Lucifer

Caos

Lúcifer

Voltar para Los Angeles depois de anos no inferno de certa forma era estranho, considerando que aqui se passaram alguns meses, considerando que os tempos eram diferentes. Eu sabia que Miguel havia ocupado o meu lugar, e que provavelmente estava com a detetive agora... Respiro fundo e entro na Lux, ela estava fechada, que desperdício, se fosse eu a estar aqui, provavelmete estaria havendo mais de uma orgia ao mesmo tempo, isso nos meus dias menos loucos.

- Eu sei que está aqui; sinto sua presença atrás de mim - Então pode parar com seus joguinhos chatos de gato e rato, me poupando assim do trabalho de te procurar.

- Bem - vindo de volta irmão, acho que é isso que devo dizer; seu sotaque britânico não era tão agradável quanto o meu, me viro e o vejo usando uma roupa completamente fora de moda, um terno marrom que eu não usaria nem nos meus piores dias, fora que a sua postura estava torta como sempre, e o modo como ele segurava sua bebida, não se parecia nada comigo, como alguém pôde me confundir com ele?  - Feliz em me ver depois de tantos anos?

- Sério mesmo isso? Que roupa mais cafona, não acredito que esteja usanso este terno vagabundo com cor de escremento de cavalo.

- A chloe não reclamou dele quando o tirou semana passada...

- O que você disse?

- O que você ouviu Lucy... Espero que esteja preparado para o pequeno caos que deixei para você...

Eu não aguentei ver aquele sorriso debochado que em mim ficava adorável, mas que nele ficava pior do que a mais horrenda imagem do inferno. Eu simplesmente soquei a cara dele, sem me importar se parecia com a minha. Ele obviamente se defendeu, cada golpe que eu dava ele defendia, mas a minha raiva era tão grande que sequer pensei, apenas agi. Nossa luta estava no ápice, o bar estava completamente destruída, nossas asas abertas sangravam, um anjo podia machucar outro, apesar de machucado o desgraçado continuava sorrindo.

- Sabe, o mais divertido disso tudo Lucy; ele me chamou assim para me provocar - Em poucos dias eu consegui o que você não conseguiu fazer em meses...

- E o que seria? Se vestir tão mal a ponto de fazer esse lugar ficar vazio?  É, eu percebi...

- Não... Eu consegui levar a Chloe para a cama; aquilo me deixou meio que paralisado, o que o fez sorrir sinicamente, me dando mais vontade de socar a cara dele, fazendo meus olhos ficarem vermelhos de raiva - Vejo que consegui te atingir afinal...

- Como ousa? Como ousou tocar na minha detetive?

-  Caro irmão... Eu fiz bem mais do que toca - lá Lucy, mas acho que não preciso te dar uma aula do que aconteceu entre a Chloe e eu...

- Como pôde ficar com a minha parceira?

- Sua? Não quis dizer nossa? Considerando que agora ela é de nós dois... Tecnicamente mais minha, já que vocês nunca passaram das preliminares...

- Seu...

- Pelo que vejo os dois não mudaram; um homem de pele morena entra no bar, ele parecia tão familiar - No final das contas certas coisas nunca mudam...

- Olá pai...

- Pai? - Era mesmo ele, pude sentir; não pode ser... Pai...

- Creio que está na hora; ele nos olha de um modo enigmático - Creio que está na hora de finalmente termos um jantar em família...