Uma Conversa Franca e Honesta.

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Quando ele entrou no quarto, calei a boca. O soldado chegou bem perto de mim e cheirou meu pescoço. Fiquei quieta, esperando. Ele não tinha autorização para abusar de mim, mas podia acabar fazendo uma coisa ou outra, como apertar meus seios. E foi isso que ele fez.

-Agora eu entendo porquê uma máquina de matar daquelas viciou em você... Você deve ser muito boa, Kaya.

-Só faço meu trabalho, Senhor.

Ele sorriu, passando a língua pelo meu pescoço.

-Tâo gostosa... Uma pena que não posso fazer mais que isso. Eu ia fazer você gritar mais que uma cadela no cio.

Suspirei, o encarando.

-A quem eu tenho que servir, dessa vez?

-Soldado Invernal.

Eu percebi o cara estremecendo ao falar o nome dele. Se afastando de mim, apenas para me encarar de cima.

-Anda, ele não gosta de ficar esperando.

Esperei ele passar pela porta. Eu já sabia que o Soldado me tinha como... Amiga? Acho que era isso. E que odiava que alguém me tocasse.

-Ele também odeia que me toquem.

O cara parou na porta do quarto e virou lentamente.

-Você é a cadelinha dele, não?

-Sou.

-É claro... Para ele estar viciado assim...

-Eu posso deixar escapar, acidentalmente, que você vai me fazer gritar que nem uma cachorrinha no cio.

O cara estremeceu e ficou branco. Sorri, internamente.

-Você está muito abusada, não?

-Eu estou? Vejamos... Se eu deixar escapar, o Soldado vai vir atrás de você, certo? E se ele vier atrás de você, ele vai se descontrolar e ser obrigado a voltar para a criogênia. E sabe quem não vai ficar satisfeito com isso? Meu pai. E sabe porquê? Porquê ele precisa do Soldado Invernal. E se você for reclamar do meu abuso, meu pai vai me castigar, o que vai fazer o Soldado ficar muito chateado. No fim, de uma forma ou outra, assim que ele for para a criogênia, meu pai vai procurar o responsável por deixar os amigos dele e o brinquedinho dele muito irritados pela falta dos meus serviços. - Fiz uma pausa, sem saber de onde veio tanta coragem, mas sabendo que as frases eram verdadeiras. - No fim, quem se ferra é você!

-Me segue! - O cara berrou, com ódio. Limpei a baba dele do meu pescoço e o segui.

Abrindo a porta, o cara gritou para dentro do quarto (enquanto outros soldados mantinham distância, com a arma apontada para dentro):

-Soldado! A garota está aqui. Vai entrar. Quieto!

Revirei os olhos. Eles sempre gritavam isso e ele nunca nem tentava fazer nada. Entrei. A porta foi trancada com um baque e ouvi os cadeados. Suspirei.

-Me chamou, Soldado?

Ele levantou e veio até mim, examinando cada um dos meus machucados e fazendo uma cara raivosa.

-Quem fez isso?

-Já estão mortas. - Dei de ombros. - Você quer dormir?

Mas senti que comecei a acordar. Primeiro porque, pelo que eu me lembrava, ele negava e me pedia para contar uma história a ele.

Segundo, porquê a lembrança virou um sonho quando ele me segurou pela cintura e eu subi as mãos pelos braços nus dele, sentindo o quão quente o corpo dele estava.

A Herdeira. - Bucky Barnes. Onde histórias criam vida. Descubra agora