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☁︎︎
MILLIE BOBBY BROWN.


o vento frio que passava ali me causava pequenos arrepios, mesmo que eu estivesse com duas blusas e um casaco. o inverno deste ano estava sendo rígido, até demais e isso era uma coisa que eu não gostava. por que existia a neve? o verão não é bem melhor? odiava aqueles flocos pequenos caindo do céu e grudando na roupa. um dia ensolarado, sem nenhuma nuvem no céu, ah sim, esse seria meu dia perfeito. mas meu dia não estava sendo nada bom, principalmente quando ouvi um grito estrondoso do outro lado da linha.

— você está me ouvindo? millie, a gente está aqui faz meia hora. vem logo ou...esperem! a millie está chegando.— ela abafa o som do celular e eu suponho que a mesma esteja falando com um dos garotos. eu e meu grupo de amigos havíamos combinado de almoçar juntos, após a escola, já que o almoço de lá era uma gororoba fria e sem sal. mas tudo começou a dar errado no primeiro horário de aula.

horas antes.
☕︎︎

o som irritante da campa tocou, indicando que o primeiro horário havia começado. entro na sala apressada, com uma desculpa bolada em minha mente para justificar meu atraso. felizmente a professora sequer notou que eu estava ali, então eu fui para o fundão, como eu sempre faço nessa aula entediante de literatura. me concentro em dormir, tentando ignorar o barulho dos outros alunos ao meu redor. e quando eu estou quase pegando no sono, a campa irritante toca novamente, fazendo com que os alunos se dissiparem rapidamente. o tempo havia passado rápido assim? pra completar minha irritação, a professora boboca começou a gritar meu nome.

— millie brown? millie bobby brown? preciso que você fique aqui para que nós conversemos. — pego meus livros e me sento a cadeira em frente a mesa da professora.

— você dorme em todas as minhas aulas, não interage, não participa e não faz os trabalhos que eu peço. e também está sem nota do mês de outubro. por isso vou lhe dar uma última chance. a escolha é sua, vai fazer o trabalho que eu passar ou quer ficar de recuperação em literatura? — bufo e confirmo com a cabeça, imaginando o saco que seria ter que fazer aquele trabalho, mas é melhor fazer do que minha mãe me passar uma bronca depois.

— certo. quero que você leia um livro. qualquer livro do seu interesse. eu sei que você não tem muita...— ela parece pensar em alguma palavra. — disposição para ler. por isso vou facilitar para você. leia algum romance criminal de Agatha Christie ou até mesmo um livro sobre as lendas arturianas. qualquer um, mas por favor, leia e me traga um resumo dele, falando o que você achou. me entregue o trabalho até a véspera do natal. — a mulher diz, me dando uma piscadinha e colocando seu óculos no rosto novamente.

— mas por que ler? é tão chato. não é mais fácil assistir alguma adaptação do cinema? — ela soltou um leve sorriso.

— ler nos leva a lugares incontáveis e inimagináveis. das profundas profundezas até o mais claro e mais brilhante raio de sol. — será que aquela mulher tinha saído de um livro? ficava dizendo frases "sábias" e complicadas. — ah, vá a Saint Johns bookstore. eles tem ótimos livros lá.

☕︎︎.
agora.

e por causa daquele estúpido trabalho, eu estava parada em frente a tal da biblioteca que Ms.Geller havia me recomendando. empurro a porra de vidro escrita "open" em letras verdes e brilhantes sem demora. queria fazer aquele trabalho o mais rápido possível para me livrar logo. o lugar era revestido por madeira escura, tinha um cheiro de folhas novas misturado com um aroma de café. havia algumas poltronas ao lado das grandes fileiras de prateleiras repletas de livros. estava praticamente vazio, havendo apenas uma senhorinha que eu julgava ser a bibliotecária, eu e mais uma mulher lendo um livro. sigo as placas que indicavam as sessões de livros e chego na sessão de romance criminal. eu definitivamente não gostava de ler e não sabia o por que as pessoas gostavam. ler me dava sono. e quando eu achava que ia morrer de tédio ali mesmo, minha atenção é atraída por uma cabeleira escura. tinha mais alguém ali? como eu não havia percebido? meu coração já batia aceleradamente e eu me lembrava das reportagens que minha mãe me mostrava. prendi minha respiração, indo sair lentamente, mas desisti quando a pessoa se virou
puta
merda.
isso é um anjo ou é um garoto? ele possuía pequenos cachos escuros, era bastante alto e com uma pele tão branca quando papel. suas orbes escuras me encaravam com estranheza. talvez pelo o fato de eu estar admirando ele a cinco minutos. se isso for um sonho, merlim, por favor, não me acorde. abro a boca para falar algo, mas nada sai. ele desvia o olhar para o livro que observava antes, na sessão de terror. respiro fundo, tentando criar coragem para chamá-lo. penso nas palavras e repito elas na minha mente. certo, essa é a hora. levanto o olhar para o local que o garoto estava e...ele sumiu? como assim? cadê ele? saio da biblioteca sem o meu livro e sem o garoto. bufo, pensando em quão irritante meu dia estava sendo. pelo menos encontrei aquela obra de arte, que foi um colírio pros meus olhos. pego um uber e vou até o Denny's, onde meus amigos me esperavam. Pago a moça e entro na lanchonete, ouvindo o sininho irritante ecoar. ando até o final da lanchonete e me sento em uma das cadeiras da pequena mesa, onde meus amigos se encontravam reunidos.

— finalmente a margarida apareceu. — sadie que estava sentada ao meu lado diz.

— pensei que não ia chegar nunca.— cylia reclama.

— leu a biblioteca inteira foi? — partridge fala.

— chega, eu nem demorei tanto assim.

— demorou sim. — eles dizem em conjunto e eu reviro os olhos. belos amigos esses que eu tenho.

— vocês já pediram?

— sim, por que se a gente fosse esperar você íamos morrer de fome.— dou o dedo do meio para Louis, que retruca me dando a língua.

a garçonete logo aparece e eu faço meu pedido.

— então, qual o livro que você escolheu? — a morena pergunta, ela sim gostava das aulas de literatura.

— nenhum, acabei me distraindo com outra coisa e esqueci do livro.

— desembucha.— cylia diz dando um gole em seu suco de maçã.

— não tenho nada pra falar ué. — me faço de sonsa.

— a gente sabe que se dependesse de você, só pisaria uma vez naquela biblioteca e nunca mais.— a ruiva ao meu lado fala e o garoto em nossa frente concorda.

— tá, tá. foi um garoto. ele era muito lindo e eu acabei me distraindo. acho que nunca vou ver ele de novo.— falo choramingando e mexendo meu cappuccino.

— ele era bonito tipo quanto? — a ruiva pergunta, com curiosidade.

— tipo muito. — dou ênfase no "muito" — hmm some a beleza do capitão américa mais a do thor e a do homem aranha, depois multiplique por 10.

— caralho isso tudo? — cylia me olha boquiaberta e eu confirmo com a cabeça.

— millie, ele era só um garoto bonito, têm milhares desses espalhados pelo mundo.

— não, você não tava entendendo. ele era lindo tipo surreal.— digo quase me exaltando.— e eu provavelmente nunca vou ver ele na minha vida de novo.

— quanto drama.— louis, a naja, me olha com deboche.— me paga 20 dólares e eu acho esse garoto em 10 minutos.

franzo a sobrancelha ao ver meu amigo querendo lucrar com aquilo. pra cima de mim? naninãnãnão.

— não estou tão desesperada assim. fora que eu posso muito bem dar uma investigada no instagram.

— você sequer sabe o nome dele? — solto um muxoxo, percebendo que sem saber o nome dele ficaria mais difícil.— quando você estiver sem saídas, pode me dizer que eu acho ele rapidinho.— louis diz me dando um piscadinha.

— gente, amanhã ainda ta de pé?— Cylia diz, nos encarando ansiosamente.

— o que tem amanhã? — louis, o esquecido, pergunta.

— conhecer o namorado da cylia e os amigos dele, lembra? — a ruiva ao meu lado fala.

— ah é mesmo.— o lerdo confirma.

— por mim tudo bem, tanto que vocês me deem carona.— digo dando de ombros e os meus amigos também confirmam.

— ok então, isso é bem importante pra mim então sejam educados.— a morena diz apontando para cada um de nós e nós três fazemos caras como se não soubéssemos do que ele estava falando. eu sei que nem que seja a última coisa que eu faço na vida, eu vou achar aquele garoto

AVISOS!

deixem a estrelinha pra eu continuar, é importante pra saber se vcs estão gostando ou não. volto logo, bjss

bookstore boy.+ fillie. Onde as histórias ganham vida. Descobre agora