" Um dia me disseram que Nada vai adiantar Que o mundo 'tá perdido E não sai do lugar;
Pena de quem acreditou Se a gente existe Ainda existe o amor;
Então eu Te quero muito bem;
Quero te amar sem medo Sorrir sem saber por quê O amor é o segredo Que falta a gente entender."
O Amor É o Segredo| Vitor Kley.
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Luna se sentia deprimida naquele dia, ela estava em meio a uma de suas inúmeras crises, onde a única coisa que seu psicológico esbanjava era a sensação de está no fundo do mar, afundando cada vez mais em um oceano de tristezas e autodestruição.
Aquilo já durava anos, havia começado no fim de sua infância, a morte de seu pai e o desprezo da sua mãe foram o suficiente para destruir o frágil psicológico de Luna. E quando ela tentava conversar com alguém, o que recebia era lições de moral sobre como ela deveria pensar nas pessoas que tinham muito menos que ela e não viviam se lamentando daquela maneira, ou apenas perguntas banais como "Você vai se matar?" ou "Você se corta?"
Mas ela não era suicida, ela tinha esperanças de completar dezoito anos e se mandar dali, ela era apenas uma adolescente de dezessete anos em uma onda de tristeza que a fazia se esconder do mundo. Os poucos amigos que ela conseguia não duravam muito, pois ela não ia as festas, aos passeios e muito menos interagia muito. Ela tinha apenas seu irmão mais velho e uma única amiga de infância que sempre esteve com ela e virou namorada do seu irmão.
Luna arruma a alça da sua mochila enquanto caminhava para fora do portão do colégio com a expressão mais impassível que tinha. Fernando, seu irmão, não podia buscá-la naquele dia, ele tinha um trabalho da faculdade para resolver. Ela suspira e olha para o céu, o sol do meio dia do nordeste não ajudava em nada no seu cansaço.
Uma picape preta e alta diminui a velocidade no acostamento e como o vidro estava baixo, ela percebe quem é o motorista: Théo. O que arrancou mais um suspiro dela, ela estava exausta, não dava para suportar as brincadeiras de Théo.
Théo era o melhor amigo do seu irmão, eles se conheceram há dois anos no segundo ano do ensino médio, há um ano Théo e Luna se aproximaram mais, viraram amigos e há alguns meses Théo ficou extremamente estranho, ele parou de fazer brincadeiras chatas com frequências, e ajudava Luna nas crises. Isso aconteceu depois que ela desabafou com ele. Ela pensa que ele pode ter pena dela.
O rapaz tira os óculos escuros e se estica-se sobre o banco do carona para abrir a porta. Mas Luna continua o observando com curiosidade até ele erguer as sobrancelhas.
