Capítulo 06 - Parte I

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Capítulo proibido para menores de dezoito anos!

Milena

Sinceramente, o doutor Guerra além de ser um safado é um lunático. Como ele teve a coragem de exigir satisfações de meus atos? Não devo explicações de minha vida a ninguém e muito menos a ele. Afinal, Edu não estava sozinho e a mulher que o acompanhava, certamente é uma de muitas conquistas que coleciona em sua lista devassa.

  Decido não pensar nesse cretino e lanço um olhar para as flores que Ricardo me enviou esta manhã. Ao contrário do que eu fiz com as rosas que Eduardo me enviou ontem, essas eu mantenho em cima de minha mesa.

Muita gentileza do delegado em ter me enviado esse lindo ramalhete. Aliás, ele é um homem muito gentil, além de bonito. Tem o corpo atlético, olhos e cabelos castanhos e um sorriso encantador. Mas não quero me envolver com ele. Acredito que não esteja pronta para me envolver com alguém. O que quero realmente é me dedicar em minha carreira, que é prioridade para mim neste momento.

  Aline, minha assessora, entra em minha sala e passa a pauta de audiências que terei durante o dia. Para meu completo desgosto, terei que encarar o doutor Guerra daqui a pouco. E só de voltar a pensar nele, o meu cérebro envia mil e um sinais de alerta. Não devo me deixar influenciar pelas suas investidas deliberadas, nem tampouco pelo seu charme avassalador. Não quero e não irei!

  Instantes depois, eu estou adentrando a sala de audiências. Guerra me vê e estreita os olhos em minha direção. Eu ignoro o quanto posso o seu olhar quente e me acomodo ao seu lado. Ele me segue com o olhar sem pestanejar e posso sentir a carne aquecer como fogo. Que inferno! Maldito homem!

  Decido não demonstrar abalo e giro o rosto para lhe fitar. Uma eletricidade atravessa a minha coluna ao encontrar seus olhos verdes acinzentados fixos em mim. Ele está muito sexy como de costume. Hoje Guerra está usando um terno cinza escuro e gravata listrada em tons de azul claro e escuro. Ele abre seu sorriso de morte e desvia o olhar para os papéis.

       A primeira audiência se trata de uma ação de ameaça de morte. O caso é muito complexo, uma vez que o casal está em processo de divórcio, cuja ação corre no juízo cível. O autor alega que além de sofrer ameaça contra a sua vida, a ré o traia com seu próprio amigo.

  — Excelência, o meu cliente sofreu ameaça de morte por parte da sua ex-companheira — começa o doutor Thobias, advogado que representa o ofendido — Consta nas provas dos autos que a acusada o ameaçou com uma faca, alegando que iria cortar o seu pescoço por ele ter um caso extraconjugal durante o casamento, o que não é verdade. Pois ficou comprovada a traição da ré no processo que corre na Vara de Família.

  — Bem, o que a parte ré tem a dizer sobre essas provas? — indaga o juiz Guerra a advogada da acusada.

  — Excelência, a minha cliente nega ter proferido qualquer ameaça de morte ao ofendido, bem como de ter acusado o ex-companheiro de traição — se pronuncia Bianca Novaes, a advogada da ré.

  Guerra lê os autos pela segunda vez e coça o queixo. Vira-se para mim e abre um sorriso de canto. Não sei qual o propósito de sua expressão zombeteira, mas confesso que não estou gostando nada disso.

Amor em Julgamento - Degustação - Somente alguns capítulosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora