O Rei dos escravos

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As minhas asas cortam o ar violentamente. O caminho até a pequena vila dos Mernins foi tranquilo mantendo-me sobre as nuvens e evitando que qualquer indivíduo me visse no alto.

Lembro-me das imagens que o pequeno mernin me mostrou, e consigo entender onde sua vila fica exatamente. Entre o reino Humano e um pequeno reinado, de um humano, que se negou a seguir os comandos de Elliot.

As lembranças do mernin eram vívidas e possuíam toda a informação sobre a situação atual do reino humano.

Elliot está tentando criar uma relação amigável com o reino de Hugus. Mas o custo disso estava sendo alto demais.

Forço meu enorme corpo a descer pelas nuvens, retraindo minhas asas até estarem unidas ao meu tronco.

A imagem da vila e dos inúmeros soldados de Hugus no local não me intimida e logo giro meu corpo e volto a minha forma humana caindo brutalmente no chão.

Os soldados ficam confusos e se preparam para atacar qualquer coisa que saísse da nuvem de terra.

Meus olhos encontram os dos soldados que permanecem me encarando e esperando qualquer atitude.

— Este é um território do Reino de Fallus. Sob a ordem do Rei Hugus, peço que se retire.

Um soldado se pronuncia e eu apenas volto meu olhar para os Mernins que haviam parado o trabalho pesado para observar a cena.

— Eu darei tempo para que saiam tranquilamente daqui. Retirem suas armas e soltem as correntes dos Mernins.

Alguns soldados gargalham.

— Acha mesmo que pode forçar o nosso reino de largar os escravos? Eu conheço pessoas como você, que acham que não devemos utilizar o que conquistamos.

— Você fala como se os Mernins fossem objetos. Como se tivesse o direito de agir dessa forma.

— E temos. Somos mais fortes e eles são vermes que não sabem nem mesmo a diferença entre merda e comida.

— É interessante a sua forma de pensar. Já que vocês são mais fortes que eles, e possuem o direito de fazer o que quiser com eles, acho que então eu posso fazer o que quiser com vocês.

Sorrio e encaro os soldados. Meus olhos começam a arder, sentindo as veias tomarem conta do meu rosto.

Assustados os soldados miram em meu peito, porém era algo inútil.

Caminho em direção a um soldado enquanto ele observa as armas que seu batalhão possuía se desfazer como terra em suas mãos.

Fico diante de seu olhar surpreso.

— Sugiro que saiam logo daqui, antes que eu perca a paciência.

Os soldados ficam parados mesmo diante de minha ameaça.

Fecho meus olhos controlando a ira que crescia.

— Muito bem. Se é assim que querem.

As máquinas que os soldados usavam como fronte nas batalhas começam a direcionar seus canos e suas notas em minhas direção.

O primeiro disparo percorre o ar e corta uma árvore ao meio antes de alcançar meu corpo. A densa bola de energia estagna na palma de minha mão. Confesso que esse tipo de atenção era desnecessária neste momento. Mas esses idiotas só irão sair daqui se ficarem com temor ao ver o meu poder.

Absorvo a energia e conto, ao girar meu corpo no ar, a quantidade dos veículos espalhados entre as árvores.

Em um movimento de braço os veículos começam a se desfazer. A poeira de ferro de seus chacis rodopiam ao meu redor.

O Humano - EpífaneWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu