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- Como está se sentindo - perguntei a Polly

- Viva - ela respondeu, em um longo suspiro

- Fico feliz - Disse - Estive preocupada com você

- Eu não vou parar de te incomodar tão cedo, Elisabeth Cooper

- Não me chame assim, sabe que odeio

- Então devo chamar de Senhorita? - disse ela

- Polly!

- O que foi? Tenho que me divertir de alguma forma

Dei um sorrisinho, me sentindo aliviada por ela estar bem.

- Mas sente muita dor?

- É... Mas os analgésicos que me deram estão ajudando!

- Fico feliz - Digo

- Você não precisa estar comigo 24h por dia, sabe? Eu não vou fugir - continua - Bom... Eu fugiria se pudesse, mas não posso.

Levantei uma das sobrancelhas, ainda a encarando

- Minha nossa, você leva tudo muito a sério - Diz ela

Polly direciona o olhar para o envelope que está com uma pequena borda pra fora do bolso do meu moletom

- Hmm... Um admirador secreto é?

- É claro que não! Um garoto deixou cair isto ali no corredor... Depois do almoço devolverei a ele

- Acho que você deveria ler... - Diz

- Seria invasão de privacidade não é?

- Bobagem - Retrucou ela, rapidamente - Me de isso aqui

Polly arrancou o pequeno pedaço de papel do meu bolso, mas como ela está com os movimentos lentos e dolorosos, consegui toma-lo de volta

- Sua... Sua... Corretinha - Diz, mostrando um leve sorriso de canto

- Corretinha não querida, a mais corretinha - Digo piscando o olho

- Você não presta!

- Eu sei

E assim passou-se o resto da manhã, eu e Polly conversamos um pouco sobre adotarmos um ornitorrinco, o que na cabeça dela, era perfeitamente conveniente.
Depois veio a enfermeira com o almoço de Polly, era um prato que dava para no mínimo 3 pessoas, então quando ela ficou satisfeita, eu comi os restos.

Logo após o almoço, Polly dormiu mais uma vez, imagino que os analgésicos tenham a deixado um pouco exausta.

Olhei para o envelope do meu bolso, me perguntando se deveria abrir, o que ainda me parecia muito errado, mas como todos, tenho uma parte curiosa que adoraria ler as palavras ali escondidas.

Resisti a tentação, não me pergunte como, eu apenas dei um profundo suspiro e sai por aquela porta, afim de devolver o envelope amassado...

Onde diabos fica o quarto dele? Eu nem mesmo sei seu nome

A primeira coisa que me veio a cabeça é procurar a mesma enfermeira que pedi ajuda quando não encontrava o filtro, mas aparentemente, não era seu turno.

- Com licença - Falei, para a primeira enfermeira que ali passou - Você sabe qual é o número do quarto de um garoto alto de olhos verdes?

- Você terá que ser mais específica! Temos muitos desses por aqui - ela disse, parando-se na minha frente

- Bom... Eu não sei seu nome... Mas ele usa uma sonda respiratória

- Hmm... Ainda não sei - a enfermeira disse

❥ Living for you ⭞ᴮᵘᵍʰᵉᵃᵈOnde as histórias ganham vida. Descobre agora