Assim, eu tinha certeza que não o veria aquele fim de semana.

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Aquele sábado foi tedioso e desagradável.
Queria não ter me levantado tão cedo da cama, assim teria menos tempo para ouvir as perguntas de Anajú e Vicky sobre Shawn.

— Você acha que ele vai vir aqui hoje?

— Não.

— Por que não?

— Porque não acho, Vicky. Só por isso.

Essa era a razão, pura e simples, e eu queria que ela parasse de tocar nesse assunto, porque me incomodava imensamente saber que ele não viria e, mais ainda, não entender o motivo pelo qual ele queria distância de mim.

— Ele pagou pela sua semana! Com certeza ele deve gostar de você.

— Não, Anajú. Ele só tem uma proteção esquisita comigo.

— A semana toda, Mila! Isso não é proteção.

— Se ele gostasse de mim, ia querer ficar por perto. - Como ele disse que faria, pensei - Ele não vem.

Não sei há quanto tempo elas tinham na cabeça aquela ideia ridícula de que Shawn poderia gostar de mim, mas eu queria arrancar esse pensamento delas à força, se fosse preciso. Eu não precisava de bobagens na minha própria cabeça me dando esperanças para, depois, quebrar a cara, e estava feliz comigo mesma por sequer considerar a possibilidade de isso ser uma verdade.

— Ainda acho que ele vem - Começou Vicky.

— Eu também, - Completou Anajú - e talvez te leve pra ir a algum lugar.

As duas se olhavam e davam risinhos agudos como meninas pré-adolescentes falando de rapazes, enquanto eu tentava ignorá-las, arrumando um pouco meu quarto.

— Eu queria um Shawn pra mim. - Falou Vicky, agarrando-se a um dos travesseiros como se ele fosse um homem.

— E quem não queria? - Anajú provocou, deixando-se cair pesadamente na cama.

— Ei, acha que ele vai comprar um presente pra Mila?

Anajú pareceu ver o Papai Noel em pessoa.

— Oh, meu Deus! Será que ele vem trazer o presente adiantado hoje?

As vozes e os risos das duas atingiram uma oitava audível apenas por cães, e a excitação de ambas estava me dando nos nervos. Porque eu sabia que elas estavam muito animadas à toa, e eu não queria que elas me animassem assim.

— ELE NÃO VAI VIR! - Gritei, sobrepondo minha voz às vozes delas.

Anajú e Vicky olharam-me espantadas, sem sorrir agora, enquanto um silêncio constrangedor instalava-se no ambiente.
Suspirei, tentando ficar calma.

— Desculpa.

— Tudo bem - Anajú disse, levantando-se e puxando dos braços de Vicky o travesseiro que ela ainda mantinha apertado - Você parece querer ficar sozinha. Vamos te dar um pouco de privacidade.

𝐒𝐮𝐝𝐝𝐞𝐧𝐥𝐲 𝐋𝐨𝐯𝐞 Where stories live. Discover now