Chica Vampiro - O Retorno ao Mundo Mortal

Capítulo Dezoito: Os "E Se..."

Alguns dias se passaram após a reunião dos antigos amigos, e como todos estavam de volta às suas respectivas rotinas, era como se a poeira da confusão iniciada por Mirco e Júnior tivesse baixado.

Como parte burocrática para permanência dos vampiros no mundo mortal, os que haviam visto e demais documentos de residência no mundo mortal precisavam de tempos em tempos descer para protocolar novamente o visto de permanência. Mirco acabava de pousar ao tão conhecido portal, o que ficava no parque onde muitos dos acontecimento da turma aconteceram há 35 anos atrás, fazendo com que alguns dos mortais que estavam sentados nos bancos próximo ao portal, ainda não acostumados à nova rotina do mundo misto, se assustarem e correrem, enquanto que uma mortal apenas se escondeu atrás do banco, se sentindo muito tonta de apenas ter se escondido atrás do banco.

-Desculpe, não foi minha intenção...Isabella? - começou Mirco, até reconhecer a mortal - Bom, eu definitivamente retiro minhas desculpas!

-Como se eu precisasse muito delas... - zombou Isabella, se levantando e tirando alguma poeira da roupa. - Olha a hora, tenho que voltar ao trabalho.

-Espere! - pediu Mirco, fazendo a garota parar.

Percebendo que o vampiro esperava que ela lhe desse atenção, Isabella virou para encará-lo, apenas cruzando os braços e esperando que ele continuasse.

-Olha, Isabella, eu entendo porque você não quer que eu me aproxime da sua mãe, mas é o nosso destino ficarmos juntos! Então é melhor você aceitar de vez que em breve eu e a Lucia iremos reatar nosso relacionamento.

-Sei, o tal destino porque uma vidente te disse isso e blá blá blá. - respondeu Isabella, tentando ficar séria, mas ainda com um tom de zombaria, ajeitando o cabelo num coque. - Bom, era só isso? Meu horário de almoço acabou.

-Mais uma coisa... Eu amo a sua mãe, você não tem chances. E eu nunca magoaria a Lucia me intrometendo na relação dela com você. - completou Mirco.

-Então, não sei se você percebeu, mas você já se intrometeu. - respondeu Isabella, seca, mas repassando o que o vampiro falou na cabeça. - Eu não tenho chances... De que?

- O seu beijo deixou muito claro seus sentimentos por mim. Então melhor deixarmos tudo às claras. - respondeu Mirco, bem convencido do que estava falando. - Eu sei que é muito difícil não se apaixonar por mim, então eu até que compreendo sua reação, mas o amor da minha vida é a Lucia. Então enquanto eu estou sendo bonzinho, aceite meu conselho e não se intrometa no nosso caminho.

Isabella ficou travada. Não sabia se ria descontroladamente ou se apenas dava as costas para Mirco e voltava ao trabalho. Ela e sua mãe não haviam mais tocado no assunto do beijo. Em casa ninguém mais falava disso, e os únicos vampiros que eram mencionados eram Daisy e sua família no máximo. Seus pais pareciam estar de volta as pazes também, e sua relação com Lucia estava se restabelecendo, então ela se propôs a não se intrometer mais nos assuntos que diziam respeito a mãe e os vampiros. Porém...

-Você tem toda razão, Mirco Vladimoff. - respondeu Isabella, decidindo continuar o jogo. Ela então começou a se aproximar do vampiro, que desconcertado (já que esperava que Isabella negasse o que ele disse), deu uns passos para trás - Eu estou com tantos sentimentos por você que não sei por qual deles eu começo a explicar. Que tal...eu começar falando pelo sentimento de pena?

-Pena? - exclamou Mirco, ofendido. - Ninguém sente pena de Mirco Vladimoff!

-Ah mas eu sinto, seu vampiro convencido! - riu Isabella - Olha eu tenho mais o que fazer!

Não dando chance para que Mirco retrucasse, Isabella deu as costas a Mirco, tomando o rumo para o escritório, não percebendo o impacto que havia causado no vampiro.