Não pode ser...~16

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Depois de duas semanas enterrada nas minhas lágrimas e quase entrando em depressão, consigo levantar e abrir as persianas pra começar a pensar em um plano B na minha vida.

- Até que enfim você se levantou, já era hora. - responde Estela.

Ela está quase morando aqui, e isso até não é um problema, gosto da sua companhia o tempo todo por perto, quando ela não esta sinto muita falta.

- Parece que minha vida só anda pra baixo e tudo da errado. - ela revira os olhos.

- Para com seu complexo de inferioridade, as coisas dão errado pra depois dar certo.

Ela responde enquanto se senta ao meu lado no sofá.

- Eu queria tanto que o Caio me ligasse e dissesse que não foi. Queria que a minha mãe voltasse e que eu fosse filha de sangue dela. E que tudo não passasse de um pesadelo.

- Mas é real e você tem que enfrentar tudo isso.

Ela levanta e liga tudo que ficou desligado com intuito de me afastar do mundo. Quando liga a secretária eletrónica, um bipe avisa duas novas mensagens.

Ela me olha esperançosa.

A ligação gravada começa a se iniciar.

...
- Oi Mellanie, meu nome é Flavia sou a esposa do seu pai, venho informar que seu pai sofreu um acidente hoje à noite, não temos informação do estado de saúde dele, mas espero te ver no hospital para se juntar a nós a espera de informações. Se puder, claro. Estou te mandando o endereço por mensagem.

....

- Meu Deus, Mell! - Estela se espanta.

Aperto o botão novamente e começa mais uma nova mensagem.

...

- Mellanie, ainda é a Flávia, o estado do seu pai é estável, mas grave. Estou te ligando porque não obtive sua resposta. Espero sua presença no hospital, se você fosse ele iria ficar feliz. Uma boa noite.
...

Olho a data e isso foi a dois dias.

- Ele sofreu um acidente. - sussurro

- E o pior é que essa mensagem foi há dois dias, você tem que ir imediatamente saber de notícias dele.

- Droga! Droga! Droga! Como pude ser tão imbécil?

- Você descobriu agora? - Até nessas horas a Estela consegue ser terrível.

Tento trocar de roupa o mais rápido possível.

- Você vem? - pergunto.

- Claro, partiu hospital!

****

Estamos a caminho do hospital, e eu estou com um precentimento ruim. O cara que esta la no hospital, nunca me deu um mínimo de atenção, as vezes era super carinhoso comigo, as vezes não se importava nem de me olhar. Minha mãe fazia tudo, eu era filha dela, mas dele nunca fui. Eu clamava pela sua atenção, gritava, chorava, fazia questão de sentar perto dele no sofá só pra que ele me olhasse. O que não surtia efeito. E agora só de saber que ele esta no hospital, meu coração apertou, mesmo sabendo de tudo que ele fez.

Assim que chegamos fomos direto para a recepção, que nos direcionou para uma sala de espera. Liguei para a Flávia antes de chegar aqui e ela me disse que ficaria me esperando na sala de espera.

- E agora quem é a Flavia? Só vi ela uma vez, e mesmo assim nem prestei atenção. - comento com Estela.

- Deve ser jovem, bem vestida e advogada. - belisco Estela assim que ela diz isso.

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