EPISÓDIO O8: VISITA

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Durante as duas primeiras aulas da tarde, fico frustrado por não conseguir usar meu celular, já que o professor confisca todos eles assim que passa pela porta, os colocando dentro de uma droga de balde de pipoca que não faço a mínima ideia de onde ele possa ter arranjado. Só quando o sinal para troca de professores toca é que tenho a chance de enviar uma mensagem para Sean e ter certeza de que está tudo bem com ele. Passos o resto das aulas seguintes ansioso, batendo os pés insistentemente no chão e roendo a base das minhas unhas enquanto espero por uma resposta de Sean que só chega no final da tarde, quando entro em casa.

Está tudo bem, não se preocupe. Ele bate como uma criança. PS: Me desculpe te responder só agora. Estava tendo que lidar com a minha mãe e a histeria dela. Ela acha que vou perder minha bolsa.

Suspiro aliviado quando leio a mensagem e um sorriso logo toma conta dos meus lábios. Nem penso duas vezes antes de colocar meus dedos para trabalharem agilmente enquanto digito uma resposta.

Você é um bom lutador, mas espero que dê um tempo nessa coisa de querer ser o Jean Claude Van Damme. :*

Aperto enviar a espero alguns segundos enquanto encaro a tela, me sentindo um pouco bobo por achar que a qualquer momento ele me responderá de volta, mas minha atenção é chamada quando ouço o som de passos se aproximando da sala e ergo os olhos. Automaticamente escondo o celular atrás de mim, quando vejo Nana me encarando enquanto se aproxima. Seu olhar é desconfiado e me sinto como uma criança pega no flagra.

- Porque está escondendo o celular? – ela pergunta, colocando as mãos na cintura.

- Por nada, sua intrometida! – falo, apanhando minha mochila rapidamente e correndo para a escada.

- Evan! – Nana chama e paro nos degraus, me virando para ela em seguida.

- Não vou abrir o bico, Nana! – falo, logo voltando a subir a escada correndo, mas outra vez paro, no topo e volto a olhá-la. – A poderosa senhora Bennet já definiu o horário do jantar, hoje? – pergunto, com sarcasmo e uma expressão já conhecida toma conta do rosto de Nana.

- Seu pai teve que fazer uma viagem de última hora. Problemas com um dos restaurantes. Sua mãe decidiu acompanhá-lo. – Andreia fala e a encaro por um longo instante antes de dizer algo.

- Não é novidade, certo?

- Sinto muito, Evan. Seu pai parecia realmente chateado por ter que ir. – ela fala, mas sei que está dizendo isso apenas para fazer com que me sinta melhor.

- Claro que sim. Talvez seja por isso que não recebi nenhuma ligação ou mensagem dele. – digo, me forçando a sorrir e então me virando para sair em direção ao meu quarto. Mas quando entro, só tenho tempo de tirar os meus sapatos quando Nana dá três batidas na porta e em seguida coloca sua cabeça dentro do quarto.

- Será que posso entrar ou você vai jogar esse unicórnio em mim? – ela pergunta, apontando com os olhos na direção do meu abajur. Tento ficar sério, mas quando minha babá me olhar dessa forma, não há como não sorrir. Ela parece satisfeita e recebe isso com um sinal positivo, pois logo abre a porta e entra no meu quarto. – Sabe, também posso ser uma ótima companhia para jantar, sabia? – pergunta ela.

- Você está me sondando para pedirmos pizza, não é? – encara Nana seriamente e ela abre a boca de forma exagerada, como se estivesse muito ofendida.

- Quem você pensa que sou, garoto? – ela diz, tentando bagunçar meu cabelo, mas me esquivo enquanto dou risadas. – Aliás, você não parece tão chateado como a saída dos seus pais como eu esperava. – Nana diz e então me lança aquele seu olhar desconfiado. – Porque está com um bom humor? – ela pergunta.

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