Não pode ser

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Só acordei do meu transe, quando ouvi a cadeira ao meu lado ser arrastada, e
uma voz seguida dela disse:
- Então, menina do corredor, já estás melhor?
- O meu nome é Teresa, e desde que eu não esteja contigo estou sempre bem.
"Para de ser assim Teresa, fogo" pensei para mim.
- Uau, desculpa se a minha presença te faz tanta impressão...
- Não ligues, é o hábito de responder assim a qualquer pessoa que aparece, se quiseres podes ir embora, eu compreendo...
- Eu gosto de desafios difíceis, e quando se trata de raparigas então...
- Desculpa, eu não apanhei o teu nome...
- Sou o Diogo! - disse sorrindo.
Sorri e voltei a prestar atenção à aula, ou pelo menos tentei...
" Teresa, o que é que estás a fazer?" perguntava o meu cérebro. " Ele é tão giro, vou começar a palpitar quando ele passar por ti" disse o coração. "Vou começar a suar quando ele te tocar nem que seja com um milímetro do corpo dele" ripostava a pele... Mas o que é que é isto meu Deus? Eu nunca senti uma coisa destas. No final da aula, o professor mandou um trabalho a pares para fazer.
Entretanto, Diogo olha para mim com aqueles lindos olhos castanhos e pergunta-me se eu queria fazer com ele... Omd o que é que eu respondo?
- Sim, pode ser... - disse com um ar indiferente.
- Ok, na minha casa hoje, às seis e meia?
- Tass...
- Toma, aqui tens a minha morada! - disse-me entregando-me um papel.
- Até.
- Adeus menina do corredor! - disse sorrindo.
Mas porque é que ele tinha de ser tão giro e querido? Assim eu não consigo dizer que não muitas vezes!
Fui ter com a Mada e o Simão e fomos para a casa do Sisi (nome inventado por mim e pela Mada ao Simão, apesar de ele detestar, nós chama-mo-lo assim muitas vezes), porque os pais dele não estavam em casa, então estávamos mais à vontade.
- Então Teresinha, como estão a correr as coisas? - perguntou o Simão.
- Que coisas? - respondi eu admirada, acendendo um cigarro.
- As cenas na escola!
- Estão a correr normais... A minha turma é uma treta, começando pelo estúpido do Vasco - sem ter tempo de terminar o que estava a dizer, a Mada começa a gritar.
- TU ÉS DA TURMA DO VASCO DE ANDRADE?
- Não grites Madalena, sim sou, qual é o problema? - perguntei eu.
- Ele é lindo, é o rapaz mais popular da escola, é top!
- Uau Mada, nunca pensei que ficasses assim por um rapaz que é mais parvo do que sei lá o quê! - disse o Simão.
- Podes crer Sisi, o rapaz é um otário, é um convencido de primeira e faz-se a todas as miúdas. Eu que o diga...
- Mas ele não tem namorada? - perguntou a Madalena curiosa.
- Ele diz que só dão beijos...
- Hum... Ok ok.
- Olhem eu estava a gostar muito de estar aqui, mas vou ter de ir para casa, pois vou fazer um trabalho à casa de um da minha turma.
- Uuuu Teresa... - disseram os dois em unissom
- Poupem-me! - disse eu, atirando-lhes com uma almofada - Portem-se à altura meus amores! Hahaha agora pareci querida! - disse antes de fechar a porta.
Eram cinco e meia, e eu tinha de lanchar, tomar banho, vestir-me, arrumar as coisas para o trabalho e andar por umas 6 ou 7 ruas para chegar a casa do Diogo depressa.
No caminho para casa encontrei um cãozinho bem pequenino ao pé do contentor e como tive pena de o deixar ali a morrer e adoro cães decidi trazê-lo comigo e dar-lhe o nome de Ruca, espero que os meus pais não descubram... Quando cheguei a casa dei-lhe um banho e depois fui eu tomar. Vesti-me e meti-me a caminho, levando o Ruca no meu colo. Quando cheguei a casa dele já eram seis horas e quarenta minutos. Bati à campainha e esperei que abrissem, a casa eram enorme, tinha um grande quintal e uma piscina. De repente, Diogo abre a porta e fica surpreendido por ver ali o cão, e diz:
- Uau, não estava nada à espera de te ver com um cão à porta da minha casa, é para mim?
- Não parvo, eu encontrei-o à bocado ao pé do lixo e decidi adotá-lo.
- Pronto ok ok, podes deixá-lo aqui.
Disse-me, indicando-me um pequeno parque cercado com uma cerca branca, eu meti-o lá e fomos para dentro de casa.

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