Capítulo 38

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Anabele e Davi saíram do abrigo em direção ao palácio, escoltados por três soldados. Mesmo ali, do lado de dentro das muralhas, o cenário era de completa destruição. De certa forma, pensou Anabele, parecia ainda pior do que na província, uma vez que as grandes construções da capital agora encontravam-se em sua maioria transformadas em pedaços.

Os Venoms, por alguma estranha razão, haviam realmente perdido o controle das asas. Andavam sobre os nojentos tentáculos ou erguiam-se sobre eles, arrastando atrás de si as imensas asas agora inúteis.

Os soldados pareciam ter mais chances com a luta totalmente no chão, embora os Venoms tivessem se tornado mais agressivos.

Davi apertou sua mão, despertando-a das distrações.

— Estamos chegando.

Logo, Anabele se viu passando pela entrada principal do palácio. Algumas paredes estavam prejudicadas, mas não o suficiente para terem cedido.

Atravessaram um imenso salão, onde se viam obras de arte por todos os lados, esculturas e fontes de água. Pequenos jardins margeavam o cômodo, em uma mistura de todo tipo de beleza, natural e humana.

O teto, muito alto, tinha imagens de milhares de anjos dançantes, com diversos instrumentos musicais.

O lugar era de tirar o fôlego.

Duas imensas escadas levavam ao andar de cima. Subiram correndo.

Anabele notou que o corrimão tinha uma cor diferente. Amarelo? Não, não podia ser. A cor reluzia e brilhava, como o sol ao tocar a água, e muito lembrava os fios que decoravam o rosto de Davi. Ao alcançarem o topo, seguiram a esquerda por um longo corredor todo branco e dourado. Anabele podia ver que havia mais imagens nas paredes, mas não teve tempo de realmente olhar para elas.

Logo alcançaram uma porta dupla de madeira toda decorada em ouro, realmente grande.

Pararam ali, e Davi dispensou os soldados que voltaram ofegantes por onde tinham vindo.

— É aqui.

Anabele quase engasgou. Recuou, assustada. Mesmo tendo percorrido todo o caminho até ali, não se sentia preparada.

— Davi... ele vai me matar. Ou matar você.

— Ane, sua mãe e o guarda-costas estão protegidos no abrigo por enquanto, e eu acho que tenho algumas ideias em relação aos Venoms, mas precisamos do meu pai. E se não conseguirmos... bem, vai ser o fim para todos nós de uma forma ou de outra.

— Não tenho medo dele. Mas não vejo porque preciso encará-lo. O que eu sinto pelo seu pai é pura repugnância. E é recíproco.

— Eu prometi a você hoje mais cedo que nunca mais a deixaria. Essa é uma promessa que pretendo cumprir.

Sombras do MedoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora