Capítulo 8

296 37 11
                                    

Nicolae Narrando

Ok, vou admitir, sinto falta dela aqui em casa. Nunca pensei que ficar sem ela por um tempinho fosse algo tão incomodo. Sei que isso é para manter o disfarce, mas já me acostumei a ter ela por perto (Meio enlouquecedor da minha parte, eu sei).

De manhã, quando vi ela se indo embora, tive vontade de lhe mandar trocar aquele vestuário. Mostrava demasiado, porém me contive, ela não é nada minha. Apenas somos amigos e aposto que isso lhe desagradaria.

Neste preciso momento estou no meu escritório, tentando fazer alguma atividade, mas o meu pensamento está naqueles olhos azuis.

Ser deixado por meu melhor amigo e minha noiva foi chocante para mim. Por isso é que não me quero juntar a ninguém novamente. Talvez tivesse sido por isso que não me queria casar, com medo que a história se repetisse.

Mexo em algumas folhas em cima da minha mesa e escuto a porta da frente se abrir (É ela!). Me levanto rápido e ando até ao hall de entrada. Vejo ela e o Peter lado a lado.

- Como correu vosso dia? - Pergunto passando pela porta do escritório, vejo que ela tomou um susto e tento não rir.

- Foi bom. - Sorrio.

- Parece que a Mary conquistou os alunos. - Olho para meu irmão sem entender.

- Como?

- Ele está exagerando.

- Não estou não, ela é minha professora de literatura e posso dizer que é muito liberal.

- Eu simplesmente acho que estar nas aulas não significa diretamente que todos devemos ser como robôs. - Dá de ombros.

- Bom, que tal irmos para a sala de estar e vocês me contam isso melhor? - Acenam.

Fomos caminhando até à sala e logo nos sentamos.

- Vamos, me contem isso do liberal. - Vejo ela sorri.

- Eu simplesmente fiz uma brincadeira. - Aceno. - Tenho duas turmas e em cada uma fiz uma brincadeira diferente. Numa eu decidi, entrar e me camuflar como aluno. - Levanto uma sobrancelha. - Posso dizer que tenho pena dos outros professores. Teve um grupo de alunos pensando que eu era nova na escola e contaram-me suas histórias de como cabulavam e tal. Depois surpreendi eles me apresentando como professora. - Rio. - Eles ficaram para morrer.

- Mesmo assim não entendi a parte do liberal.

- É que a Mary, não quer que levantem a mão para falar, nem que lhe chamem de professora.

- Oh, assim faz mais sentido.

- Mas você não fez isso com nossa turma, Mary.

- Claro que não, eu sou original. Preferi fazer para vocês aquilo dos papeis em cima da mesa e não é que vocês me encontraram? - Franzi o cenho.

- Ahn?

- Ah, isso foi a outra brincadeira. Antes de tocar, eu coloquei umas pistas pela escola, até eles chegarem no campus, depois me apresentei e mandei eles ás suas vidas.

- Parece que você tem jeito para o trabalho. - Comento.

- Sempre gostei de surpreender. - Algo me diz que aquilo foi uma indireta para mim.

- Não duvido. - Olho em seus olhos e ouço alguém pigarrear.

- Bem, estou a me sentir a mais, com vossa licença. - Peter se levanta e sai. - Nós rimos.

- Coitado. - Ela fala rindo. - Nicolae tenho uma coisa para te dar, podes vir a meu quarto comigo? - última vez que tive ali dentro eu não ia me controlando. Dessa vez eu não arqueio com as consequências.

- Claro, vamos. - Me levanto e estiro minha mão para que lhe ajude a levantar (ela segura e a puxo, colando nossos corpos).

Vejo ela ficar sem jeito e corar, seguro um riso e me afasto, para que ela volte a ficar estável. Nos encaminhamos para fora do quarto e dirigimo-nos para sua habitação. Ela vai na frente e abre a porta, entro logo em seguida e tomo a liberdade de olhar ao redor (Ela não mudou muita coisa nele). Olho para ela e observo cada movimento seu. A mesma se dirige até seu criado mudo e tira o livro.

- Toma, eu adorei. - Sorrio. - Acho que entendi o motivo da minha mãe não querer que eu tivesse lido. É um romance revolucionário.

- Elizabeth Bennet, era uma mulher revolucionária! - Concordo. - Mas eu não quero o livro, eu dei para você. - Seus olhos se abrem.

- Eu não posso aceitar, Nicolae! - Respiro fundo.

- Olha fazemos assim, aceita isso como um presente de boas vindas. - Ela fica receosa.

- Mas... - Repreendo-a com o olhar. - Tudo bem, mas esse é o único.

- Como quiser. - Digo, sabendo muito bem que não será.

- Sabes, tem aqui um lugar na mansão que apenas eu entro, meus irmãos sabem que ele existe, mas não ousam entrar lá. - Encaro-a. - Queres ir ver?

- Mas se teus irmãos não vão, porque deixaria eu?

- Porque em breve o que é meu será seu! - Ela tenta esconder um sorriso. - Agora vem, aposto que vais adorar. - Tomo sua mão na minha e saio do seu quarto.

Mary Narrando

Ando atrás de Nicolae, com sua mão ainda segurando a minha. Descemos as escadas e ele me puxa em direção à sala, quando entremos ele me puxa para perto de uma porta de madeira eu nunca havia reparado que tinha naquele cómodo.

Quando ele abre a porta e entramos olho todo o lugar. É lindo tudo está em um tom castanho, desde as estantes de livros até aos sofás de couro. Ah e as estantes? Cheias da minha verdadeira paixão.

- Nicolae, aqui é lindo!! - Ele confirma e sorrio.

- Aqui é um lugar que eu penso e guardo todos os meus bens. - Aceno, andando pela sala.

- Esses livros são todos seus? - Pergunto apontando para os mesmos.

- Não.

- Oh, são do Peter também? - Ele nega, me fazendo abrir os olhos. - Do Drogo?? - Nega novamente. - Então de quem?

Is it love? Nicolae Bartholy [CONCLUÍDA]Where stories live. Discover now