- O destino está sempre se reescrevendo através de nossas escolhas.
Eu sempre acreditei que tinha um momento primordial na nossa vida, que mudava nosso geito de ver as coisas, que nos tornava quem éramos, e determinava como nos relacionavamos com as...
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— Parabéns, você finalmente conseguiu, me ganhou. — falei comendo um dos morangos da tigela ao lado do tabuleiro.
Severo tinha trazido muitos morangos e e um potinho de leite condensado, era a primeira vez que eu experimentava a mistura, era gostoso e a estranheza do começo foi facilmente esquecida.
Era meu terceiro dia na enfermaria, estavamos jogando xadrez, ja era o fim da tarde, ele tinha aparecido pouco depois do meu almoço com o jogo.
— claro que sim. — disse ele pegando um dos morangos e o comendo sem passar no leite, eu não comia a fruta sozinha não, é muita azeda.
— Não acha que te deixei ganhar? — perguntei.
— Não — ele riu. — se deixasse não teria me dado trabalho.
— tem razão — eu sorri e me ajeitei na cama da enfermaria ficando mais ereta.
Ele colocou o jogo de lado que ficou na mesinha bem ou lado das flores que o MacLean trouxe aquela manhã. Não tinha jeito, eu ja tinha conversado com ele sobre a situação, dito que queria apenas amizade com ele, que ele era muito legal mas eu não tinha nenhum interesse romantico nele, ele ficou meio pra baixo na hora, eu mesma fiquei mal por ele, no entando ele tinha aparecido ontem na enfermaria e parecia determinado, disse que me conquistaria e saiu assim que Snape entrou, Severo tinha ouvido tudo, e oque que ele fez? Riu da minha cara, o idiota. Le atirei um travesseiro no meio da cara, mas ele só riu mais.
E eu esperando que ele sentisse nem que fosse um tiquinho de ciumes.
— Tem estudado? Lembro que você estava preocupada com os NOMS. — falou ele.
— Mais ou menos.
— Mais ou menos? — ele ergueu uma sobrancelha.
— Meu professor particular se demitiu. — falei, não pude evitar um fio de amargura.
Era uma das coisas que não conversavamos, ou ao menos evitavamos. Não falavamos da Lilian, não falavamos dos meninos, não falavamos de sentimentos. Era como um recomeço, era bem mais leve, e bem mais traquilo, ja que eu não era rejeitada o tempo todo como eu tinha parado de falar abertamente dos meus sentimentos por ele, essa era a parte dificil e as vezes algo escapava, como agora.
Ele suspirou.
— seu professor é burro, e eu sou um péssimo amigo. — pegou outro morango.
— Ao menos você veio me visitar. — falei com a boca cheia, talvez eu estivesse comendo mais leite condensado do que morango. — Continue assim e vai se redimir.
— Você é fácil de agradar. — se reclinou na cadeira. — mas vou ter que controlar as coisas doces, não queremos que você tenha diabetes.
Sorri ja com a boca "vazia".
— Eu tambem aceito salgados. — dei de ombros "inocentemente".
— vou lembrar disso. — garantiu ele. — nao sei quanto ao seu professor, mas se quiser estudar com um péssimo amigo, estou na biblioteca as quatro, todos os dias.
