Capítulo 30 - Planos Absurdamente Suicidas

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King

Dois dias depois

Eagle, de cima do prédio, dá o sinal de que temos passagem livre pela direita na lateral da terceira base dos Snakes.

Entro na frente sendo seguido por Fire e Freak. O corredor é sujo e fedido. Esses idiotas não conseguem pagar alguém para limpar essa porra?

Sigo por ele tendo meus dois motoqueiros atrás de mim andando silenciosamente. Ouço um barulho vindo do corredor transversal e logo um cobra passa tranquilamente sem saber que estavam sendo invadidos.

Puxo ele o pegando de surpresa e, em um movimento rápido, passo o braço pelo seu pescoço. Coloco minha mão enluvada em sua boca para abafar seus gritos e, com um movimento simples, quebro seu pescoço. Calmamente coloco seu corpo no chão e verifico o corredor de onde ele veio.

O plano era nos inserirmos na base destruindo os Snakes de dentro para fora e quando conseguíssemos derrubar um número razoável, chamamos a artilharia pesada fazendo um estardalhaço pelo lado de fora.

O plano tinha funcionado com as duas bases Snakes anteriores. Não damos tempo de avisarem as outras bases, já que Nerd colocava o seu brinquedinho de destruição de sistemas para funcionar antes das invasões.

Sigo pelo corredor que ligava todo o prédio e consigo ouvir um barulho maior vindo da próxima esquerda. Provavelmente um refeitório ou um bar. Faço sinal para Fire e Freak permanecerem onde estão e espero escondido atrás de uma pilha de caixas velhas de madeira podre.

Consigo ver de longe Shade e Tex do outro lado do corredor. Eles haviam entrado pela lateral sul do prédio. Me esquivo para a beirada do corredor para ver quantos homens haviam e pude contar pelo menos vinte.

Movo meus dedos indicando para Shade a quantidade de motoqueiros já sabendo que Freak e Fire também estariam vendo. Vejo um grupo de cinco homens vindo para o corredor que eu estou e aceno para Freak e Fire. Os dois saem de seus esconderijos, parando no meio do nosso corredor ainda não acessíveis aos olhos dos cinco homens que se aproximam. Miro minha arma na cabeça do que me parecia ser o mais ágil entre eles e dou o primeiro tiro.

Freak e Fire alvejam os outros quatro homens enquanto eu me lanço para o refeitório. Vejo quando Shade e Tex fazem o mesmo, atiramos em tudo o que se movia rapidamente e voltamos para a segurança das paredes.

Os gritos de fúrias dos que não foram atingidos e os de agonia de quem foi baleado percorria pelo prédio. Clico rapidamente o bipe que tinha em minha cintura avisando aos de fora que a festa tinha começado.

Vejo um homem se aproximando do esconderijo de Shade, preparado com uma arma e totalmente em alerta para acertar alguém, e atiro na cabeça do filho a puta. Ouço outro tiro e vejo Tex sorrindo quando, provavelmente, atirou em algum Snake que se aproximava da minha parede.

Gritos e bombas, o ataque externo tinha começado enquanto o interno estava quade finalizando. Pego um pequeno espelho que arrago comigo para essas ocasiões e coloco no chão virando para o refeitório na esperança de enxergar quantos mais estavam ativos. Apenas oito estavam capazes para outro tiroteio enquanto o resto ou estava morto ou estava agonizando de dor.

Três à direita miravam na parede de Shade, dois socorriam os caídos e os outros três estavam atentos em mim. Mentalizo esses três e bolo uma estratégia um pouco kamikase na minha mente. Em um movimento ousado saio do meu esconderijo e atiro em dois. Volto em questão de de segundos e pego novamente o espelho. Um tiro na minha mão faz com que o espelho se partisse em mil pedaços.

Ignoro a leve dor na minha mão já que os ferimentos seriam leves por estar usando as luvas de couro e pele artificial. Eram grossas o suficiente para serem um bom silenciador e para não me fazer perder os dedos em momentos como esse.

Shade acena para mim com uma ideia e eu vejo que seu plano é insano e absurdo, como tudo no motoqueiro. Concordo com a cabeça, já que era exatamente nisso que Shade era bom: planos absurdamente suicidas e incríveis.

Chamo Fire e ele vem ao meu lado. Explico rapidamente o plano e ele ri da mente de Shade, mas concorda.

Fire atira na parede antes de Shade e Tex faz a mesma com a nossa criando uma distração que duraria menos de três segundos antes dos Snakes entenderem que é apenas uma distração. Nesse micro espaço de tempo, eu e Shade sairíamos dos esconderijos e atiraríamos em quem restou.

Se desse certo, finalizaríamos a terceira base. Se desse errado, eu iria cuidar do meu pai no inferno. Acho justo!

Tex e Fire acenam e começam a atirar. Shade e eu nos jogamos no chão e atiramos nos Snakes que restaram. Três, dois, um, zero...

- Caralho, Bulls! - Grita Shade rindo ao se levantar. - Eu sou um estrategista da porra! - Comemora rindo e eu me aproximo batendo de leve no seu ombro.

- Vamos ver o que aconteceu lá fora. - Aponto e Freak suspira.

- Não participei de nenhuma das duas. - Resmunga ele irritado. Freak havia levado um tiro no braço na base anterior e não estava com as melhores miras com a bala alojada em seu braço.

- Está melhor? - Pergunto me aproximando e ele levanta a manga da blusa mostrando um ferimento nojento pra caralho. - Isso está...

- Nem tenta me mandar de volta pra casa. - Freak me interrompe e eu levanto as mãos arqueando a sobrancelha.

- Eu ia dizer que isso está nojento pra caralho. - Comento rindo e ele respira aliviado.

Saímos da terceira base e uma pilha de corpos estava no chão.

- Acabamos com essa. - Diz Sniper. Ele, Eagle e mais alguns motoqueiros estavam juntando todos os Snakes juntos.

Fire sorri de lado pegando galhos no chão. Ele acende um por um e joga sobre os corpos, minutos depois uma pequena fogueira de Snakes se formou.

- Vamos, que ainda temos mais cobras pra matar.

Acho que esse coraçãozinho ficou perdido no meio dos tiros, mas mesmo assim ele está aí.

Bom, enquanto uma lida com as crias o outro lida com os inimigos.

Beijinhos, até mais!

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