Os Dois lados da moeda I

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Minha vida nunca foi fácil. Hoje com meus 17 anos, me orgulho de ter conseguido alcançar o trono.

Em um reino onde as famílias lutam para conseguir o direito da sucessão, meu sucesso foi algo inesperado. O último membro da família Aster.

Meus pais e o restante de minha família foram mortos há 9 anos atrás. As memórias do sangue de meus irmãos e meus primos sobre o chão de nossa casa ainda me assombram.

Demônios. Eles eram o maior mal atualmente em toda Procástia. Quando pensamos que tudo estava andando para a paz, algo vem e desestabiliza tudo.

Matteo informou sobre o que estava acontecendo. O que viria pela frente.

A escuridão presente em seus olhos devido a preocupação só me promoveu mais preocupações. Se ele, o humano de mil anos, está preocupado com o que virá, acho que posso me desesperar, não?

Respiro fundo enquanto observo da sacada de meu quarto a imagem de meu reino: Gaia.

— Se tudo continuar desta forma, ficarei de cabelos brancos antes de chegar aos 19.

Ouço um leve toque na porta.

— Entre!

Fecho o manto que permanecia sobre meus ombros ocultando meu abdômen nu.

Selene, minha conselheira, entra e me reverência antes de me encarar.

— Vossa Majestade.

— Por favor, traga-me boas notícias.

Pela sua expressão nada de bom viria.

Caminho em direção à cama sentando-me derrotado.

— Diga.

— O Rei Erion enviou um mensageiro. Ele exige entregar uma mensagem direta do Rei de Óros.

Estalo a língua frustrado e saio de meus aposentos desembanhando minha espada.

O manto flutuava conforme meus passos apressados desciam as escadas em direção ao salão principal.

Meu olhar irritado ignora as pessoas que me reverenciam e apenas foca nas portas do salão.

Com um único movimento abro as portas violentamente e percorro meus olhos pelos soldados ao redor de um homem franzino, até mais que eu.

— Então ele decidiu conversar? — Digo.

Caminho firmemente em direção ao homem que me analisava de cima a baixo.

— Tenha modos perante o nosso Rei. — Um soldado exige, mas interrompo sua ação.

— Eu não sou o rei dele. Não me deve reverência nenhuma.

Um leve sorriso surge na face do homem, que logo faz uma pequena mesura em respeito.

— Chamo-me Hendrik. Venho em nome de Erion, o Rei governante de toda Anun. As notícias de que era um Rei muito jovem realmente são verdadeiras.

Ergo meus olhos em direção ao homem, desconfiado.

— Não veio aqui falar de minha idade, veio? O que seu rei quer? Já não basta ter que nos roubar rotineiramente?

Caminho em direção ao trono, mas meu corpo retesa ao ouvir o homem.

— Meu rei desafia o reino de Gaia para uma guerra decisória. Quem vencer se submeterá ao outro.

— Que afronta! Nunca nos submeteríamos à bárbaros como vocês de Anun. — O comandante se pronuncia gerando uma expressão de raiva no mensageiro.

O Humano - EpífaneWhere stories live. Discover now