11. Quando a música é sobre estrelas ao redor de cicatrizes.

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Apesar disso, eu sigo em quietude até descermos as escadas e meus passos pelos corredores se tornarem rápidos. A curiosidade habita em mim desde o meu nascimento, mas dessa vez ela está em níveis de preocupação elevada.

— Tae? — Surpreso, chamo. Ele está sentado no sofá, consigo facilmente ler a expressão em seu rosto, é tão nítido que ele está abalado. Cesso meus passos e me afasto do abraço de minha mãe. — O que está acontecendo?

— Chim. — Visivelmente abatido, o garoto de cabelo azul levanta do sofá e me observa com calma. — O que eu tenho para lhe dizer não é algo bom, na verdade, precisei de muita força para vir até aqui contar.

Desvio por meros segundos o olhar do Kim para a minha progenitora, ela sai da sala, mas não me preocupo em saber qual será seu próximo destino. Minha atenção está voltada ao meu amigo.

— Tudo bem, só diga de uma vez.

Peço, sou absurdamente agoniado com lentidão em momentos de extrema importância. Prefiro matar dois coelhos em uma cajadada só.

Quer dizer, eu prefiro não matar nada, muito menos coelhos.

— Eu... Os meninos estão no hospital. — De imediato, sem precisar que Tae diga o que ocasionou a ida deles até lá, meus olhos se arregalam e meu peito acelera. — Jennie despencou da varanda do quarto dela.

Vislumbro o cuidado que Taehyung teve em me dar a notícia, entretanto, isso não é suficiente para que evite que eu entre em estado de choque e minhas mãos, instantaneamente, tremam pela informação trágica que fora dada.

Minha boca está entreaberta ao que meus olhos buscam em Taehyung um amparo ou até mesmo, respostas. Minha mente se torna um laço muito bem feito de sensações e sentimentos ruins, sou capaz de sentir cada batida em meu coração soar como se atirassem sobre ele uma carga de pedras.

— Como... Como isso foi acontecer!? — Meu tom de voz emite o que meu rosto expressa; desespero. — Por Deus! Isso não é possível, Tae. Não há... — Minha cabeça ferve e meu cérebro falha na missão de contar quanto tempo faz desde que deixei a festa de minha melhor amiga. — Ela estava tão bem, tão alegre... Eu... Meu Deus.

Não tento recorrer ao sofá para sentar e assimilar toda essa merda, continuo firme sob meus pés, aguentando toda a dor que meu emocional me faz sentir pelo que me foi contado.

— Jimin, não sabemos como aconteceu. Fomos curtir a festa depois que você e Dândi saíram, mas Jennie sumiu. Eu e Yoongi a encontramos, por sorte, havia a grama, Jin acredita que isso tenha impedido que o acidente tenha sido fatal.

Conta. Vacila tanto nas expressões que, sem hesitar, eu me aproximo de seu corpo e o abraço, recebendo e dando a ele todo o suporte que somente nós seriamos capazes de dar um ao outro.

— Ela está bem?

Com os olhos fechados e um pouco de dificuldade em questioná-lo, tiro forças para encarar a realidade e tentar entender tudo o que está acontecendo.

— Está em coma. — Finalizo o abraço, abalado com a resposta.

Eu não estava pronto para isso, não. Eu definitivamente não estava.

— Coma? — Arqueio uma única sobrancelha, sentindo meus olhos arderem. — Jennie está em coma?

Então, a ficha cai. Cai por completo e sem censura, para que doa duas vezes mais.

Uma vez que eu tinha minhas mãos segurando os ombros de Taehyung, eu os solto e busco por lugares aleatórios de minha sala de estar. Paredes, móveis, fotografias tiradas em dias felizes e até mesmo uma das baquetas velha de Jihyun que ele deixava a toa em cima de uma cômoda.

ROCK MÁFIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora