Capitulo 4 - Indiferente

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Alguém me diga como eu posso explicar para alguém que eu conheço como é ser um assexual, é estranho você ter que explicar para as pessoas que você não tem desejo físico pelos próximos. Que na relação entre 2 pessoas que se gostam, o ato sexual é indiferente para mim.
Quando se chega na adolescência, você é incentivado a enxergar as coisas do mundo de forma mais sexualizada, Eu não me encaixava nas conversas paralelas, pé como se aquela realidade não estivesse ao meu alcance, como se tudo aquilo fosse algo extremamente diferente para mim e tudo aquilo que eu sentia e não sentia pelo próximo me consideravam diferente ou até estranho a ponto de ser humilhado e ser motivo de piadas.
A partir de uma certa idade na vida as pessoas se questionam pelo qual você não vai se casar, se você não pretende formar uma família ou como será sua vida sem um essencial que é o ato sexual. Não há forma de explicar como nos sentimos em relação física aos outros amorosamente e sexualmente falando. Somos obrigados a aceitar uma forma de pensamento de que uma pessoa só é feliz quando se tem uma vida sexual ativa, se ao menos uma pequena parte do que dizem fosse verdade, seríamos as pessoas mais infelizes que pisam na Terra.
Aliás, desculpa por não me apresentar, meu nome é Alice, tenho 25 anos em luto para que as pessoas entendam as minhas limitações e respeitem o meu posicionamento em relação à minha sexualidade e a não atração física por nenhum tipo de pessoa.
Eu era uma pessoa que gostava muito de redes sociais, podia passar horas vasculhando o que essas redes tinham oferecer, o único problema de todos os dias é que sempre tinha alguém que no qual eu nunca tinha visto, me mandavam mensagens com assuntos indelicados e solicitando algumas fotos íntimas do meu corpo, como eu já tinha visto acontecer com outras pessoas eu me sentia ofendida pelo que me pediam, porém com todo o respeito que eu tinha a oferecer eu explicava de forma cautelosa e mais simples possível que eu não gostava desses assuntos. Na maioria das vezes eu recebia uma resposta que eu não esperava, me insultavam, xingavam quem falavam palavras que não teriam definição, eu me sentia mal de ouvir aqui né apenas por não ter enviado uma foto.
Eu adorava certo as minhas amigas, saímos para vários lugares, cada dia era um lugar diferente e sempre uma experiência nova, saíamos como quiséssemos, ninguém dizia o que deveríamos vestir ou não, pois usávamos aquilo que ficasse confortável na gente. Isso não nos livrava de alguns olhares no meio da rua, tínhamos que ficar perto uma da outra porque tínhamos medo do que poderia vir a acontecer e hoje não foi diferente. Fomos para um restaurante perto de minha casa, o lugar é bem conhecido por ser calmo e a comida ser de ótima, Como tudo não são flores, havia uma mesa próxima à nossa com 3 homens, eles olhavam para nós E ficávamos muito desconfortáveis, um certo momento percebi que um deles não paravam de olhar para as minhas pernas e nesse momento resolvi ir embora, mas eu não imaginaria que ele estaria me seguindo.
Cheguei em casa, tomei banho e me preparei para ir deitar esquecer daquela fatídica noite. Depois que me deitei, ouvi batidas no portão, mas naquela hora da noite eu imaginei que não deveria ser ninguém e ignorei o barulho, mas aquela batida continuou insistentemente e começou a me tira a paciência, quando abri a porta me deparei Com um homem do restaurante, ele estava visivelmente bêbado e alterado, pedia incansavelmente meu número de telefone enquanto balançava o portão, ele dizia que se eu não passasse o número ele entraria a força lá dentro e no desespero que tomou conta do meu corpo eu corri para dentro de casa, fechei a porta e liguei para a polícia. Em 10 minutos os policiais já estavam controlando o homem, eu estava com medo tremendo em meu quarto, e aquele dia ficou marcado na minha vida.

Nem ele, nem elaWhere stories live. Discover now