Abri os olhos e a vi ali, à minha frente, alguns centímetros de mim, me observando calmamente, mas com um leve toque de preocupação ou curiosidade. Sem dizer nada, ela tirou o controle remoto das minhas mãos e apontou para a tv às suas costas, sem nem ao menos olhar, desligando o aparelho e nos deixando em um quase total silêncio, que era comprometido unicamente pela minha respiração pesada e desesperada.

— Eu sei que você não quer lembrar de nada do passado. - Ela começou, e eu não conseguia fazer mais nada além de ouvir - Mas o creme melhora as minhas marcas.
Você sabe disso.

Eu sabia disso, mas não conseguia confirmar. Momentaneamente temi que todos os músculos do meu corpo tivessem sofrido algum tipo de choque e que não funcionassem mais. Mas minhas suspeitas foram descartadas assim que comecei a sentir meu membro latejar de excitação, e talvez ele estivesse até se mexendo, o que seria dolorosamente vergonhoso, mas eu não conseguia me importar.

Não parecendo notar nesse detalhe, ela continuou:

— Prefere que eu tire?

— Não! - Minha voz saiu fraca, mas convincente. Então, afinal de contas, eu conseguia ter alguma reação - Pelo amor de Deus, não...

Ela continuou me encarando, os olhos muito vivos e talvez querendo esconder um delicioso contentamento. De repente, me perguntei se não era exatamente esse seu objetivo: Ter-me completamente perdido e descontrolado em suas mãos, entregue e submisso a ela de uma forma constrangedora.

Se esse fosse o caso, eu não poderia me importar menos.

Se era assim que ela me queria, era assim que ela me teria. Não porque eu concordaria com aquilo — apesar de que sim, eu concordaria — mas porque, no momento, não havia a menor possibilidade de lutar contra o poder que ela tinha sobre mim. Aquele poder era grande demais para que eu conseguisse evitar. Sempre foi, sempre seria.

Talvez com o objetivo de finalmente me matar, ela colocou cada uma de suas pernas ao lado das minhas e sentou no meu colo, sem quebrar a ligação entre nossos olhares, e então começou a brincar com seus dedos em mim, trilhando caminhos entre meu peito e minha barriga sem nenhum motivo aparente, e fazendo com que os pelos da minha nuca se eriçassem todos ao mesmo tempo. Como era inútil tentar esconder a rigidez evidente entre minhas pernas, até porque ela agora estava sentada ali, não me mexi, apenas reunindo o mínimo da força necessária para formular uma frase.

— Está fazendo de propósito?

— Estou.

Claro que sim. Ela sabia do poder que tinha sobre mim. Qualquer idiota poderia dizer isso olhando para meu estado quando ela estava por perto. Fui tomado pelo antigo pânico de saber que ela tinha total convicção da minha dependência, e que, por consequência, poderia fazer qualquer coisa comigo. Mas dessa vez, eu não deixaria que esse medo me abalasse, então eu sabia que Camila me tinha nas mãos, mas não me restava nada a não ser aceitar essa verdade.

Além do mais, de certa forma, eu estava amando aquilo.

De forma provocadora, mas ainda me encarando com olhos inocentes — uma característica dela que me enlouquecia — ela escorregou seus dedos outra vez para baixo, atingindo meu umbigo, mas dessa vez não parou aí. Com uma calma que me fazia ter vergonha de meu próprio descontrole, ela puxou o elástico da minha calça, envolvendo, sem nenhuma cerimônia, meu membro extremamente duro entre suas mãos pequenas, e sem ter tempo para pensar em mais nada, senti seus lábios tocando os meus.

𝐒𝐮𝐝𝐝𝐞𝐧𝐥𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 Where stories live. Discover now