CAPÍTULO XII

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"Não importa quão rápido a luz viaje,
ela descobre que a escuridão sempre chega antes e está a sua espera."
Terry Pratchett

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Imagine isso.

A cafeteria está barulhenta. Todo mundo fala. Na mesa oposta. Em cima do balcão. Todos a sua volta. O grupo, à duas mesas de distância trocam tudo. Coisas particulares. Segredos. Mentiras. Detalhes que ninguém mais deveria saber. Eles riem. Eles choram. Eles estão com raiva. Eles estão decepcionados. Mas sejam eles quais forem, sua confiança é costurada nos pontos que seguem suas espinhas.

Agora imagine alguém desapontado.
Alguém traiu sua confiança. Uma vez. Duas vezes. Três vezes.
Ouça com atenção essa voz dentro de você.
Você se sente sozinho?

Uma sensação de aperto no peito. Uma garganta seca.
Você pode sentir as lágrimas subindo?
Há algo no escuro da sua mente que aparece em momentos solitários. Momentos como acordar em uma cama vazia às 2 da manhã e sentir que o mundo te come vivo. Momentos como quando as pessoas perguntam por que você se encolhe tanto quando alguém dá uma cutucada divertida em vez de perguntar se houve um momento em que alguém não estava brincando.

Confiança é uma coisa tão frágil. Uma vez quebrada, nunca mais somos os mesmos.

Como é estar quebrado?
Você não ouve nada, certo?

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Apartamento da Corinne
Segunda-feira, 16 de setembro
11:52 a.m.
08 dias até o próximo assassinato

Se havia um som que Olivia odiava, era o barulho rápido dos dedos de Corinne contra o teclado na sala silenciosa. A espera sempre se reduzia à paciência - uma característica que ela não possuía.

Ela chegou ao apartamento dela meia hora atrás com uma xícara grande do famoso frappuccino de chocolate com abóbora da Bambu Cafeteria e um dos maiores favores que ela já pediu. A pasta de Eve Miller era classificada, pois todas as acusações haviam sido retiradas devido à falta de evidências. Por mais que Olivia tentasse acessá-los, seu pedido era sempre negado. Para alguém como ela, era inacreditável que certos documentos não estivessem visíveis para o caso. Ela tinha que encontrar uma maneira de obtê-los. E Corinne era a sua maneira.

Olivia estava sentada de pernas cruzadas no final do sofá de Corinne com uma xícara de café preto entre os dedos. O travesseiro ao lado dela era de um gritante, verde macio que cheirava a café, terra e um dos famosos biscoitos de chocolate da avó de Corinne; o cheiro era avassalador o suficiente para que ela tivesse certeza de que um deles apareceriam se ela ousasse levantar o travesseiro.

"Então, tem esse cara com quem eu estou tendo problemas..." Olivia disse para fazer qualquer coisa para quebrar o silêncio.

Corinne parou de passar os dedos sobre o teclado e Olivia mordeu os lábios com força suficiente para embranquecê-los. Quando ela não continuou, Corinne ergueu os olhos da linha que estava lendo.

"Problema do tipo o corpo dele não cabe dentro de um saco de lixo ou problema do tipo você meio que gosta dele?"

"Eu acho que é um pouco dos dois?" Olivia começou a esfregar os nós dos dedos, quase como se estivessem congelando e ela quisesse aquecê-los.

Labirinto do AssassinoHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin