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Nathália Gomes

Cinco semanas depois...

Já tinham passado algumas semanas desde o encontro mais desconfortável com a prima de Victor e seu marido, o Rodrigo. Mas uma coisa que eu não podia negar era que essas semanas foram muito boas, principalmente em relação a mim e Victor, parece que nos conhecemos há anos, eu nunca me senti assim por ninguém, só de olhar para ele meu coração parece que vai parar. E outra coisa que estava me animando muito é que eu já estava entrando 29 semanas, isso quer dizer que logo que só faltava três meses para o meu bebê nascer. E sinceramente não via a hora dele nascer, eu já tinha decido pelo parto natural humanizado, então provavelmente não será minha médica que vai fazer o meu parto e sim o médico que vai estar de plantão, e também escolhi o hospital, seria o mesmo que a Lu trabalha como enfermeira, eu, Victor e minha mãe fomos lá semana passada, nem vou comentar a felicidade que minha mãe ficou quando levei o bonito lá em casa para um almoço. Para minha mãe, ser uma mãe solo ou como ela diz "mãe solteira" é de certa forma imoral, pois para ela é inadmissível que um filho não tenha a figura do pai e da mãe juntos, é um pouco tradicional e atrasada é, mas é minha mãe né!

Outra coisa que aconteceu foi que nessas últimas semanas JP e minha melhor amiga, assumir um ficar sério e segundo ela é um pré-namoro, eu já disse para ela que os dois estão só de enrolação, mas quando eu falei isso ela falou que eu o Victor estamos na mesma situação, que não adianta falar dela e do JP, porque é o sujo falando do mal lavado. Então seguimos uma tirando a cara da outra. O meu celular desperta uma segunda vez, me tirando dos meus devaneios, eu olho para o meu lado e vejo Victor dormir pesadamente, o seu rosto parece tranquilo, e ultimamente ele tem dormido comigo aqui no meu quarto, Lipe já faz vários comentários que ele finalmente tem um quarto só para ele. Victor apenas ignora as alfinetadas de Lipe e não me importaria que Victor se instalasse de forma definitiva no meu quarto, fico admirando o seu rosto.

-Me olhando assim, parece aqueles psicopatas, devo me preocupar? - pergunta ele com um sorriso no seus lábios e com os olhos ainda fechados.

-Sim, qualquer dia eu vou te acordar com muitos beijos! - digo e aproximo meu rosto com dele.

-Não me importaria que eu acordasse assim... - diz e abre lentamente os seus olhos.

-Nem que fossem beijo da morte? - pergunto arqueando uma das minhas sobrancelhas.

-Se eu fosse morrer agora morreria feliz! - diz e dá um selinho que logo se transforma em um beijo mais profundo, Victor se posiciona em cima de mim, mas não coloca o seu peso, por causa da minha barriga. Sinto suas mãos chegarem perto do short do pijama, mas somos interrompidos por batidas no meu quarto.

- Pode entrar! - digo alto para a outra pessoa que está posicionada do lado de fora do meu quarto posso escutar. Então a figura do meu irmão aparece ao abrir a porta.

-Não querendo atrapalhar os pombinhos, mas já atrapalhando.... - diz ele se encostando na batente da porta. - A gente tem faculdade e se não me engano eu e você Victor temos uma prova maravilhosa para fazer. - diz com um tom irônico. - Então levanta de uma vez! - diz e sai do meu quarto. Eu olho para o Victor e ele dá de ombros e então se levanta. E eu fico levemente irritada, pois ultimamente tenho sentido muito tesão, e agora que o Victor me atiçou os meus hormônios vai ser difícil eu não pensar em outra coisa.

-A gente termina mais tarde, o que a gente iria começar. - diz e deixa mais selinho nos meus lábios. Então decidi me arrumar de uma vez.

Com a chegada do último trimestre da minha gravidez minhas opções de roupas estão cada vez mais escassas, então me limito a vestir um vestido longo e sandálias rasteiras, prendo o meu cabelo em uma trança raiz e sigo em direção a mesa do café de manhã, então ao chegar me serviço um suco e como um cereal. Quando eu todos estávamos prontos, todos seguimos para os carros e fomos para faculdade e como sempre Victor me leva até o meu bloco.

A aula foi tranquila, eu e Luiza fomos almoçar juntas, pois já havia algumas semanas que não fazia mais isso, perguntei como estava os seus pais, e ela perguntou como andava as coisas com o Victor. Falei sobre a minha escolha de parto e aproveitei para dizer como estava as reuniões com o grupo de apoio, depois que terminamos o nosso almoço ela me levou até o meu serviço, ao chegar lá cumprimentei os meus colegas de trabalho, estava analisando algumas licenças, quando recebemos o seguinte aviso.

-Alguns superiores da empresa vão fazer uma visita hoje, então todos devem estar fazendo os seus afazeres corretamente. - diz o rapaz que veio nos avisar. Depois de alguns minutos escuto a porta da nossa sala se abrir, e ao me virar vejo a figura de Rodrigo junto com alguns pessoas que não reconheço, os nossos olhares se encontram, ele me encara e então eu sinto um arrepio na minha espinha, disfarçadamente ele se aproxima da minha mesa, e deixa no quanto dela, perto do porta lápis um papel dobrado em duas vezes, minha respiração estava sufocante, como a qualquer hora meu pulmões simplesmente deixassem de fazer sua função, no momento seguinte que ele se afasta da minha mesa eu pego o papel que ele havia deixado na minha mesa, espero todos eles saírem para eu abrir o bilhete.

Depois de alguns minutos os quatro homens saíram, e os meus dedos desesperadamente abriram aquele maldito papel, haviam apenas um uma simples farse "Me encontre no final do seu expediente vou te esperar dentro do meu carro" em letra cursiva e bem desenhada, meu coração estava inquieto, uma parte de mim dizia que era para mim ignorar o seu bilhete e mas outra parte estava se corroendo de curiosidade sobre o que ele queria falar comigo, será que ele seria capaz de fazer alguma coisa contra mim? Essa inquietação perdurou até o fim do meu expediente, minhas pernas ficaram bambas no momento que cheguei na frente do prédio e logo adiante ao ver o carro do Rodrigo estacionado e ele pude ver ele pelo vidro aberto. Eu respirei fundo e segui até o carro, abri a porta e sentei ao seu lado.

-Eu não sei o que você quer, mas fale de uma vez! - digo tão rápido, e sinceramente eu não sei se o Rodrigo conseguiu entender, então ele me olha com sua maior cara de cético, e dá um sorriso de canto. -Vamos, diga de uma vez o que você quer? Meu irmão não deve demorar muito para aparecer... - completei. Rodrigo olha para o meu rosto e depois para minha barriga, e não sei, mas eu tenho a sensação que devo proteger o meu filho que está dentro de mim, e coloco minha mão em cima da minha barriga.

-Você é mais esperta do que eu pensei, usar o filho do irmão do meu sogro para assumir essa criança. - diz e olha novamente para frente. - Ou será que quem está usando é ele e não você? - diz e eu fico confusa com sua provocação. - Pelo seu olhar, você não conhece o Victor né?! - pergunta com tom provocativo.

-A única coisa que devo saber sobre ele é, que ele é um homem que você nunca vai chegar aos pés. - digo e faço a menção de sair, mas ele nos tranca dentro do seu carro e nesse momento sinto que sou uma estúpida por estar aqui.

-Eu só vou dizer uma única coisa, Nathi. - diz, Rodrigo leva uma das suas mãos ao meus rosto, mas quando o seus dedos tocam minha pele eu desvio. -Victor não é esse homem que você está pintando, um garoto mimado e que a única motivação que tem em sua vida é desafiar os seus pais, com atos de rebeldia. - Rodrigo olha para mim com um sorriso mais cínico que ele poderia ter. - O que poderia ser mais provocativo, para pais como os deles, ele aparece um uma garota com uma classe inferior e grávida. - diz ele.

-Eu não acredito em você! - digo, mas eu sinto meu coração apertar.

-Se não acredita em mim, pede para aquela amiga dele como é o nome dela mesmo... - franze sua testa dando para atender que está tentando lembrar o nome. -Ah claro a Jes!

Ele destranca o seu carro eu sem pensar duas vezes saio dele, e atravesso a avenida, o meu coração está tão apertado que mal consegue bater direto, será que o Rodrigo está me dizendo a verdade? Será que o Victor seria ser capaz de fazer isso comigo, minha mente está uma confusão é como se a gravidade que estava me segurando na terra estivesse se esvaindo, fico com meus pensamentos até que escuto o som da buzina do cara do meu irmão ao meu lado, o seu rosto está um pouco preocupado, eu me aproximo do carro e abro a porta e sento ao seu lado.

-Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele desconfiado.

-Não, nada aconteceu.

Todos os motivos para te amarKde žijí příběhy. Začni objevovat