Enquanto estivermos juntos

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Boa noite a todos! Esse capítulo é grande e vou tentar revisar o mais rápido possível para ir liberando as partes. Espero que gostem!

Já fazia uma semana que Emiko tinha se encontrado com Eleanor. Nem por um minuto parou de pensar em todas as decisões que tinha pela frente. Estava disfarçadamente tomando os medicamentos que a médica receitou e isso ajudava a controlar o mal-estar que sentia ocasionalmente. O que evitava uma enxurrada de perguntas que ainda não queria responder. Todos repararam o quanto ela estava distante e questionaram seu comportamento. Até agora ela conseguiu se esquivar. Kensuke parecia o mais incomodado. O relacionamento deles continuava atribulado. Não retrocediam nem avançavam. Estavam presos na ratoeira de suas promessas: 'não me afaste' e 'não me pressione'. Se bem que Kensuke tinha um jeito muito particular de interpretar a parte dele nesse acordo. Nisso ele não tinha mudado nem um pouco. Ainda era o mesmo insistente, possessivo e super protetor que ela conheceu e amou. E ainda ama. Podia se fazer de desentendida para quem quer que fosse mas não podia negar o óbvio para si mesma. Fazia pouco mais de um mês e meio que essas juras foram trocadas e tantas coisas aconteceram. Ela também não estava facilitando o caminho para ele. Tinha medo de ceder. Não se sentia confiante de que poderiam retomar a felicidade que tiveram um dia. Não com tantas sombras ainda pairando sobre suas vidas. Algumas vezes ficava imaginando como seria, especialmente quando ficavam só os dois com os filhos. Eram momentos tão sublimes. Daisuke já não estava arredio com o pai e Hiro descaradamente tentava aproximar o casal. E Kensuke... ah, porque ele tinha que ser sempre tão carinhoso, tão perfeito, sempre atento a todas as necessidades deles. Não admitiria para ninguém o quanto sentia sua falta, como se sentia protegida quando ele estava por perto. Desde a visita ao antigo apartamento não tiveram outros momentos tão... íntimos. Contudo, já tinha se acostumado aos beijos que ele roubava quando ninguém estava vendo. Eram raros os dias em que ele não ia ver os meninos. Repetia para si mesma que era por eles, e só por eles, que ele vinha. Mesmo assim aguardava ansiosa como uma adolescente. Hoje, Keiko não teve aulas e aproveitou para levar os sobrinhos ao parque. Era bom eles saírem para tomar ar fresco. Uma excelente oportunidade de colocar os sentimentos em ordem e tomar coragem. Tinha que dar ciência a eles do que estava ocorrendo. Estava sentada na cozinha perdida em seus devaneios, com uma xícara de chá nas mãos e lágrimas silenciosas correndo livres. Nem percebeu o barulho da porta da sala se abrindo.

- Emiko? O que houve? Porque está assim? - Nikko se ajoelha ao lado da amiga e a segura pelos ombros, só então ela nota sua presença - Aconteceu algo com os meninos?

- Lie. Eles saíram com Keiko. – responde Emiko apressadamente

- E porque está chorando?

- Eu... eu nem percebi. – a jovem tenta secar o rosto com as mãos - Eu só... só estava... ah, Nikko-kun porque tudo tem que ser sempre tão confuso? Eu não sei se tenho forças para passar por tudo de novo, eu... eu estou assustada. Eu... eu...

- Shii, calma hime. - ele a abraça com cuidado e beija o topo da cabeça de Emiko, que se aconchega em busca de conforto - Tenta se acalmar. E me explica direitinho o que te deixou assim.

- O que é isso Nikko? O que está acontecendo aqui? - a voz irritada de Kensuke anuncia sua chegada e assusta a Miyake. Nikko havia deixado a porta destrancada pois sabia que o irmão vinha logo atrás. Saíram juntos da empresa. - Podem me dar uma explicação?

- Eu também não sei, otouto. Acabo de chegar e encontrar a Emi nesse estado. - o mais velho levanta e se aproxima do irmão que ainda está parado no batente da cozinha o encarando com um olhar feroz - Se controla, seu tolo ciumento. Assim você não ajuda em nada. - diz baixo para que somente o outro escute.

- Emi? – Kensuke a chama e ela ergue a cabeça em sua direção, e só então ele percebe os olhos nublados pelo choro. O ciúme é rapidamente substituído pela preocupação. Senta na cadeira ao lado dela e a puxa para si, afagando a cabeleira sedosa - O que você tem?

Akai Ito - TenazOnde as histórias ganham vida. Descobre agora