Capítulo VI - BIANCA, A MAGA.

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- Não tomo essas porcarias. - E joguei de volta para ele.

Ele segurou a lata com força e olhou para John, que tentou acabar com o climão.

- Primeiro, as apresentações, Bianca ele é o Bernardo, pode confiar nele.

- Eu não confio nem em você, por que confiaria nesse cara que me sequestrou? - Franzi a testa.

- Eu te ajudei a fugir! - Os dois falaram juntos, batendo na mesa com revolta.

Revirei os olhos.

- Tem como vocês me falarem logo qual o destino que irei seguir ou coisa do tipo?

- Temos um plano. - John disse, ansioso. - Você se lembra do nosso Mago?

- Você quer dizer aquele cara das histórias infantis? - Soltei uma risada. Eu me lembrava da minha mãe dizendo que se eu não tomasse banho o Mago viria e me transformaria em uma latinha de lixo.

- Ele é real! - Reclamou, como se eu estivesse sendo doida de não acreditar. - Ou pelo menos era, antes de morrer.

- E o que eu tenho a ver com isso? - Cruzei os braços. Minha adaga já não estava mais apontada para eles, porque eu os achava mais malucos do que assustadores agora.

- Acreditamos que você pode ser a nova Maga. - John sorriu, como se eu devesse me orgulhar disso.

- E como chegaram a essa resposta? Vocês andam me observando?

Bernardo abriu a boca, como se finalmente fosse participar da conversa, contudo, John o cortou:

- Na verdade, qualquer uma poderia ser, mas vimos que você é forte, cria boas estratégias e o melhor de tudo, não tem nada a perder. - Seus olhos pretos reluziam de ansiedade, esperando para ver qual seria minha resposta.

Eu sabia que havia algo a mais ali que eles não me contavam, então decidi contornar o assunto.

- Mas por que você, de repente, ficou interessado em descobrir uma Maga?

John cerrou o maxilar e Bernardo respondeu por ele:

- Dizem que a magia mais poderosa desse mundo se encontra nos Magos, ninguém consegue superá-la. Alguém precisa sair dessa ilha maldita e encontrar as antigas famílias de Iluminados que sobreviveram a Guerra dos Mortos, só assim conseguiremos libertar o povo de Galmizer.

Aquilo estava muito estranho, mas, sabe, não tinha nada na minha agenda por uns dois meses. Não aguentava mais assaltar o mesmo supermercado para conseguir comida. Aquele lugar me oferecia cama, alimento e descanso, eu estava em um spa e a única coisa que precisava fazer era vencer uma luta e falar para aqueles caras que ia ajudá-los a me tornar uma Maga.

Se tudo desse errado, a única coisa que aconteceria era que eu tivesse que voltar para a minha vida de agora. E se, por uma loucura, a teoria deles desse certo, eu teria poder e poderia soltar meus pais da prisão.

- Tudo bem. - Falei com a voz mais heroica que consegui. - Se é pelo bem do povo, eu aceito.

Só faltou eles pularem de tanta alegria, os dois deram um soquinho um no outro de comemoração e sorriram para mim. E foi aí que começou a parte chata.

- Ok, ok. - Falou John tentando conter a animação na voz. - Eu já planejei tudo, a única coisa que você precisa fazer é vencer essa luta com Daniel, não será tão difícil se você começar a treinar... - Ele analisou meus músculos.

Eu não era tão forte, até porque não precisava ser. Sempre tive minha adaga que me ajudava em lutas de rua, e, se ela não bastasse, eu conseguia achar a melhor fuga com meu pincel, o melhor GPS que alguém pode ter se querem saber, afinal, se não houvesse uma saída real, era só eu desenhar uma. Mas, pelo que parecia, ali ninguém se importava se eu tinha uma espada, uma faca ou até uma lança. Minha força e estratégia que deveriam ser boas.

Os Iluminados - O Encontro dos SeteWhere stories live. Discover now