25 - " a fuga "

387 45 30
                                    

Pov autora

A chuva forte e repentina caia lá fora , era por volta das seis e quarenta , mais também uma tempestade ocorria dentro da sela , uma tempestade de dor , angustia ... alivio . o sangue escorria sem perdão manchando tudo que encontrava , e lá desmaiada com os pulsos cortados morrendo aos poucos feito um pássaro engaiolado Macarena não era vista por ninguém , pessoas entram e saem de sua cela sem perceber que lá dentro uma pessoa esta dando os seus últimos suspiros . ela não morre por ninguém ela morre por ela , ela não aguenta mais a angustia , o medo do futuro , a tristeza do presente e a fúria do passado

As gotas vermelhas pingam no chão fazendo uma possa que por mais que fosse grande não chegava nem perto do tamanho que era a possa de lagrimas colocadas ao mundo pela dor . o sangue que macha o lençol de cetim é o mesmo sangue que alimenta os pecados da cor carmim , o mesmo que escorre de seus joelhos quando caia na mais inocente infância

O concreto gelado que apreende " os pecados"  também inibi a felicidade e a única coisa que se consegue ouvir através dele e as vozes daquelas que não foram se deitar ainda , três delas compartilham o mesmo sentimento , o sentimento de ansiedade por saber que vai ter sua liberdade em dez minutos , as pernas tremulas seguem para a sela após a sirene tocar avisando que as selas se fechariam em menos de dez minutos

O choque se faz presente , passadas de mãos no cabelo , suspiros pesados e mãos tremulas ,era tudo uma tentativa de afogar a vontade de pedir ajuda e apenas engolir a verdade do medo

L – poha poha ... – lauren sussurra ,olhando Macarena branca

A – acorda , acorda merda – alex sacode repentinas vezes o rosto de Rubia , ajoelhada sobre o chão vermelho

Paiper não consegue olhar a cena ,andando em círculos enquanto fica vidrada  no relógio em seu pulso contando os segundos

P – cinco minutos pra dar sete horas

Lauren sem pensar duas vezes arranca em um puxão só o lençol de sua cama e o rasga em tiras,  se ajoelha sobre o sangue, deixando suas calças da cor carmim , para amarrar as tiras no pulso de Macarena

L – me ajuda aqui – ela fala enquanto tenta levantar o corpo mole de Ferreiro , Alex vai ao seu encontro pegando as pernas – toma – ela diz entregando a arma que estava em sua cintura para Paiper

P  – que ?pra que isso ? – ela diz sussurrando  enquanto cata a arma

L – pra enfiar no cu – Lauren diz irônica – pra você atirar , pra o que seria ?

P – nada disso, o plano era você ir com a arma , eu nem ao menos sei atirar – Paiper diz estendendo a arma de volta

A – amor ... – Alex tenta ser o mais gentil possível -não ta vendo que ela ta levando a Macarena comigo ? pra tudo na vida tem a primeira vez , agora anda coloca na cintura

P – e se disparar na minha cintura ? eu vou ficar sem perna ?  – ela diz com os olhos arregalados

A – não vai disparar, confia em mim

P – eu fui confiar em você e olha onde estamos

L – chega poha , isso e hora pra ficar tendo briguinha de casal ? você vai levar e ponto final , se ta na chuva e pra se molhar e alem de que já estamos na merda porque se ela chegar morta lá em cima a gente morre , se deixarmos ela a gente morre e bem capaz que se ela chegar viva a gente morre também porque a Zulema  é  louca

Paiper coloca a arma na cintura a tampando com o casaco que estava vestida , as quatro esperavam tudo começar , em um estrondo as luzes se apagam ligando as luzes vermelhas de emergência, as presas começam a comemorar e abrir as celas novamente saindo para o centro do bloco , as três fazem o mesmo se enfiam no meio da multidão e recebendo alguns olhares estranhos por estarem ensanguentadas e carregando Macarena nos braços , como planejado as três começam a gritar incentivando as presas a continuarem  , assim que os guardas vêem que perderam o controle falam no radio para fechar os portões do bloco e saem pelo mesmo

" Meu Mar De Confusões " - ZurenaWhere stories live. Discover now