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Podia ouvir as sirenes soando ao longe, minha visão escura, minha voz presa na garganta, sem querer sair. Eu podia sentir os cacos do vidro em meu corpo, e doia só de pensar em me mexer. Sofia chorava no banco de trás, depois disso a escuridão veio.

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Ao abrir meus olhos a claridade me cegou momentâneamente e eu só ouvia vozes gritando:

- MAIS UMA BOLSA DE SANGUE - gritou uma voz distante.

Minha garganta está seca, quero gritar, mas não consigo. Tudo começa a girar. E eu apago novamente.

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Abri os olhos devagar, tentando me acostumar com aquela claridade infernal. Alguém pode apagar a merda da luz?

- Ele acordou! - ouvi uma voz dizer, eu não conseguia me lembrar de quem é essa voz tão familiar. Mas me trás conforto. - Vou chamar a enfermeira. - É uma mulher.

Enquanto a moça sai do quarto tento focar minha visão em um ponto aleatório do teto que não me cegue.

- Ei, cara, evita fazer esforço. Vocês sofreram um acidente feio. - Me esforço para tentar levantar a cabeça e enxergar o dono da voz. Um homem

- Quem é você? - depois de um esforço sobre humano consigo falar algo.

- Noah, seu melhor amigo, o médico bem falou que isso poderia acontecer. Não esquenta, daqui a pouco você começa a lembrar.

- Olá rapazes, como está se sentindo senhor Beauchamp? - fiz um sinal de sim com a cabeça. - Que bom, se você seguir tudo direitinho logo logo estará livre dos equipamentos. - após checar aquele monte de aparelho ela me deu um pouco de água já que meus movimentos estão limitados. Ela também ajustou minha cama de modo que eu fique sentado.

- Obrigada. - agradesci com minha voz que antes estava por um fio melhorando. Mas ainda uma merda.

- De nada. Qualquer coisa só apertar esse botãozinho aqui. - assenti com a cabeça e a enfermeira saiu da sala.

Ficamos em silêncio por longos dez minutos, até que como mágica eu comecei a lembrar das coisas.

- Heyoon? Noah?

- Sim. Você está lembrando? - falou a coreana com sua voz doce, exatamente como eu me lembrava.

- Acho que sim, as memórias estão voltando aos poucos, mas eu ainda não entendi o porquê eu vim parar aqui. - eles se entreolharam se perguntando internamente se me contavam ou não.

- Você sofreu um terrível acidente de carro... - Heyoon segurou o choro. E ao ver aquela primeira lágrima escorrendo de seu rosto que eu me lembrei. Any e Sofia. Cadê elas?

- Cadê a Any e a Sofia? - Heyoon ficou nervosa. E Noah lhe lançou um olhar de apoio, o que diabos aconteceu com elas?

- Josh. Isso não é fácil, mas eu preciso que você tenha forças. A Sofia está bem, como ela estava no banco de trás não ficou muito machucada...

- Quanto tempo eu fiquei desacordado? - cortei Noah.

- Uma semana.

- Noah. - ele olhou nos meus olhos e pude ver seu desespero - NOAH CADÊ A ANY?

- Ela está em coma Josh. Os médicos não tem previsão de quando ela vai acordar.

Talking to the moonWhere stories live. Discover now