I Want To Know What Love Is🌹

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Hórus, mitologia egípcia.

Ele era um deus, herdeiro de dois deuses poderosos, e abençoado pelo próprio deus sol

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Ele era um deus, herdeiro de dois deuses poderosos, e abençoado pelo próprio deus sol.

Contudo, nem todas as bênçãos, festas, ou o que quer que fizesse, apagava a sensação de solidão que o preenchia.

Hórus era arrogante, mas por trás de sua arrogância, escondia um medo, o de ficar para sempre sozinho.

Nem mesmo os deuses sabiam disso, pois ele conseguia disfarçar bem, tanto que tentava convencer a si mesmo de que era algo passageiro, uma sensação tosca.

— Hórus, te atrapalho? — perguntei, apoiada no marco da porta do seu quarto.

Depois de assumir um cargo importante, como conselheira do tio de Hórus, Amon-Rá, estive mais presente ali do que gostaria, ou do que preferia admitir.

— Cortou o cabelo de novo? Desse jeito vai acabar careca. — diz, mantendo seu tom sarcástico.

Revirei os olhos, e repeti a pergunta, acrescentando que Rá havia saído, e me deixado ali com ele, para nossa in(felicidade).

Apesar de parecer incapazes de nos aguentar, e dispostos a qualquer comentário maldoso para irritar o outro, Hórus e eu tínhamos mais coisas em comum do que eu poderia sonhar em contar.

— Bem, vou dar uma festa hoje, de todo jeito. Se quiser, está convidada, ou pode ficar no seu quarto lendo seus livros.

— Obrigada pelo convite... — murmurei. — Vim aqui para saber se quer fazer algo agora...

— Podemos ir à Terra, quem sabe esbarramos em Rá.

Concordei, e alguns minutos depois, estava tossindo areia e em alguma cidade humana.

— Onde estamos?

— Uma cidade do Sul. — ele deu de ombros. — É para cá que venho quando preciso me divertir vendo pessoas.

— E o que exatamente você vê? — questionei, dividida entre a surpresa e o receio.

Hórus apontou o prédio a sua frente, onde um homem estava na sacada, com um telefone nas mãos.

— Você fica olhando um homem no celular? Que tédio.

— Eu o conheço há muito tempo, desde o primeiro amor dele.

— E qual a graça disso?

— A graça é que é possível, mesmo em meio a um mundo tão horrível se apaixonar. Eu o invejo por isso. — vulnerável. — Ele se apaixonou mais vezes do que pensei ser possível, o amor é o que o mantém vivo.

— Você pode ter qualquer pessoa a seus pés, implorando para um pingo de sentimento... — comecei. — Não é como se fosse falta de escolha.

— Na verdade, é sim. — ele tocou meu ombro, e a areia nos envolveu novamente.

Foi então que percebi que havia o magoado.

— Hórus... — tentei.

— Vou organizar a festa, não preciso de ajuda.

Por que ele ficou magoado? A verdade é assim tão doída? E o que ele quis dizer com falta de escolha?

Passei o resto do dia caminhando de um lado para o outro, sem saber o que dizer a ele. Nós quase sempre dizíamos coisas ofensivas um ao outro, e, pelo menos para mim, era uma tentativa de escapar do que eu estava sentindo.

Escolhi um vestido preto, um modelo de alças finas e quase completamente colado ao corpo.

As luzes coloridas distribuídas pela sala piscavam aleatoriamente, e ele não estava em nenhum lugar à vista.

Sentei em um banco, e bebi de um copo vermelho, uma, duas, três vezes.

— Por que você está bebendo?

— Porque eu não tenho escolha. — digo. — Me desculpa pelo que eu disse, não sabia que ia te ofender. — bebo novamente. — Agora me deixa.

Levantei e fui até onde as pessoas presentes dançavam. Um dos garotos piscou para mim, logo dançavamos juntos.

Me perguntei o porquê estava fazendo aquilo, ou ainda por que me importava com o que Hórus tinha dito, o qual, por sinal, estava me encarando com raiva.

O garoto falou algo para mim, mas nem entendi nada, só quando ele se afastou, que percebi o que estava acontecendo.

Segui-o, mas no final do corredor, Hórus me alcançou, e se pôs à minha frente.

— Você é muito burra mesmo, não é?

— O que que é agora?

— Você é minha escolha, sua mala sem alça. E eu estou cansado desses seus joguinhos.

Minha única reação foi perguntar rindo o que ele havia bebido.

— Alguma coisa que me fez maluco, e desejar saber o que é o amor, com você.

Momentos: ImaginesOù les histoires vivent. Découvrez maintenant