Vez e outra

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Tenho andado meio distraída, perdida, inquieta para dizer o mínimo.
Tenho vagado entre fotos salvas desde que esse celular veio parar em minhas mãos, alterando memórias de estresse, alegria, euforia, comemoração e tristeza.
Esse ano perdi as contas de quantas vezes eu disse "eu odeio chorar", mas também nem sei dizer quantas vezes chorei deitada quietinha, nem só por fora, nem só por dentro.
A vida tá passando e eu não estou vendo, não tenho mais meus amigos tão pertinho de mim que me irrita com os barulhos repetitivos. Não tenho mais as árvores, as plantas, as flores e os dentes-de-leão que eu assoprava fazendo inúmeros pedidos. Não tenho mais anéis de hippie nem os sorvetes derretidos no calor do meio dia.
Agora sou eu, minha família e minha gata que vez e outra deita comigo para me fazer companhia.
Até onde você (ou vocês) acompanharam, eu lamentava ter perdido a vida que meus pais me davam juntos. Me descrevi em situações da qual eu me sentia horrível ou triste. E agora sinto falta do meu Ensino Médio e de tudo que ele me deu, todos os momentos e recordações, as pessoas que irei carregar pra sempre.
Eu me sinto triste, confusa e ansiosa. Sinto a todo instante um não pertencimento, quero estar lá e aqui, aqui e ali mais adiante.
Eu estou exausta, cansada e desconexa porque talvez, daqui algumas horas, dias ou meses a minha falta será de ficar aqui trancadinha com a minha família e minha gatinha que vez e outra troca de casa. Dizem que os animais se parecem com os donos e assim como ela, eu não sei em que casa estar.

Muito mais sobre mim - ConcluídoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora