13. Quando a música te leva em direção a uma noite de rock.

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Desorientado e um pouco receoso, desvio meu olhar para o veiculo, ele é absurdamente bonito e elegante. A cor preta entra em conflito com minha atenção, porque tudo o que eu faço é tentar encontrar feições familiares através da janela, é impossível. O vidro é refletivo.

Então, eu entro em uma reflexão. Encaro o Avatar por um tempo valioso, esse ainda nos permitiria simplesmente correr como selvagens pela rua, fugindo do que quer que seja, no entanto, não é isso que acontece. Continuamos parados, ao aguardo do que poderia ocorrer.

As portas destravam, a janela desce.

A face de Yoongi aparece sendo iluminada pela pouca luz da rua e também do carro, ele inclina a cabeça para o lado, avaliando-nos.

— Entrem.

Vante me observa com cautela, mas o faz depois de analisar o garoto gibi. Olhos atentos miram em minha direção, eles pertencem a Yoongi. Seguem até que parem em Taehyung, meu melhor amigo guarda o celular no bolso e se aproxima do carro esportivo, eu ainda permaneço parado.

Quanto é seis × vinte? Eu não saberia responder.

Estou achando isso tudo tão repentinamente sinistro que se colocarem Jason Voorhees em minha frente, eu farei amizade com ele.

— Aê, loiro, está a um passo de chover. Se puder ser rápido, todos nós agradeceríamos. — Escuto a voz de Yoongi.

É ela quem me puxa de volta a realidade. Caminho em direção à porta traseira, Taehyung se mete no banco do carona, esse sem vergonha. Abro a porta, entretanto, um susto cresce em mim quando vejo Lalisa sentada no banco em que eu sentaria.

Com os olhos fechados, pele pálida e o semblante tão sem vida, a garota não parece notar novas presenças. Eu recuo, fechando a porta com cuidado. Dou a volta no carro e entro pelo lado que está vago, me aposso do banco ao lado de Lisa, fecho a porta e puxo o cinto, passando-o por meu corpo.

Minha mão, em um ato desligado de minha parte, toca a palma da mão de Manoban e, naquele momento, ela faz jus ao apelido bobinho que eu havia lhe dado. Branca de neve. Lisa está extremamente gelada, o que condiz com a cor de sua pele, bem é algo que essa garota não está. Assusta-me o modo com o qual ela mantem os olhos fechados, rosto inclinado para o lado, nem ao menos parece respirar.

— Ela está doente. — Avisa.

A situação pedia socorro, eu me via querendo tocá-la para garantir que ela despertasse e estivesse com os sentidos em ordem, todavia, não sabia o que a mesma tinha.

— O certo não seria levá-la ao hospital? — Indago, baixo. Meu foco ainda é a menina.

— Ela precisa de energia, solo. — Yoongi é direto, eu dou de ombros.

Minhas tentativas são falhas em desviar meu olhar – agora atento, desperto, curioso e um pouco invasivo, de Lisa. Provavelmente, adormecida, talvez medicada, eu não sei. De qualquer maneira, eu ignoro o som do carro vagando pelas ruas, porque insisto em investigar cada mínimo detalhe em quem está ao meu lado.

O silêncio soa gritante para mim, minhas mãos descansam sobre minhas coxas cobertas pela calça de couro, eu passo minhas unhas curtas pela peça, arranhando-a, descendo até meus joelhos. Meu inferior é mordido a cada vez que me pego soando de nervoso e espiando, pelo canto de olho, Lalisa.

— Esse caminho... — Ouço um murmúrio por parte de Taehyung. — É o da boate. Como sabe para onde estamos indo?

Subitamente, a atenção de Vante escapa para o garoto que dirige. Enquanto ele parece não dar a mínima para o fato de estarmos ali, Taehyung está com as sobrancelhas arqueadas, parece investigar cada pequeno detalhe no rosto tatuado de Min Yoongi.

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