A morte do grande mal

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"Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim, tão diferente

Se lembra quando a gente
Chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber que o pra sempre sempre acaba

Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém, só penso em você
E aí, então, estamos bem

Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar
Agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa"

Cássia Eller - Por enquanto

Os dias passavam como todos os outros.

O sol brilhava.

As nuvens se espalhavam no céu escuro.

As pessoas reconstruíram a grande devastação e novamente o ciclo de paz se iniciou. Um mar calmo e suave se estendia por todo o mundo da cultivação e o mundo mortal.

Os pobres continuavam pobres.

Os ricos, mais ricos.

Os dias passavam.

Sem cessar.

Formando semanas, meses, e anos.

Todas as estações ainda estavam lá.

A vida ainda estava lá.

Florescendo.

Uma mulher adulta caminhava dentro da feira com um manto e bem feito. Ao seu lado, uma pequena criança segurava sua mão.  Dando pequenos pulos ao andar,  tentando pisar dentro das grandes pedras que se estendiam na calçada em uma brincadeira sem fim.

A mulher não o apressou. Deixou pular todas as pedras que quisesse. A sua frente,  o local que cresceu. Muito diferente do que se lembrava.

Quando era pequena, tudo era tão grande e majestoso.

Quando grande. Familiar.

Quando foi tudo destruído. Saudade.

Agora... continuava a saudade. Ela se misturava com tantas outras coisas. Já não podia entrar dentro do lago e brincar. Já não podia tantas coisas e com o tempo, podia menos ainda.

Aprendeu quando jovem que deveria crescer para servir. Hoje. Mulher, esposa e mãe. Ela descobriu dentro de si uma personalidade que nunca imaginou.

Descobriu uma força que ninguém ao seu redor imaginou. 

Quando seu irmão  mais novo e amado decidiu que seria uma boa opção se sacrificar em nome de tudo e de todos, ele não estava levando em conta quem seria deixado para trás.

Foi ela que teve que passar cola nos cacos de vidro que foram quebrados, remendando retalhos de e si e de Jiang Cheng, que se tornou apenas uma casca vazia que tentava não demonstrar o quão acabado se sentia de ter perdido aquele que sempre disputou. 

Ela sabia, havia muita culta na cabeça dele para lidar. 

Mas, os dias não se importavam com lutos e coisas do tipo, ou se era a morte de uma pessoa querida ou não. Milhares de pessoas morreram naquela batalha. Em sua crueldade o tempo continuou passando, mudando de estações de novo e de novo. Mostrando que a vida... Ela continua.

YanLi foi a primeira pessoa a notar isso.

Ela ainda sentia profundamente a falta do seu adorado irmão inconsequente.

Inteligente e infantil.

Amava ele demais para simplesmente esquecer. Ser trancada na Torre de Carpa, no meio do auge da guerra tão pouco lhe agradava, ver aquele que amava pela ultima vez enquanto o mesmo lhe dava um leve sorriso foi a mesma sensação de ter milhares de facas a perfurando ao mesmo tempo.

[MDZS] Sweet Dream...Where stories live. Discover now