⌜ nove ⌟

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O caminho parecia ser pior que os eucaliptos, mil vezes pior. Se um demorou demais, este agora parecia infindável. Pelo menos antes não tinham que se preocupar com os mosquitos e de desviar de mil obstáculos, tendo que prestar atenção em aonde estavam pisando a cada passo. Aquilo estava deixando os garotos exaustos.

Como se não bastasse, uma chuva fraca havia caído por quase uma hora, deixando-os molhados e obrigando-os a trocarem de roupa em meio à alguns narizes fungando e espirros.

Segundo Chenle, estavam dignos de um episódio de "largados e pelados". Tirando a parte da nudez, é claro.

A tarde já estava se despedindo quando Jisung choramingou "o meu celular morreu".

Rezaram para todos os deuses que conheciam para que a bendita torre que estavam atrás fosse mesmo de telefonia e que a bateria do último celular aguentasse até chegarem no alcance.

Jaemin pegou o seu, ligando o aparelho.

"Sinceramente, ainda bem que o meu ficou por último" - disse tomando a frente da fila de garotos.

"Por que?" - Jeno instigou-o a falar, imaginando o que o namorado queria dizer com a frase

"Eu duvido que vocês tenham consideração o suficiente para salvar os números dos pais de todo mundo"

Ficaram boquiabertos. Realmente, o Na tinha um ponto.

"Você tem??"

"Mas é claro! Dos managers, dos hyungs, de vocês, das mães de todos vocês do pai do Nono"

"Quando foi que você pegou o número da minha mãe?" - Haechan estava desconfiado e desacreditado

"Ah, aposto que foi porque minha mãe criou um grupo no whatsapp com todas elas, né?"

Jaemin fez um sinal positivo, deixando implícito o segredo de que ele próprio estava no grupo citado - "Claro! É importante esse tipo de coisa, amigos de verdade se preocupam com isso"

"Não sei não..." - Jisung deixou no ar, mas sossegou ao receber a ameaça de um tapa do Na.

Um total de aproximadamente dois segundos se passaram antes de Chenle perguntar:

"E agora, hyung, já tem sinal?"

"Deixa eu ve- AH!"

Sempre souberam que Jaemin era estabanado, mas dessa vez quiseram matar o garoto. Quando ia retirar o telefone do bolso, o mesmo escapou de sua mão e foi ao chão, escorregando entre a folhagem e descendo a encosta íngreme até sair do campo de visão dos meninos.

Um berro indignado saiu dos lábios de Renjun, cujo pavio já era curto naturalmente. Chenle riu da situação e Haechan... ele estava ocupado demais tentando assassinar Jaemin.

"MAS VOCÊS NÃO CANSAM DESSA PALHAÇADA NÃO?????"







♦️







Joelhos cansados.

Respirações ofegantes.

Braços ralados de correrem em meio aos galhos.

Gargantas secas pela sede.

Pulmões implorando misericórdia.

Suor escorrendo pelas costas doloridas.

Sapatos que estavam fazendo os calcanhares sangrarem e os dedos criarem bolhas.

Os xingamentos de Haechan e Renjun.

Os choramingos de Chenle e Jisung.

Tudo isso pareceu desaparecer para Na Jaemin no momento que olhou para o celular que tinha sido resgatado - a muito custo.

E, sem esperar que mais ninguém o entendesse, saiu correndo em disparada terreno acima.

Escutava ao longe os chamados dos amigos, mas sabia pelos barulhos atrás de si que eles iriam apenas o seguir, então deixaria para explicar depois.

Uma barrinha.

Aquela barrinha tão boba e tão, mas tão importante.

Continuou correndo, saltando por entre a mata sem se importar com mais nada.

Duas barrinhas.

Os colegas não aguentavam mais correr. Mesmo jovens, estavam totalmente sem energia.

Mas todas as reclamações entalaram na garganta, todas as queixas foram esquecidas e todos os protestos deixados de lado quando um simples palavra os eletrizou a espinha:

"Alô?"




Save NCT DreamWhere stories live. Discover now