24 - Raiva, chá e dragões

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Quando Alastor o chamou para tomar chá, Neville se sentia completamente aéreo, os pensamentos machucavam e o medo e insegurança eram constantes, a aula não foi bem apreciada. Não sabia o que o professor queria consigo, mas foi.

Ele chamou para o escritório privado e sentou na mesa convidando o jovem a fazer o mesmo.

– Desculpe se peguei pesado com você na aula... eu não achei que lembrasse... sabe... do que aconteceu. – ele disse invocando o bule de chá de porcelana branca e as xicaras, chamou um elfo do castelo e pediu biscoitos.

– Eu... eu não lembro..., mas... mas... as pessoas falam e isso meio que ficou na cabeça como se eu lembrasse... – ele estava rígido na cadeira, seus dedos tremiam enquanto ele pegava o chá.

– Para compensar minha falta... vou te dar uma coisa – ele fez um movimento com a varinha e um livro de aspecto envelhecido pousou diante do Longbotton. – soube que gostava de plantas... como seu pai... espero que goste.

– Meu pai gostava de plantas? – o mais jovem perguntou fascinado, o livro era raro e muito detalhado: "Plantas aquáticas dos lagos da Escócia" ele poderia estudar as do lago negro com mais precisão, ele sorriu agradecido.

– Err... – Moody pareceu nervoso por alguns segundos e tomou o chá em um gole longo. – Ou seria sua mãe? Minha mente já não é como era antes...

– Eu entendo... – Neville não comentou nada, pensava ser um engano do professor, afinal seu pai e sua mãe foram aurores e nenhum deles gostava minimamente de plantas, ao menos era o que sua avó falava.

– Aproveite o livro Longbotton e caso precise... não sou nenhum especialista, mas se quiser conversar vou estar aqui – ele falou tomando mais um gole longo de chá e Neville sorriu, tomando um gole do seu e provando um dos biscoitos que o elfo trouxe.

Foi uma tarde... diferente..., mas não foi ruim.


******


Harry estava na aula de poções quando batidas atrapalharam a explicação de Snape. Uma menina de cabelos loiros-acinzentados e encaracolados entrou e seus olhos focaram diretamente no Sonserino. Eram heterocromáticos, um azul brilhante e um lilás meigo, sua voz era doce.

– Professor Snape, o diretor solicita a presença de Harry Potter, é referente ao torneio.

– Eu estou no meio de uma aula, não há como ser depois?

– Eu acho que não, Bagman chamou pessoalmente.

– Tudo bem, Potter pode ir.

O menino levantou sem a menor animação e seguiu a menina para fora da sala. Os corredores estavam quase vazios e ambos os passos eram leves. Harry achava muito mais interessante do que pensar na droga do torneio olhar o lacinho preto que enfeitava os fios cinzas da garota que parecia tranquila.

– Você sabe o que exatamente vão querer comigo? – ele perguntou inseguro demais, não gostava mesmo de ser obrigado a participar disso.

– Desculpe, não sei... me falaram apenas para chamá-lo. – Harry demorou a perceber que era uma Sonserina, lembrava vagamente de tê-la visto na mesa.

– Qual o seu nome? – perguntou para distrair a mente.

– Me chamo Catherine Avery. – ela respondeu com um sorriso amigável e parou diante de uma porta, batendo delicadamente e entrando com Harry quando foi autorizada. – Harry Potter, como me pediram.

Ela se despediu enquanto saía pela porta e Harry se viu impossibilitado de ignorar o torneio. Na sala estava o Diretor, uma mulher lábios pintados de vermelhos e olhos como de um falcão colados em Harry, Bagman, Fleur, Cedrico e Krum estavam ali também, curiosos para o que aconteceria, e... Olivaras, ele mantinha um sorrisinho tranquilo.

Seja um bom garoto HarryWhere stories live. Discover now