28- Truth hurts

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Quando Billie disse que iria me levar em um encontro eu imaginei um restaurante ou um cinema, coisas que nós fazíamos por ser simples e ao mesmo tempo nós podíamos nos curtir, mas não foi esse o lugar que ela estava em mente.

Depois que ela chegou e passou quase o dia todo dormindo, descansando da longa viagem, minha namorada me trouxe para um karaokê.

Um karaokê.

Eu não cantava nem no chuveiro, porque eu sabia que até a pessoa mais desafinada do mundo era mais afinada que eu, quanto mais em um karaokê.

Mesmo não querendo vir, tinha que admitir que o lugar era muito bonito. Também era metade bar e tinha umas luzes roxas que fazia o ambiente parecer mais moderno.

Tinham mesas espalhadas por todo o local e como a iluminação era propositalmente baixa, nós não fomos percebidas.

Ainda...

— Fique tranquila, não vamos ter que cantar — ela me assegurou enquanto estávamos sentadas em uma das mesas, aproveitando nosso pedido.

Não sei porque, mas não conseguia sentir verdade em suas palavras.

— Que bom, porque eu canto muito mal —

— Não precisamos cantar, só de estar com você eu me sinto bem — respondeu sorrindo de lado.

Ela ia cantar.

Eu sentia no tom de sua voz.

E não ia cantar sozinha.

— Senti tanto sua falta, pareceu semanas e foram seis dias — ela fez uma careta rindo e eu acompanhei.

— Eu também — tentei imitar, falhamento, a sua careta — Quando ficamos assim tão sentimentalista? —

— Não sei, deve ter sido quando você se apaixonou perdidamente pela adolescente aqui — ela apontou pra si mesma.

Ela disse cada palavra de um jeito convencido.

Eu até poderia negar, mas era a pura verdade.

— Não vou dizer nada que pode ser usado contra mim no tribunal — ela riu da minha piada.

Depois ela ficou um pouco tensa.

— Joseph não ligou depois da última conversa? —

Eu só queria esquecer dos problemas, eu sabia que com Billie eu esqueceria, porque só de estar ao seu lado eu já me sentia mais calma, mas só de lembrar...

— Infelizmente, não — mordi a bochecha suspirando.

Billie ficou me olhando e depois olhou para o lanche à sua frente.

— Você acha melhor... Hum... A gente dar um tempo? Sabe? Até você conseguir a guarda —

Suas palavras foram pior do que uma facada quando passaram por meus ouvidos.

É claro que eu estava exagerando por ser a dramática que eu sou, mas de fato, suas falas tinham causado um certo peso em mim.

Ela era tudo que eu precisava naquele momento e viver sem ela, mesmo que por alguns meses, estava fora de cogitação.

— Você quer dar um tempo? — perguntei.

— Não! Claro que não. Eu só pensei que, se o problema é seu relacionamento comigo, talvez se não estivermos mais juntas, nem que seja até você conseguir a guarda... —

— Se você não quer dar um tempo e eu não quero dar um tempo, então, não vamos dar um tempo — eu disse a interrompendo.

Billie ficou em silêncio, e vi sua felicidade por minhas falas.

My dear teacher •Billie Eilish• |✅Where stories live. Discover now