⌜ dez ⌟

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"Markie, não!" - ria enquanto corria, fugindo da ira do canadense. Ira que ele próprio havia provocado, como sempre.

"Volta aqui! Lee Donghyuck!"

O mais velho o pegou nos braços, girando por aí antes de jogá-lo contra o sofá. Estava encurralado da maneira que mais gostava.

"Me solta!" - fingiu brigar com o namorado, já se contorcendo com o simples pensamento de receber cócegas.

"Ah, você quer que eu te largue, é?" - Minhyung tinha seu típico sorriso bobo no rosto.

"Anda, Mark Lee! Me deixa!" - riu e fechou os olhos, esperando o ataque.

Mas nada veio.

Só o vazio.

Quando os abriu novamente, Mark não estava mais lá.

A sala estava escura.

"Mark?" - pensou, mas a voz não saiu de seus lábios.

"Mark? Não me deixa! Mark! Eu não quero ficar sem você!"

Seu desespero aumentava na proporção que uma sensação ruim lhe subia pelas pernas, como se alguém estivesse tocando ali, mesmo que não visse ninguém.

"Mark, por favor..."

Quando abriu os olhos, Haechan estava realmente com lágrimas escorrendo. Algumas formigas ou mosquitos haviam lhe picado, pois suas pernas coçavam como nunca.

Havia dormido sentado sem querer, por isso estava um tanto confuso. E o fato de ter se percebido naquela mata escura o fez ofegar, desolado.

Era como se o pesadelo não tivesse acabado ao acordar.







♦️







"Lele, não dorme." - a voz do maknae estava num sussurro, completamente aterrorizado pela ideia de ter sido escolhido para ficar de vigia.

Ouvia vários sons, bem até demais. Inclusive, provavelmente odiaria para sempre as pessoas que gostam de escutar "sons da floresta" para se concentrar ou acalmar. Haviam tantas minúcias ali, cada uma o fazia se encolher mais ainda, mas nada daquele barulho que lhe interessava: o do resgate.

"Lele, acorda!" - beliscou o garoto, tentando trazê-lo de volta para o estado acordado.

Não que não estivesse compadecido pelo estado do amigo, afinal, todos ali estavam com as forças físicas e psíquicas completamente exauridas. Era natural que, no minuto que se encostassem no chão, o sono lhes viria roubar a consciência.

Mas Jisung ainda tinha medo. Medo demais para se render ao mundo dos sonhos. Medo demais do que poderia sonhar.

As duas últimas noite haviam sido um borrão de imagens obscuras e confusas, que lhe fizeram acordar com uma dor no peito.

Então, tentando prezar a própria sanidade, sacudiu o chinês mais uma vez.

"Chenle, você prometeu!" - choramingou, sentindo a garganta entalar. Como expressar o fato de que, mesmo literalmente no meio do embolado de corpos de seus hyungs, ainda precisava de alguém conversando consigo?

Fechou os olhos com força, tentando pensar em qualquer coisa positiva e tentando cantarolar alguma música feliz em sua cabeça.

Mas deu um pequeno grito quando sentiu uma mão fria lhe segurar o pulso.

"Shh" - a voz rouca tentou acalmar-lhe.

O Park pensou em falar algo, mas não precisou. Jaemin apenas puxou o corpo do mais novo mais para perto do seu.

"Eu fico acordado com você. A gente aguenta mais uma ou duas horinhas, né?"

"Você acha que vai demorar tudo isso?"

Mesmo que o Na tivesse se recomposto rapidamente, o Park conseguiu perceber o suspiro cansado que lhe escapou dos lábios.

"Eu não sei"






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