter errado ao acreditar que aquele era o nosso momento mas não estava errada de quere-lo por perto, sua sinceridade era boa prova, ele podia ter brincado ou se aproveitado de mim, mas não, ele só foi honesto, e em retribuição eu faria exatamente o que prometi a ele, lhe daria espaço, não insistiria se ele não quisesse falar de algo, e não me aproximaria dos amigos dele sem ser chamada.. e por auto proteção não me aproximaria mais de Lili, porque saber que ele não gosta de mim e gosta dela já é difícil, conviver com os dois respectivamente doeria muito, porque não quero desejar coisas ruins para a Lili só porque queria estar no lugar dela, não é culpa dela, mas aconteceria se eu ficasse mais proxima dela, porque sou humana.

Na última noite antes da volta dos demais alunos esperei que Severo aparecesse em algum lugar o dia todo, mas acabei procurando por ele mesmo assim, já que não tinha ido me procurar, achei ele lendo um livro na biblioteca, dei passos em sua direção antes de lembrar que disse que lhe daria espaço, então chateada fui para o salão e sentei na mesa até a hora do jantar, quando ele entrou e foi para a sonserina fiquei na dúvida se podia ir lá sentar com ele, o que ele percebeu pos o estava olhando direto, ele negou com a cabeça discretamente e voltou a comer normalmente. Ja eu tive de fazer um esforço para parar de encarar, havia algo em Severo que me fazia querer não perder um movimento seu.

No fim da refeição encontrei Severo, perguntei se tudo bem eu acompanhar ele até perto de seu salão, ao que ele concordou sem alarde, e assim fomos nós, quando ninguem estava mais nos vendo passei meu braço pelo dele, Snape nem piscou. Tinha pedido a ele aquela pequena indulgência, o que ele concordou, talvez por medo de que eu chorasse, na TPM eu era mesmo uma chorona bipolar, mas do que no resto, então ele provavelmente estava certo ao presumir isso.

— Você está me ouvindo agora? —perguntei hesitante. Ele tinha sido aberto comigo, então eu tinha que ser tambem, mesmo que isso me deixasse constrangida.

Ele me olhou.

— Estou do seu lado, por que não estaria ouvindo...

— Não ouve metade do que eu digo. — falei.

— Verdade. Mas, sim. Estou ouvindo, o que você quer falar? — perguntou.

Relutei um pouco, tive de usar toda a minha reserva de coragem para falar.

— É sobre, sobre a Lilian e as aulas de reforço. — senti que ele prestava atenção, mesmo que agora olhasse para a frente, foi algo na postura dele. — pedi a ela que me apresentasse pra você, mas eu não queria que fizesse isso diretamente. Então ela deu  idéia do reforço.

Ele olhou para mim com um leve ar de incredulidade.

— Porque não queria que nos apresentassem diretamente? Não seria mais facil? — questionou ele recuperando-se.

— Seria, mas se fosse assim você apenas apertaria a minha mão e nunca falaria comigo, talvez nos comprimentassemos no corredor vez ou outra.

— Tem razão. — falou simples. — Não entendo sua insistência comigo. Tem outros garotos por ai.

— Por que não pode ser você? — perguntei confusa e me apressei em dizer. — hipoteticamente, digo. Já que você não gosta de mim. Mas você é um garoto normal, sabe, não é muito delicado comigo, mas eu não ligo.

— Você é estranha. — disse com a sombra de um sorriso.

— Isso é um elogio? Por favor, não responda, gosto de pensar que é. — falei.

— Se você prefere assim.

— aaa não, você falando assim me faz sentir meio idiota. — Fiz bico.

— Dada as circunstâncias. — disse ele e a dessa vez ele sorrio de canto.

— Isso foi um sorriso? — perguntei animada. Não pude me conter.

— Foi. Você é engraçada..quando não é lerda, o que é grande parte do tempo. — falou.

Eu dei um saltinho sorridente e olhei para ele, antes de voltar a olhar para frente e continuarmos o resto do comigo em um silêncio menos incômodo que os anteriores, salve o do passeio no jardins dias atrás, que foi agradável, antes de eu começar a chorar.

— Daqui eu vou sozinho. — informou entrando na ala das masmorras.

Anui e fiquei esperando que ele sumisse de vista antes de ir embora.

Talvez podessemos mesmo ser amigos, a idéia aqueceu meu coração

 ℳℯ𝓊 𝒫𝓇𝒾𝓃𝒸𝒾𝓅ℯ ℐ𝓂𝓅ℯ𝓇𝒻ℯ𝒾𝓉ℴ.- 𝐒𝐞𝐯𝐞𝐫𝐨 𝐒𝐧𝐚𝐩𝐞Where stories live. Discover now