Ameaça.~11

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       Estela, do geito que ama jantares e festa, inventou um jantar aqui na minha casa, claro, com intuito de se aproximar ainda mais a Luis, Caio também vem obviamente.

- Nossa, Mel, tô muito ansiosa pra ver o Luís de novo.
 
       Ela grita lá da cozinha, o cheiro da comida sobe e minha vontade é de pegar um prato e comer.

- Estela, você devia se dedicar a outras coisas além de namoros.

   Grito de volta.

- Dedicar?! Que palavra chata! Me poupe, namorar é bom.

- Chorar também. - ela ri do outro lado da casa.

        Estela trabalha nos finais de semana em uma lanchonete, quando me referi a se dedicar estava querendo dizer sobre seu vestibular daqui a um mês, ela quer concorrer a uma vaga no curso de enfermagem e, com toda certeza, eu queria muito que ela se dedicasse mais aos seus sonhos e menos a bobagens como namoros de curto período.

- Mel, não se preocupe, sempre consigo o que quero. - ela grita e a voz se aproxima do meu quarto assim que ela chega na porta.

- Eu espero. - digo quando termino de passar o batom.

     Estela esta vestida com um avental mas debaixo dele, um vestido preto nos joelhos com mangas de renda, o cabelo loiro preso para não cair nenhum fio enquanto cozinha, a maquiagem simples, mas impecável. Ela sorrir.

- Eu sei, estou linda.

- O Luís vai gostar de te ver.

       A campanhia toca e ela da um pulo, tira o avental e solta o cabelo numa rapidez tremenda e com essa mesma rapidez chega até a sala abrindo a porta. Ela sorri assim que Luís entra e a abraça.

- Oi gatinhos. - ela diz dando um curto abraço no Caio. Meu Deus, Estela deve gostar de levar mico. Reviro os olhos.

- Eai baixinha? - Luís me comprimenta. Dou um abraço nele e ele logo se acomoda no sofá.

- Acomodado. - comenta Caio e logo depois me dá um longo abraço e um beijo, seu perfume sobe no meu nariz e o que eu mais queria era ficar nos seus braços para sempre.

    O jantar que a Estela preparou deu tudo certo, não sobrou comida nem para os cachorros, ainda bem que não temos cachorro. Minha amiga desesperada e o amigo do Caio na mesma sintonia estão se dando muito bem, é conversa que não acaba. Jogamos vídeo game, jogos de tabuleiro, rimos e contamos histórias, bom, neste exato momento o Luís esta contando uma.

-... Estava eu quieto no meu canto, quando chega o Caio me pedindo um favor: que eu fosse lá na casa dele (onde a bruxa rola solta) a tia Augusta - rimos - para chamar uma moça para sair porque se eu chamasse faria mais sentido do que ele, detalhe, nunca tinha visto a moça. Quando vi, quase sai correndo na primeira tapada que levei, mas consegui graças ao meu charme.

- Por que você esta contando essa história?! Nosso segredo. - diz o Caio sentado do meu lado no sofá.

- Precisava esclarecer para a moça que eu não estou afim dela. - responde seu amigo piscando o olho para mim.

- Você é a moça? - pergunta a desligada da Estela para mim.

- Claro que é Estela! Quem mais o Caio esta apaixonado? - respondo e todos ri.

- Espero que só você. - diz ela fuzilando Caio com o olhar.

      Nossa noite foi divertidíssima. Todos eles foram embora, até a Estela, depois de horas de conversa.

          Depois de sorrir tanto, lembrei que a muito tempo não o fazia. Passei tempos dificeis com minha mãe e ela, como qualquer mãe, sempre me aconcelhava a sorrir mais. Se eu pudesse falar com ela nesse momento diria o quão feliz estou e com toda certeza, choraria em seu colo pra que ela voltasse e essa felicidade ser completa. Enquanto fecho a perciana do quarto pra ir dormir, um toc toc sutil cala meus pensamentos para ouvir, depois a campanhia toca e meu coração da um pulo. Não sei o porquê. 

    É nessas horas que eu adoraria ter aqueles olhos mágicos das portas, sou obrigada a destranca-la sem certificar de quem seja.

     Assim que abro meu coração da mais um pulo, só que agora por um motivo real. A mulher alta, bem vestida e com um olhar não muito bem vindo me encara da cabeça aos pés.

- Eu.. Você.. Está na minha casa?!

Eu acho que eu não fiz uma pergunta. E se for, faltou coerência.

- Bem, eu acho que sim. - Augusta sorri.

- São uma da madrugada mesmo ou meu relógio está errado?

- Não vai me convidar para entrar? - ela diz ja entrando. Seus olhos expeciona todo cômodo da casa. Até mesmo os que não estão à vista por motivos de: concretos chamados paredes. Mas ela têm olhos a leser.

    Fecho a porta atrás de mim, mas o que eu quero mesmo é sair correndo.

- Ah.. Eu acho que você está perdida.

- Não estou não. É onde eu realmente queria estar neste exato momento. - ela diz encarando meu camisolo de unicornio.

- Bom, nunca recebi visitas a essas horas, mas eu posso fazer um café ou chá.

- Não seja sonsa. Se cale e me esculte.

- Ok. Então seja direta.

- Termine seu namoro com o Caio. Se demita do emprego e fique longe da minha família.

   Cruzo os braços e cerro os olhos. Nem tenho o que falar, parece que perdi todo força de pensar.

- Você chega em casa as nove e meia da noite todos os dias, nos sábados larga da minha casa às quatro, as vezes três e chega em casa as quatro e quarenta da tarde, às vezes três e quareta. Seus domingos você fica com sua melhor amiga, a Estela que trabalha em uma lanchonete moquifo. Vizinhos simpáticos que falam bem de você. Sua mãe morreu e seu pai quase não existe.

- E.. Pra quê tudo isso?

- A partir do momento que começou a sair com meu filho suas horas de ida e vinda pra casa aumentaram. Seus sábados se resumem a ficar horas no telefone com ele, seus domingos você passa conversando com ele, e isso dura a semana inteira! - ela grita.

       Augusta parece desnorteada, seu rosto está vermelho, ela gesticula com as mãos e seus olhos estão infurecidos. Está fora de si.

- Você anda me seguindo?

- Sim! Eu ando te seguindo. Sei de tudo da sua vida desde o primeiro namorado até o restaurante falido da sua mãe.

- Fique longe do meu filho! Ele e a Clara têm os planos deles e você está estragando! Está destruindo meus planos, minha vida. - ela grita.

- Augusta.. - respiro fundo - Você precisa ficar calma. Tem certeza de que não quer um café ou chá, eu faço em um segundo... - pego em sua mão, ela tira sua mão da minha e em uma rapidez tira um arma da bolsa e aponda pra minha cabeça.

- Sonsa. Seu respirar afeta minha raiva. Você devia estar morta, mas não, continua me assombrando.

      A arma está encostada na minha cabeça, eu acho que estou chorando, ela está chorando, mas é de raiva, uma raiva que eu nunca vi na vida.

- Você tem 24 horas para terminar esse namoro ou tudo vai desmoronar sobre sua cabeça. Eu sei seu andar, respirar e pensar, sei quem são seus amigos, a Estela, o Luis. Sei quem é seu pai e em que ruas você passa todos os dias. Não me engane. Não estou brincando.

- Você está me ameaçando, isso é crime!

- Experimenta ligar para a policia. - ela da uma coronhada na minha testa, minha testa sangra e o medo só aumenta.

- Não estou brincando. - completa - você terá prova de que isso é real. - ela diz me empurrando e saindo do meu apartamento.

Nossa Historia De AmorWhere stories live. Discover now