sympathy

hansol protetor de anjos

— Ele falou que não consegue parar de pensar em você? Meu irmão, vai na dele que é sucesso. - Seokmin encorajou o amigo, dando tapinhas em suas costas que pareciam mais um sinal de pena, do que apoio. Mingyu torceu o rosto de forma sutil com a ação do amigo, para que ninguém percebesse seu desconforto.

— É, ele disse isso mesmo. - Respondeu Mingyu, aquela informação desnecessária o bastante para fazê-lo bocejar e mais uma vez querer sair correndo dali.

— Tá, mas o que você fez? - Seungkwan perguntou, aproximando seu rosto para perto do amigo, seu olhar curioso queimava sobre o outro.

As lembranças de Mingyu estavam se revirando em seu cérebro e em seu estômago, ele apenas avaliou a curiosidade do amigo e respondeu simplista:

— Bom. Eu saí correndo. - Sua voz saiu falhada e desajeitada, Kim tinha noção do que fez e já se sentia totalmente arrependido por não ter conseguido compreender as reais intenções de Jeonghan, por mais nítidas que fossem.

Já naquela altura do campeonato, quase todos os amigos riram juntos, menos Hansol, que desferiu um tapa na cabeça de Kim, fazendo o garoto mais velho murmurar um palavrão baixo, contudo cheio de raiva e mais culpa ainda.

— Você é babaca? Mano, como você pôde, cara? Meu deus do céu, eu devia enfiar esse copo de suco no teu cu. - Deu mais um tapa no mais velho, mas dessa vez em seu braço. Mingyu só não revidou porque suas forças já se esgotaram, e tudo o que doía mais era seu consciente, doía e pesava.

— Ei, eu não sou saco de pancadas, okay? E eu não reclamaria se enfiasse um copo no meu cu. - Fingiu desinteresse no assunto, e obteu êxito.

— Por que vocês são assim? - Junhui comentou, entediado por ter de assistir à mais uma briguinha corriqueira. Vira e mexe, Hansol e Mingyu discutiam por algo até bobo, eram como cão e gato, mas minutos depois sempre faziam as pazes e esqueciam como se nada tivesse acontecido.

— Por isso que ele tava tão tristinho hoje. Agora tudo faz sentido, e é por sua culpa, Mingyu! - Apontando um dedo na cara do amigo, Hansol cuspia verdades sobre o mesmo. Seu corpo levantado o fazia se sentir mais alto e superior ao amigo sentado.

— Minha culpa o quê? Todo o mundo sabe que eu gosto do Wonwoo, se eu quisesse algo com o Jeonghan, eu já teria levado ele pra minha casa. - As palavras saíam lotadas de raiva e lotadas de mentira. O mais velho pôs se de pé ao notar que Hansol estava querendo ultrapassar os limites, logo o corpo mais alto de Kim havia deixado de ser um alvo das palavras duras, porém verdadeiras de Chwe.

— As pessoas têm sentimentos, caso você não saiba. E o Jeonghan não vai ser mais um cara que você leva pra cama e manda embora, como se fosse um objeto. - Por fim, Hansol soltou sua última bronca de forma firme, e acima de tudo respeitosa.

E Mingyu se calou por um momento diante daquilo. Afinal, querendo ou não, ele estava errado naquela história toda, não pensou que podia ferir o sentimento de Jeonghan, que podia gerar uma imagem ruim de si mesmo ao criar toda aquela confusão, não pensou o que as pessoas ao seu redor poderiam comentar. No calor do momento e com suas emoções mais confusas que o normal, Mingyu notou nada, nada além de Jeon Wonwoo.

— Tá bom, desculpa. - E seu olhar baixou. Uma encarada no rosto de qualquer um dos amigos seria o gatilho para as lágrimas saírem.

— Um dia vocês ainda vão namorar, se Deus quiser e ele há de querer. - Seokmin comentou, rindo da situação.

— Bom, eu preciso ir agora. Vou ir consolar o Jeonghan. - Chwe falou, ignorando o comentário importuno de seu amigo, saindo de lá sem nem mesmo dar um simples "tchau".

Com todo aquele transtorno, era impossível Hansol não se estressar, até porque ele nunca foi um cara tão paciente, seu pavio curto e sua mania de se importar mais com os outros do que consigo mesmo, ainda sim deixava marcas em pessoas que não deveria. Era quase impossível controlar sua raiva quando algo não parecia certo, e saber que Jeonghan seria o mais machucado naquela história toda, fazia com que o desespero brotasse de dentro das suas entranhas até que sua raiva fosse descontada na pessoa certa.