Vou anotar o endereço... — avisou aparentando muita má vontade e eu sorri, satisfeito. Não facilitaria em nada a vida dela.

Passei tudo que era preciso para que chegasse à nossa clínica e desliguei, indo me deitar porque às nove horas eu estaria correndo no calçadão da praia antes de dar meu mergulho no mar e beber minha água de coco para começar a semana de forma abençoada. Então eu voltaria para casa, malharia um pouco, comeria o almoço impecável de Helena e só depois tomaria meu banho para ir trabalhar.

O Rio de Janeiro era uma cidade naturalmente quente. Quente mesmo. Por mais que fosse litoral, havia alguma coisa na região que fazia os cariocas amargarem as piores temperaturas do Brasil e eu me preocupava muito quando alcançávamos sensações térmicas de cinquenta graus. Não que eu pudesse reclamar, afinal, tinha dinheiro suficiente para morar em uma casa com ar condicionado central, além de amar praia e piscina. Mas sabia o quanto a maior parcela da população sofria com as altas temperaturas e era solidário aos homens que precisavam passar o dia todo dentro de um terno.

Estava muito acostumado a ver saias cada vez menores e decotes cada vez maiores, assim como o fato de que biquínis se transformavam em vestuário comum para transitar pela cidade, principalmente ali na Barra da Tijuca, Recreio e Zona Sul, onde ficavam concentradas as praias cariocas. Portanto, não tinha como não ficar absolutamente surpreso e chocado quando recebi Magnólia no meu consultório.

A garota era bem magra e tão branca que eu nem estava tão perto dela e mesmo assim conseguia ver claramente as veias de seu pulso. Mas o que chocava mesmo nem era isso, sim a roupa que ela estava usando. Uma calça preta toda rasgada — não aquelas da moda que fingiam os rasgos, essa estava rasgada mesmo, quase inteiramente —, uma segunda pele fumê que cobria a barriga e imitava aquelas meias arrastão que se usava em fantasias e por cima disso, um top bem curto com o símbolo do Batman. Detalhe para a segunda pele que era de manga comprida e eu não conseguia acreditar que a garota não pudesse sentir calor.

Eu me lembrava que ela era baixa, mas estava bem alta com o sapato mais horroroso que já vi na vida, uma espécie de bota com a sola toda bruta que devia ter uns quinze centímetros

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Eu me lembrava que ela era baixa, mas estava bem alta com o sapato mais horroroso que já vi na vida, uma espécie de bota com a sola toda bruta que devia ter uns quinze centímetros.

— Vim buscar meu celular — disse ela, mexendo nos dedos repletos de anéis. — Obrigada por ter cuidado dele.

Encarei os lábios pintados com um batom preto, sentindo-me como se olhasse para um personagem de desenho animado. Eu sabia que existia um pessoal mais jovem que se vestia de um jeito bem estranho, mas não convivia com ninguém com gostos tão peculiares. Arriscava dizer que a única coisa que parecia normal e era bonita em todo o look estranho, eram os cabelos de Magnólia, cheios e num tom bonito de castanho.

— O que você tanto olha? Tem mais alguma idiotice pra falar pra mim? — perguntou, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha atrevida. — Escuta, eu só quero meu celular de volta.

[DEGUSTAÇÃO] Não Foi Amor À Primeira Vistaजहाँ कहानियाँ रहती हैं। अभी खोजें