Family Issues

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  Fiquei parado encarando o bilhete, ele basicamente comprovava o que meu pai tinha dito sobre ser um crime de ódio. Mas quem tinha feito isso? Pior, essa pessoa seja lá quem for me conhece, e ainda está me marcando.

  Não consegui prestar atenção no resto das aulas direito. Do jeito que esse ano estava, minhas notas definitivamente iriam cair. Saí da escola e fui correndo para casa, mostrei para meus pais o bilhete.

"Meus deuses... " disse minha mãe com a mão na boca e os olhos aterrorizados

"Precisamos descobrir quem são essas pessoas o mais rápido possível" meu pai falou inquieto andando de um lado para o outro.

"Eu estava conversando hoje de manhã, antes de encontrar os... o bilhete, com a Claire e o Luke, falamos sobre fazer um feitiço para rever a noite do assassinato e descobrir quem foram os... " minha voz vacilou um pouco "os monstros que fizeram isso".

"Não" Ângela respondeu "deixe isso comigo e com o seu pai. Vamos reunir o nosso coven e tentar descobrir quem foi" meu pai confirmou com a cabeça apoiando-a.

"Mãe, eu quero ajudar. Você sabe que eu posso"

"Nicolas! O último feitiço que você fez quase te deixou sem os movimentos das pernas! E isso porque foi um feitiço pequeno que você fez no seu quarto. Não quero você se arriscando com algo tão grande" ela gritou alterada. Não adiantaria muito discutir, então subi para o meu quarto com raiva.

  No outro dia fui para a escola, expliquei para Claire e Luke o que havia sido discutido em casa.

"Ainda acho que seria melhor se ajudassemos" disse Claire

"Eu concordo mas eles nunca deixariam. Quanto mais pessoas, melhor será o resultado da magia"

"Principalmente com alguém como voce" ela falou sorrindo

"Vocês me colocam em um nível que eu não estou ainda" disse enquanto ria.

  Na escola as coisas não foram tão bem humoradas. John não foi para o terraço, quando procurei ele pela escola vi ele fugindo de mim e fingindo que não me via, abaixava a cabeça ou olhava para o teto quando eu passava ao seu lado.

  Não foi muito difícil descobrir onde o John morava, para minha surpresa não era tão longe, e para descobrir isso nem precisei de magia. Apenas de internet.

  Sai de casa ao entardecer pronto para gritar com ele, no caminho estava pensando em como eu diria para ele que ele não pode apenas me deixar com um bilhete de poucas palavras e sumir do nada. Não pode me ignorar na escola e ignorar o fato de que rolou algo entre a gente, que ele me beijou, sim, ele começou o beijo. Fui andando furioso pela rua, mas não pude deixar de notar a beleza do pôr do Sol. Cheguei em frente a uma porta de madeira dupla e enorme. Toquei a campainha, uma das portas se abriu e John olhou para mim incrédulo. Eu encarava o inimigo em seu próprio território. Ou talvez eu só estivesse dramatizando a cena mesmo.

  Nos encaramos por mais alguns segundos, todas as palavras programadas para o meu roteiro espetacular, ficaram travadas em algum canto da minha boca.

"John? Quem é na porta? " ouvi uma voz feminina gritar do interior da casa.

"É um amigo da escola!" Ele gritou em resposta "Pelo amor de Deus" ele dizia sussurrando entre dentes meio que suplicando "Tira o anel e o colar por favor".

  Reagi rápido, fiz o que ele mandou. Logo quando guardei os objetos no bolso, uma mulher de cabelos castanhos apareceu ao seu lado. Ela tinha o cabelo preso em um penteado complicado, seus olhos eram cinzentos como os de John e ela vestia trajes que mostravam uma mulher de negócios, e ao mesmo tempo, com muita classe e estilo, do tipo que diz "sou uma mulher trabalhadora, mas, eu não poderia decepcionar Coco Chanel".

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