O Rei dos escravos

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Volto meu olhar para os soldados que já davam passos para trás, assustados com a derrota.

Transformo a poeira em estacas de metal e disparo em direção aos soldados que correm desesperados pela vida. Eu não iria matá-los, só queria tirar as bundas moles deles da vila dos Mernins.

Quando o último soldado some em meio a floresta, permito meus pés encostarem no chão. Meus olhos voltam ao normal e encaro os Mernins que em dúvida me analisavam.

Seus olhos procuram algum sinal de ameaça.

Em um leve mover de dedos, faço as correntes caírem de seus pulsos e tornozelos.

— Estão livres novamente. Não deixarei que mais ninguém os oprima. Descansem. Há comida por aqui?

— S-sim, senhor. — Um mernin novo responde.

— Ótimo. Descansem e comam. Não se preocupem.

Começo a sair, mas uma garotinha chama minha atenção.

— Então não somos mais escravos? — Percebo seus olhos esperançosos e chorosos.

Agacho-me a sua frente.

— Não, não são. — Sorrio para ela que começa a chorar.

Abraço a pequena Mernin e vejo os outros Mernins chorar e agradecer.

***

Ando pelo local, onde havia casas destruídas, buracos devido às escavações nas ruas, a destruição que os humanos fizeram.

Pelo que me informaram, o motivo da escravização era um material poderoso para confeccionar armas para a tecnologia humana, que era abundante abaixo da vila Mernin.

Hugus, por ter um reino novo, não tinha os mesmos recursos que Elliot e seu reino possuíam, mas mesmo assim, antes de ter a trégua entre os reinos, Hugus e seu pequeno exército davam uma boa dor de cabeça para Elliot.

Encaro as crianças, que há duas horas antes carregavam bolsas de pedras nas costas, e que agora brincavam. Corriam uma atrás da outra rindo.

Uma paz se estabeleceu no local, a mesma paz presente nas recordações do pequeno mernin queimado.

"Matteo"

Ouço um sussurro ao meu lado esquerdo.

"Matteo"

Encaro o caminho estreito no meio do mato, árvores e arbustos transformam o trajeto obscuro e sinistro.

— Não podiam me chamar para um lugar mais alegre? — Murmuro e começo a entrar na mata.

Os sussurros continuam pelo caminho, conforme eu entrava, mais as copas da floresta fica densa. Os raios solares criam feixes de luz no interior, e um feixe maior chama me atenção. Pois ele iluminava algo que definitivamente fez meu coração falhar.

O enorme monumento erguia-se na altura das árvores. Me aproximo lentamente confuso.

Aquilo não podia estar ali, não mesmo.

Perto o bastante, toco na superfície fria e começo a pensar nas inúmeras possibilidades.

Como o Monumento dos Mortos da Segunda Guerra veio parar em um lugar desse? Isso é impossível.

Lugar desconhecido

Mestre... — As vozes ecoam no lugar úmido. Uma caverna escura, onde só conseguia-se ouvir o gotejamento da água que brotava do teto e os leves resmungos de irritação de criaturas desconhecidas.

Meeeestre...

As sombras tremeluzem após os chamados.

Duas orbes escarlates surgem na escuridão.

Nosso mestre despertou...

As risadas maníacas e inumanas consomem o silêncio da escuridão.


***

Pessoal queria agradecer ao apoio de vocês.
Eu vou ir postando, não estarei corrigindo o texto. Irei escrever e postar. Futuramente, quando e se eu pensar em reescrever eu corrijo. Agradeço se puderem ver erros grotescos, me ajudará a melhorar. Enfim, breve postarei mais.

Beijos!

O Humano - EpífaneOnde histórias criam vida. Descubra agora