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Bruno

- você ouviu isso ? - Encarei PT que tinha uma expressão de susto e felicidade na cara - meu filho vai nascer no meio de uma invasão porra - falei ainda meio em choque

- vamos acabar com isso rápido pra você ir ver seu moleque meu parceiro - Ele tocou meu ombro destravando a arma e eu concordei fazendo o mesmo com a minha

Mandei mais 7 homens subirem pra minha casa, incluindo Kauê que tava felizão com a notícia de que o irmão estava prestes a chegar no mundo

Respirei fundo e passei o fuzil nas costas descendo o morro no gás, pronto pra meter bala em todo mundo que aparecesse na minha frente, e assim iniciou o tiroteio

Maria Júlia

- Eu não vou conseguir ! - Gritei de dor me contorcendo na banheira do meu quarto enquanto Maria Gabriela tentava me acalmar molhando algumas toalhas

- vai sim, respira fundo, vamos contar o intervalo das contrações e você vai fazer força, vai ter esse bebê aqui e agora, não dá pra ir pro hospital - ela falou colando uma toalha quente na minha testa que suava mais que tudo

- tá doendo, tá doendo muito...- chorei tocando a minha barriga e gritando ao sentir uma contração mais forte que a outra

- tudo bem, respira e no três faz força...- Mari tentava se acalmar e me acalmar, ela ficou de joelhos na minha frente fora da banheira, colocou as mãos afastando as minhas pernas e eu gritei fazendo força e sentindo cada parte do meu corpo se deslocar

Bruno

- são muitos, vamos ter que mudar a estratégia porra, Faz x2 caralho - gritei no radinho enquanto atirava em dois caras que iam entrando no mesmo beco que eu estava

Minha cabeça tava a mil e eu só conseguia pensar na Maria e no meu filho, puta merda, não posso deixar que na aconteça com eles

- se abaixa caralho - ouvi o grito e me joguei no chão

Ouvi dois tiros e o cara que estava atrás de mim caiu no chão

- Obrigada - agradeço um dos vapores e ele apenas acena com a cabeça e se vira pra outro cara pra atirar

Puxei o radinho e chamei os caras da porta da minha casa, eles responderam e eu só conseguia escutar ao fundo o grito estridente da Maria Júlia

Maria Júlia

- Tudo bem, já consigo ver a cabecinha dele amiga...- Maria Gabriela falou sorrindo e suas mãos tremiam

Ouvi tiros e muitos tiros e meu coração estava tão acelerado, meu corpo doía e eu senti como se tudo estivesse desabando

- Eu não consigo, eu não consigo...- respirei rapidamente sentindo o meu corpo fraquejar

- mãe, eu posso te ouvir, você consegue, você consegue - Kauê gritou batendo na porta - não desiste, eu to aqui, to com você - ele falou eu chorei gritando e fazendo o máximo de força que eu podia

Foi como se tudo estivesse parado no tempo, ouvi o choro estridente e Maria Gabriela gritou dando um grito de alívio e felicidade

Ela enrolou meu filho em uma toalha branca que tinha ali e ele chorava tão alto que senti meu coração chacoalhando dentro do peito

Ouvi que os tiros pararam, senti meu corpo fraquejar mas me mantive forte, me arrumei na banheira cobrindo uma parte do meu corpo e peguei o meu filho

Ele logo se acalmou me sentindo, seu rostinho era tão delicado e tinha evidentemente os traços do Bruno no rosto, senti meu coração se encher de alegria naquele momento, me senti completa

A porta do banheiro se abriu com força e Bruno me olhou assustado, ele estava todo suado e parecia ter corrido o mais rápido que podia para chegar, me olhou nos olhos e sorriu tirando o fuzil do meio das costas e encostando na porta do banheiro

- meu moleque...- ele sorriu se ajoelhando ao meu lado na banheira e olhando nosso filho, que encarava tudo muito curioso - eu amo você Maria Júlia, tenho tanto orgulho de você neguinha...- beijou minha testa tirando a toalha e eu sorri encostando minha cabeça na dele e me permitindo viajar no rostinho lindo do meu filho

Logo, Kauê entrou junto com PT, Vítor, Tay e Guilherme que estava curioso e sem entender o que estava acontecendo, todos juntos ficaram babando no meu filho

Eu nunca havia me sentido tão completa em toda a minha vida, eu estava com os meus amigos e a minha família, não poderia estar melhor, agora acredito que o amor muda as pessoas e faz elas se tornarem pessoas melhores, quem diria, sinto que essa criança vai dar no que falar, afinal, o pai é um Dono de Morro e a mãe é e sempre vai ser, uma Mafiosa.

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