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Nathália Gomes

Sabe o que mais engraçado, depois que O Victor "assumiu" a paternidade do meu filho, que aliás que ainda não tem nome, por sou muito indecisa, eu sinto que as pessoas me olham ainda mais, parece que tenho um letreiro brilhante na minha cabeça. Se a tentativa dele foi as pessoas pararem de me encarar, ele errou redondamente. Mas agora eu estou aqui no grupo de apoio escutando relatos de outras garotas, na mesma situação ou piores do que a minha. Depois da conversa eu sigo para a mesa, onde sempre tem algum lanche para nós, estou me servindo até que percebo a presença de alguém do meu lado, eu olho para a direção e percebo que é Rebeca, ela também está grávida, mas diferente de mim, ela já está 37 semanas, o seu bebê é uma menina e vai se chamar Ana Júlia, sim que nem a música dos Los Hermanos, ela me dá um pequeno sorriso.

-Oi! - diz

-Oi! - respondo com sorriso.

-Fico feliz que você tenha voltado às reuniões! - diz para mim.

-Sim, eu me senti bem aqui, sinto que aqui posso desabafar sem ser julgada. - digo para ela.

-E aí descobriu sexo é seu bebê? - pergunta.

-Sim, é um menino. - e passo a minha mãe na minha barriga que a cada dia está maior.

-E já tem nome? - pergunta.

-Ainda não... - eu rio de nervoso. - Acho que vai ficar sem nome. - digo tirando sarro de mim mesma.

-Garota não fica assim, eu demorei para escolher o nome da minha também, é difícil, ter que escolher um nome que pessoa vai usar pelo resta da sua vida. - diz tentando me animar.

-Obrigada! - digo.

-E como estão as coisas? Na última sessão você disse que o pai não queria assumir. - diz para mim.

-Na mesma... quer dizer mais ou menos. - falo

-Mas o que aconteceu? - pergunta.

-Então antes de descobrir que estava grávida, eu estava ficando com um cara e depois que descobrir a gente parou de ficar, mas algumas semana atrás ele comprou um berço e na faculdade ele disse que meu filho é dele, isso me deixa confusa sabe! - digo. - Eu não sei o que ele quer...

-Mas o que você quer Nathi? - pergunta Rebeca.

-Eu sinceramente eu não queria me envolver com ninguém, mas sabe ele tem me apoiado tanto e me sinto mais segura perto dele, fora que ele é muito gostoso e quando eu vejo me sobe um fogo. - digo a ela, e Rebeca dá risada.

-Mas Nathi você está esperando pelo que para ficar com ele? - pergunta. - Se eu fosse você eu estava dando horrores para ele. - completa.

-Mas eu não acho certo me envolver sabe. - digo a ela.

-Nathi só escuta uma coisa, pelo que você me disse ele não está nem aí de você está grávida, ainda mais assumindo um bebê que nem é dele. Se eu fosse você eu iria dar uma chance, porque antes de sermos mães, somos mulheres! - diz Rebeca. - Se você está afim fica com ele garota. - completa ela. Eu fico pensando sobre o que Rebeca disse, será que devia dar uma chance? Será que ela vai estar lá por mim quando eu precisar? Eu sinceramente eu não sei, mas eu não der essa chance eu nunca vou saber.

Depois da reunião eu voltei de Uber para casa e quando eu cheguei só tinha o JP assistindo o filme Procurando o Nemo, eu sento ao seu lado e olha para e dá um sorriso.

-E aí! - ele me diz.

- Oi, cadê o pessoal? - perguntei reparando que a casa em está em silêncio.

-A Jes e o Lucas foram fazer o mercado, Lu ainda não voltou do hospital, o Lipe foi dar uma corrida e Victor deve estar dormindo. - diz ele.

-Eu não sabia que você gostava de desenho. - digo para ele.

- Eu adoro animação porque a gente sempre pode tirar alguma coisa da história. - diz ele, eu olho para ele segurando minha risada. - O que foi? - pergunta para mim.

-Sua resposta. - digo a ele.

-É sério! - diz ela para mim. - Pensa só sobre a história do Procurando Nemo, o pai representa o medo da mudança, gosta de lugares que conhece, pois ele fica preso ao passado, o Nemo é representação do jovem que sempre busca algo além e quer descobrir o mundo, e a minha personagem favorita a Dori, ela tem uma persistência de continuar a "nadar" mesmo não sabendo para onde vai, porque ela tem problema com a memória curta. - diz ele.

-Nossa eu nunca pensei por esse lado. - digo para.

-Eu acredito que como um reflexo na nossa vida, a gente começa como o Nemo, depois vamos para Dori e aí chegamos ao pai. - diz ele.

-Eu não sabia que era tão profundo assim JP. - digo rindo a ele.

-Viu sempre podemos surpreender as pessoas. - diz ele dando risada, então deixo um beijo na sua bochecha e vou me arrumar tomar um banho. E quando eu estou debaixo da água eu penso no que o JP me falou, de repente eu deveria ser que nem a Dori, apesar das coisas não ter acontecido como eu tinha planejado, deveria continuar a nadar. Eu sei que ando bastante confusa em relação a tudo e principalmente em relação ao Victor, mas acho que a Rebeca tem razão eu sou mulher e tenho minhas necessidades, será que eu chego e falo que eu quero ficar com ele de novo? Nossa eu pareço uma adolescente quando tem um crush e dou risada de mim mesmo. Eu saio do banho e vou no quarto me arrumar, e quando fico pronta, vou em direção a sala, mas ao sair do meu quarto Lucas me ataca.

-Nathi! - chama ele. Eu viro e vou até ele.

-Sim! - respondo para ele.

-No dia 10 de abril a Jes está aniversário, o pessoal quer fazer uma festa surpresa para ela. - diz ele em um tom baixo.

-Ok! - digo e ele, vamos juntos para a sala, chegando lá o pessoal estava animado fazendo a janta, então eu observo Victor, ele está muito gostoso de calça de moletom e sem camiseta, se existia alguma dúvida sobre eu querer ficar novamente com ele se foi no momento que ele me viu e deu o seu melhor sorriso de molhar calcinha.

Todos os motivos para te amarOnde histórias criam vida. Descubra agora