Capítulo 50.

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Ayuli.

-Da de dez a zero nas presença vip, tá com a beleza em dia, essa mocinha é vilã do meu filme.-Jhonatan tava deitado na outra ponta da cama, uma mão tava no celular que tava tocando Mc Paulin da Capital e a outra fazendo massagem no meu pé que tava em cima dele. Olhei pra cara dele que começou a cantar apontando o dedo pra mim e eu ri.-Hoje ela tá no toque, as recalcadas já fica em choque, pras inimigas soltou o bigode, se vim toda pá vai sacar do revólver.

Coloquei a mão na cabeça e fiz minha melhor cara, só vendo ele cá serenata dele.

-Vai então desce no chão, mostra que é disposição, tá turbinada, toda empinada, já conquistou o vilão. Vai então desce no chão, mostra que é disposição, eita mulher turbinada, mais equipada que carro de som.-Eu ri e ele apertou meu pé.-Vai, essa é a melhor parte. Presta atenção.

-Hum, vai cantor.

-Mulher cativante, sorriso perfeito, piercing no nariz, tatuagem no peito, seu perfume é Carolina Herrera, sempre onde passa claro fica o cheiro.
Na balada é a mais cobiçada, de Morena Rosa, sandália da Prada, carteira de couro, ouro no pescoço, unha francesinha e bem maquiada.
ELA É MINHA MANDRAKA, NÉ? Tava comigo quando eu não tinha nada, hoje eu dou ouro, hoje eu dou prata, MERECEDORA DE FÉ.-Do nada ele soltava uns gritos e eu rindo a beça, como cantor ele é um excelente traficante.-Aê, gostou? Canto muito, né?

-Nossa amor, quase não consegui diferenciar você do Bruno Mars. Talento-nato que você tem, minha vida.-Ele riu, concordando com a cabeça e continuou a massagem no meu pé.

-Lógico fia... Me chamaram pra cantar com esse mano aí, ta ligada?

-Chamaram?-Entrei no joguinho dele e ele concordou.

-An, lógico. Só que daí eu falei:"sem maldade aí, certo, truta? Só que não é minha praia, meu bagulho é outro." Cara chato, gostei dele não.-Ele falando daquele jeito todo maloqueiro dele se eu só rindo. Jhonatan sai da favela, mas a favela não sai do Jhonatan.

-Ah claro, fiquei sabendo que ele é meio mala mesmo.

-E é memo, gostei não, todo engomadinho... e cê tá ligada, né? Eu sou mandrake, bixo solto.

-Todo bixo solto sempre é preso a alguém.-Cantei um trechinho de Sábia e fiel pra ele e já levantei, indo sentar em cima da cintura dele.

-Eu sou excessão, tô no porte de ninguém não. Pai ta on.-Ele deu dessas e eu já virei um tapa no peito dele. Como ele é branquelo ficou só a palma da minha mão vermelha ali. Em seguida já dei um beijinho pra ele não ficar bravo, foi mais forte do que eu imaginei que seria.

-Ê piranha, vou deixar a marca da minha mão na tua bunda já já, aí tu não gosta, né?

-Não, vida. Minha bunda não pode.

-NOSSA bunda.

-"Nossa bunda" o que, Jhonatan? Se liga.

-Essa bunda aqui é minha, fia. Isso aqui tudo é meu.-Apertou minha bunda com força e eu ergui minha sombrancelha pra ele e ri.

-Cara de pau!

-Gostosa!-Ele segurou na minha bochecha forte e me deu um selinho. Da mesma forma que eu tava em cima dele, fiquei. Só deitei a cabeça no peito dele e ele ficou mexendo no celular com uma mão e fazendo cafuné em mim com a outra.

Sou apaixonada nesse homem. A forma que ele cuida de mim, ninguém nunca fez não.

O jeito que ele faz cafuné, faz massagem, trás leite com Nescau pra mim na cama toda manhã...

Esse cuidado que ele tem por mim eu nunca imaginei que alguém pudesse ter não, sou grata demais a Deus por ter me dado esse privilégio.

-Cê vai fazer o que amanhã?-Ele puxou meu cabelo levinho e eu arrepiei.

-Vou ver o bagulho da casa certinho, se pá nois já passa até as coisas pra lá amanhã mesmo. E o Sebastian chamou nois amanhã lá.

-Pra que?

-Ele quer uns conselhos aí sobre uma carga, falou que vai aproveitar e dar um almoço, que é pra tu ir que a Andréia vai estar lá, aí cê fica com ela.

-Cê começa dando conselho e termina envolvido, Jhonatan.-Ergui a cabeça pra ele e ele já respirou fundo e parou de fazer o cafuné em mim.

-Eu te prometi, não prometi? Então pronto, Vitória. Não vou me envolver não, sou sujeito homem, eu cumpro minhas promessas.-Deitei a cabeça no peito dele de novo.

-Assim espero.

-Cê também gosta de tumultuar, né? Encrenqueira.

-Gosto nada.-Só resmunguei e fiquei quietinha na minha de novo, ele enfiou a mão por debaixo da minha blusa e ficou fazendo carinho nas minhas costas.

-Acho que eu vou caçar um curso ou uma faculdade pra mim.-Ele concordou com a cabeça e beijou meu nariz.

-Vai ser bom pra você. Cê vai fazer do que?

-Não faço a mínima idéia.-Dei um sorrisinho e ele riu.

EM SP NÃO EXISTE AMOR.Where stories live. Discover now